Acadêmicos do Salgueiro conquistou seu quarto título de campeã do carnaval com um desfile sobre a Bahia.[1] O enredo "Bahia de Todos os Deuses" foi desenvolvido pelos carnavalescos Fernando Pamplona e Arlindo Rodrigues. Arlindo conquistou seu quarto título no carnaval do Rio, enquanto Pamplona foi campeão pela terceira vez. Campeã do ano anterior, a Estação Primeira de Mangueira ficou com o vice-campeonato por três pontos de diferença para o Salgueiro. Portela foi a terceira colocada com um desfile assinado por Clóvis Bornay. Quarto colocado, o Império Serrano desfilou com o histórico samba-enredo "Heróis da Liberdade", que teve a palavra "revolução" censurada pelo Departamento de Ordem Política e Social (DOPS).[2][3] Últimas colocadas, Unidos de Lucas e Em Cima da Hora foram rebaixadas para a segunda divisão.[4] A apuração do resultado foi marcada pela repressão policial à imprensa e ao público que acompanhava a leitura das notas, o que resultou em diversas pessoas feridas.[5]
A apuração do resultado foi realizada na noite da sexta-feira, dia 21 de fevereiro de 1969, no auditório do IPEG.[14] A leitura das notas foi interrompida diversas vezes por causa da repressão policial à imprensa e aos torcedores das escolas. Diversas pessoas foram feridas e levadas ao hospital, enquanto outras foram presas. O governador Negrão de Lima lamentou o procedimento da polícia.[5][15] O resultado final foi divulgado nas primeiras horas do sábado.[16][13]
Acadêmicos do Salgueiro foi o campeão, conquistando seu quarto título no carnaval carioca. O campeonato anterior da escola foi conquistado quatro anos antes, em 1965. O Salgueiro realizou um desfile sobre a Bahia.[1][17] O enredo "Bahia de Todos os Deuses" foi desenvolvido pelos carnavalescos Fernando Pamplona e Arlindo Rodrigues. Arlindo conquistou seu quarto título no carnaval do Rio, enquanto Pamplona foi campeão pela terceira vez. Fez sucesso o samba-enredo da escola, com letra mais curta do que o padrão da época e refrão de fácil assimilação. Composto por Bala e Manuel Rosa, o samba foi interpretado no desfile pela cantora Elza Soares. Um dos destaques da apresentação foi a alegoria abre-alas com uma grande escultura de Yemanjá coberta por espelhos.[18][19]
O desfile do Grupo 2 foi organizado pela AESEG e realizado na Avenida Rio Branco, entre as 21 horas do domingo, dia 16 de fevereiro de 1969, e as 14 horas do dia seguinte. A primeira agremiação a se apresentar, União do Centenário, iniciou seu desfile com cerca de três horas de atraso. As escolas se apresentaram com lentidão, visto que não havia limite de tempo estipulado. Com cerca de quinze horas de desfile, restavam ainda quatro agremiações para desfilar, quando a aparelhagem de som da avenida sofreu uma pane elétrica. As quatro escolas que encerrariam o desfile decidiram não se apresentar.[12][32]
Acadêmicos de Santa Cruz foi a campeã, conquistando seu segundo título no Grupo 2 e sendo promovida à primeira divisão, de onde foi rebaixada em 1966. Vice-campeã, a Unidos do Jacarezinho também foi promovida ao Grupo 1. Ficou decido que nenhuma escola seria rebaixada por conta da pane elétrica no sistema de som que inviabilizou o desfile de quatro agremiações.[6][7][34]
Legenda: Promovidas ao Grupo 1 * Sem informação disponível
O desfile do Grupo 3 foi organizado pela AESEG e realizado na Praça Onze, a partir das 23 horas e 20 minutos do domingo, dia 16 de fevereiro de 1969.[12][32]
Unidos do Cabuçu foi a campeã, garantindo seu retorno à segunda divisão, de onde foi rebaixada no ano anterior. Vice-campeã, a União de Vaz Lobo também foi promovida ao Grupo 2, de onde estava afastada desde 1961.[6][7][35]
Legenda: Promovidas ao Grupo 2 * Sem informação disponível
O desfile do Grupo 3 foi realizado na Praça Onze. Unidos da Villa Rica foi campeão nos critérios de desempate após somar a mesma pontuação que a Mocidade de São Matheus.[5][8]
O desfile do Grupo 4 foi realizado na Avenida 28 de Setembro, em Vila Isabel. Acadêmicos do Colégio nos critérios de desempate após somar a mesma pontuação que o Cara de Boi.[5][8]
O desfile dos ranchos foi realizado na Avenida Presidente Vargas, a partir da noite da segunda-feira, dia 17 de fevereiro de 1969, após o desfile dos frevos.[36]
O desfile das grandes sociedades foi realizado na noite da terça-feira de carnaval, dia 18 de fevereiro de 1969. O Clube dos Embaixadores venceu a disputa.[11][5]
Bastos, João (2010). Acadêmicos, unidos e tantas mais - Entendendo os desfiles e como tudo começou 1.ª ed. Rio de Janeiro: Folha Seca. 248 páginas. ISBN978-85-87199-17-1
Cabral, Sérgio (2011). Escolas de Samba do Rio de Janeiro 3.ª ed. São Paulo: Lazuli; Companhia Editora Nacional. 495 páginas. ISBN978-85-7865-039-1
Riotur (1991). Memória do Carnaval 1.ª ed. Rio de Janeiro: Oficina do Livro. 407 páginas. ISBN85-85386-01-0
Tupy, Dulce (1985). Os Carnavais de Guerra: O Nacionalismo no Samba 1.ª ed. Rio de Janeiro: ASB Arte Gráfica e Editora Ltda. 132 páginas
Valença, Rachel; Valença, Suetônio (2017). Serra, Serrinha, Serrano - O Império do Samba 1.ª ed. Rio de Janeiro: Record. 433 páginas. ISBN978-85-0110-897-5