Retículo endoplasmático

O retículo endoplasmático, ou ergastoplasma, é um organelo exclusivo de células eucariontes. Formado a partir da invaginação da membrana plasmática,[1] constituído por uma rede de túbulos e vesículas achatados e interconectados, que se comunicam com o envoltório nuclear (carioteca). Foi descoberto em 1945 pelo citologista belga Albert Claude.

A microscopia eletrónica revelou a presença, no interior do citoplasma, de um retículo de membranas lipoproteicas que foi denominado retículo endoplasmático (RE). Conforme a posição das membranas, podemos distinguir a existência de túbulos e sáculos ou vesículas achatadas. O retículo endoplasmático rugoso apresenta as seguintes funções: aumenta a superfície interna da célula, o que amplia o campo de atividade das enzimas, facilitando a ocorrência de reações químicas necessárias ao metabolismo celular, síntese de proteínas (sua principal função) e armazenamento.

O retículo endoplasmático está envolvido na síntese de proteínas e lipídios, na desintoxicação celular e no transporte intracelular. Existem dois tipos de retículos, classificados de acordo com a presença ou ausência de ribossomas na sua superfície: rugoso ou granular e liso, respectivamente. O retículo endoplasmático não está presente nas hemácias e nos espermatozóides, pois estes não realizam síntese ou transporte de proteínas.[2]

Retículo endoplasmático rugoso ou granular

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O retículo endoplasmático rugoso ou granular (RER ou REG), também designado retículo endoplasmático granuloso ou ergastoplasma (do grego ergozomai, que significa "elaborar", "sintetizar"), é formado por sistemas de vesículas achatadas com ribossomas aderidos à membrana, o que lhe confere aspecto granular.

Participa da síntese de proteínas, que serão enviadas para o exterior da célula. Esse tipo de retículo é muito desenvolvido em células com funções secretoras. São os casos, por exemplo, das células do pâncreas, que secretam enzimas digestivas, das células caliciformes da parede do intestino, que secretam muco, e das células secretoras tipo II, nos alvéolos pulmonares, que produzem lipoproteína surfactante.

Graças aos ribossomas aderidos a suas membranas, o retículo endoplasmático rugoso atua na produção de certas proteínas celulares como o colágeno, que é uma proteína produzida pelo RER do fibroblasto.

A ligação de polirribossomas à superfície citosólica do RER é feita através de proteínas integrais:

  • Docking protein (partícula receptora de reconhecimento de sinal)
  • Riboforinas I e II (proteínas receptoras do ribossoma)
  • Proteína do Poro

A presença de polirribossomas no RER possibilita sua função de síntese de proteínas. Por isto ele é tão desenvolvido em células com intensa síntese proteica, destinada à exportação ou a organelas com membrana. Além disso, o RER também participa de modificações pós-traducionais proteicas: sulfatação, pregueamento e glicosilação.

Retículo endoplasmático liso ou agranular

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O retículo endoplasmático liso (REL), também chamado retículo endoplasmático agranular, é formado por sistemas de túbulos cilíndricos e sem ribossomas aderidos à membrana.

Participa principalmente da síntese de esteróides, fosfolipídeos e outros lipídeos. O REL tem, como uma de suas principais funções, a desintoxicação do organismo, atuando na degradação do etanol ingerido em bebidas alcoólicas, assim como a degradação de medicamentos ingeridos pelo organismo como antibióticos e barbitúricos (substâncias anestésicas). Esse tipo de retículo é abundante principalmente em células do fígado, gónadas e pâncreas.

O retículo endoplasmático liso é composto por uma rede tridimensional de túbulos e cisternas interconectados, que vai desde a membrana nuclear (a cisterna do RE é contínua com a cisterna perinuclear) até a membrana plasmática.

Retículo endoplasmático e a tolerância ao álcool

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O álcool, drogas e sedativos, quando consumidos em excesso ou com frequência, induzem à proliferação do retículo não-granuloso e de suas enzimas. Isto aumenta a tolerância do organismo à droga, ou seja, são necessárias doses cada vez mais altas para que esta possa fazer algum efeito. Esta tolerância a uma substância pode tornar o organismo tolerante a outras substâncias úteis ao mesmo tempo, como remédios. Por essa razão, é importante que se entenda os problemas decorrentes da excessiva ingestão de bebidas alcoólicas, drogas e do uso de medicamentos sem prescrição e controle médico.

Ver também

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Referências

  1. Krukemberghe Fonseca. «Retículo endoplasmático». R7. Brasil Escola. Consultado em 11 de agosto de 2013 
  2. «Smooth Endoplasmic Reticulum (SER)». Unacademy (em inglês). Consultado em 18 de agosto de 2024 

Ligações externas

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