Revolta de jovens dos subúrbios da França em 2005
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Os motins de 2005 em França foram episódios de violência urbana que começaram na comuna de Clichy-sous-Bois, no departamento de Seine-Saint-Denis, na periferia da Região de Paris, em 27 de outubro de 2005, após a perseguição pela polícia, seguida de morte acidental, de dois jovens, Bouna Traoré e Zyed Benna, e ao arremesso não intencional de uma granada de gás lacrimogéneo à entrada da mesquita de Bilal por forças policiais.
Tudo começou quando alguns adolescentes fugiam de um controle policial. Três deles foram perseguidos e entraram numa subestação eléctrica fechada, pertencente à EDF. Bouna Traoré e Zyed Benna morreram eletrocutados. O terceiro, Muhittin Altun, sofreu queimaduras graves.
Pouco depois, começaram os confrontos em Chêne-pointu, entre grupos de jovens e a polícia. A revolta se espalhou rapidamente pela periferia de Paris e de outras cidades da França, justificando a instauração de estado de emergência em 25 departamentos, a partir de 8 de novembro de 2005 até 4 de janeiro de 2006.
Os distúrbios duraram 19 noites consecutivas, até o dia 16 de novembro. Jovens indignados, queimaram 8.970 carros e entram em confrontos com a polícia francesa, foram presos 2.921 jovens e houve quatro mortes, além de Benna e Traoré. Em 17 de novembro a polícia declarou que a situação tinha sido normalizada. Os prejuízos decorrentes foram estimados em 200 milhões de dólares. Foram os maiores tumultos urbanos em França desde Maio de 1968.
Situação social
editarO então Ministro do Interior da França, Nicolas Sarkozy, durante entrevista ao jornal Le Monde, em outubro de 2005, afirmou que o vandalismo e os crimes violentos fazem parte da vida cotidiana nos subúrbios de toda França, e afirmou que, ao longo de 2005, 9.000 carros policiais foram apedrejados, e 20 a 40 veículos eram incendiados todas as noites.
De acordo com o The Guardian, "os distúrbios puseram abaixo a cortina que existe entre as cidades ricas e os subúrbios que abrigam em sua maioria imigrantes, que nunca puderam se integrar à sociedade francesa, e se transformaram em uma subclasse acostumada com a discriminação e falta de esperanças".
A Rede de TV BBC comenta as perspectivas, na sociedade francesa, para imigrados. A BBC citou o "descontentamento entre muitos jovens franceses originários da África" e a discriminação contra os imigrantes, destacando que "o grupo SOS Racisme regularmente denuncia casos de racismo contra estrangeiros". Segundo a BBC, existe uma "enorme fúria e ressentimento" entre os imigrados africanos e seus descendentes, nos subúrbios das cidades francesas.
Ver também
editarLigações externas
editar- «Revolta nos subúrbios de Paris fora do controlo das autoridades. Jornal de Notícias, 2 de novembro de 2005»
- «Paris riots spark 100 fires». 2 de novembro de 2005, Associated Press
- «Paris is Burning: Racism and Repression Explode in Week of Uprisings». 5 de novembro de 2005, Indymedia
- «França: A raiva das periferias continua, por Cyrus Afshar e Fernanda Campagnucci.». Brasil de fato