Ribolhos

localidade e antiga freguesia de Castro Daire, Portugal

Ribolhos é uma povoação portuguesa do Município de Castro Daire que foi sede da extinta Freguesia de Ribolhos, freguesia que tinha 2,42 km² de área e 266 habitantes (2011), e, por isso, uma densidade populacional de 109,9 hab/km².

Portugal Ribolhos 
  Freguesia portuguesa extinta  
Localização
Localização no Município de Castro Daire
Localização no Município de Castro Daire
Localização no Município de Castro Daire
Ribolhos está localizado em: Portugal Continental
Ribolhos
Localização de Ribolhos em Portugal Continental
Mapa
Mapa de Ribolhos
Coordenadas 40° 52′ 57″ N, 7° 55′ 49″ O
Município primitivo Castro Daire
Município (s) atual (is) Castro Daire
Freguesia (s) atual (is) Mamouros, Alva e Ribolhos
História
Extinção 2013
Características geográficas
Área total 2,32 km²
População total (2011) 266 hab.
Densidade 114,7 hab./km²
Outras informações
Orago Santo André

A Freguesia de Ribolhos foi extinta em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, tendo sido agregada às Freguesias de Mamouros e Alva, para formar uma nova freguesia denominada União das Freguesias de Mamouros, Alva e Ribolhos com a sede em Mamouros.[1]

Ribolhos constituiu até ao início do século XIX o couto de Ribolhos; foi vila e sede de concelho. Pertenceu ao concelho de Mões até à extinção deste em 1855, data em que passou a integrar o cocelho (atual município) de Castro Daire.[2] Tinha, em 1801, apenas 125 habitantes.

A Freguesia de Ribolhos era composta por apenas por Ribolhos (sede de freguesia), São Domingos, uma pequena povoação situada na confluência dos rios Paiva e Paivô, e a Soalheira, um pequeno lugar habitado apenas por uma família, proprietária de uma das mais antigas serrações de todo o concelho e a primeira a obter energia de uma máquina a vapor, por volta dos anos 30 do século XX.[carece de fontes?]

Embora pequena, Ribolhos exerce bastante influência na vida quotidiana de habitantes de aldeias próximas mas pertencentes a outras freguesias, como é o caso dos habitantes de Grijó de Mões, Casais de D. Inês, Courinha e Vila Franca (todas pertencentes à freguesia de Mões).[carece de fontes?]

Esta localidade é também sede de paróquia (como é tradição em Portugal), tendo como padroeiro Santo André. No entanto a sua maior festividade anual é dedicada à Nossa Senhora do Amparo, realizando-se a festa em sua honra no segundo domingo de Agosto.

Em Ribolhos tem sede a Associação Desportiva e Cultural de Ribolhos que realiza actividades desportivo/culturais periódicas sendo de salientar o seu Rancho Folclórico, da qual fazem parte 48 pessoas que percorrem o país de norte a sul de Portugal. Realiza o seu Festival Nacional de Folclore no segundo domingo de Agosto de cada ano.

População

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Evolução da População 1864 / 2011
População da freguesia de Ribolhos [3]
1864 1878 1890 1900 1911 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011
165 182 176 194 219 192 241 268 350 366 371 362 307 306 266
 
Evolução da População 1864 / 2011
Distribuição da População por Grupos Etários
Ano 0-14 Anos 15-24 Anos 25-64 Anos > 65 Anos 0-14 Anos 15-24 Anos 25-64 Anos > 65 Anos
2001 50 52 149 55 16,3% 17,0% 48,7% 18,0%
2011 27 27 144 68 10,2% 10,2% 54,1% 25,6%

Média do País no censo de 2001: 0/14 Anos-16,0%; 15/24 Anos-14,3%; 25/64 Anos-53,4%; 65 e mais Anos-16,4%

Média do País no censo de 2011: 0/14 Anos-14,9%; 15/24 Anos-10,9%; 25/64 Anos-55,2%; 65 e mais Anos-19,0%

Património

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Barro negro de Ribolhos

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Historial

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A actividade barrista de Ribolhos, tradição secular, é uma arte de trabalhar o barro que aparece inserida num contexto sócio-económico propício ao seu desenvolvimento. A inexistência de qualquer actividade industrial, a precária agricultura e o agreste, mas belo, espaço geográfico, levaram a que alguns dos artesãos mais afoitos, fizessem da olaria o seu único meio de sobrevivência.

A roda baixa, a pia de pedra, o maço de madeira, a peneira e os outros instrumentos fabricados pelo oleiro, constituem os artefactos que deram nome aos Barros Negros de Ribolhos.

De entre os primeiros oleiros desta terra, dois deram o nome a esta tradição. Em primeiro lugar, mestre Albino, nasceu a 19 de janeiro de 1890 em Ferreirós, freguesia de Resende. Aos dez anos veio com os seus pais para Ribeira de Arcas, freguesia de Mões, onde estabeleceram a primeira oficina de olaria, da qual já não há vestígios. Aos dezasseis anos, mestre Albino, já estava a trabalhar como oleiro em Ribolhos, mas por cota de outrem. Aos vinte e seis anos, constituiu família e tornou-se mestre de olaria, com oficina própria, deixando apenas a sua actividade cerca dos noventa anos, vindo a falecer a 14 de dezembro de 1985.

O segundo oleiro de que vos falo, é o mestre José Maria Rodrigues, nasceu em Ribolhos a 10 de fevereiro de 1906. Mal aprendeu a ler e a escrever, passou a ajudar o seu pai na oficina e no sustento da família. Casou aos vinte e dois anos e estabeleceu-se por sua conta aos vinte e sete. Correu o país de norte a sul em feiras e exposições. Deixou de trabalhar na roda aos oitenta anos, vindo a falecer alguns anos mais tarde.

Hoje, o desenvolvimento da actividade barrista, continua nas mãos de Jorge Ferreira, que utiliza a título de empréstimo, a roda de oleiro de António Rodrigues, irmão de José Maria Rodrigues. Jorge Ferreira trabalha o barro não pelo sustento familiar, mas sim pelo gosto e pela preservação desta nobre tradição.

O Artista

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Filho de pessoas do campo e familiar, por parte da mãe, do oleiro mestre Albino (pioneiro dos Barros Negros de Ribolhos), Jorge Ferreira, nasceu em Ribolhos, concelho de Castro Daire a 21 de junho de 1966.

Ainda jovem, abandonou os estudos, tendo optado pela actividade comercial. Mais tarde emigrou para a América do Norte onde permaneceu alguns anos. Regressou a Portugal na década de 80 e prosseguiu os seus estudos, tendo-se licenciado em professor de Educação Visual e Tecnológica.

Desde muito cedo que o gosto pelas artes, lhe despertou imenso interesse. A pintura e a olaria, tornaram-se nas suas grandes paixões.

Trabalha o barro através de um processo totalmente tradicional, que vai desde a extracção da argila até ao método de cozedura. Este processo tradicional, permite-lhe preservar uma tradição e criar peças artísticas originais, próprias dos Barros Negros de Ribolhos.

As suas peças estilizadas, são associadas a um certo misticismo que lhes confere uma vida própria. Têm como base de inspiração, a fantasia, o sobrenatural, o fado e o retrato da vida quotidiana.

Referências

  1. Diário da República, 1.ª Série, n.º 19, Lei n.º 11-A/2013 de 28 de janeiro (Reorganização administrativa do território das freguesias). Acedido a 2 de fevereiro de 2013.
  2. «Paróquia deibolhos». Arquivo Distrital de Viseu. Consultado em 27 de Outubro de 2013 
  3. Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes

Ligações externas

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