Rodrigo Pacheco
Rodrigo Otavio Soares Pacheco GCMI • GCRB (Porto Velho, 3 de novembro de 1976) é um advogado e político brasileiro, filiado ao Partido Social Democrático (PSD).[3] Senador por Minas Gerais, foi presidente do Senado Federal e do Congresso Nacional de 2021 até 2025.[4]
Rodrigo Pacheco | |
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Foto oficial do Senador Rodrigo Pacheco | |
Senador por Minas Gerais | |
No cargo | |
Período | 1.º de fevereiro de 2019 até atualidade |
67° Presidente do Senado Federal do Brasil | |
Período | 1.º de fevereiro de 2021 até 1.º de fevereiro de 2025 |
Antecessor(a) | Davi Alcolumbre |
Sucessor(a) | Davi Alcolumbre |
Deputado Federal por Minas Gerais | |
Período | 1.º de fevereiro de 2015 até 31 de janeiro de 2019 |
Dados pessoais | |
Nome completo | Rodrigo Otavio Soares Pacheco |
Nascimento | 3 de novembro de 1976 (48 anos) Porto Velho, RO, Brasil |
Nacionalidade | brasileiro |
Progenitores | Mãe: Marta Maria Soares Pacheco Pai: Helio Cota Pacheco |
Alma mater | Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais |
Prêmio(s) | |
Partido | MDB (2009-2018) DEM (2018-2021) PSD (2021-presente) |
Profissão | Advogado |
Assinatura |
O senador, ex-presidente do Senado Federal, foi bastante criticado por não designar um relator para a PL dos Supersalários, matéria legislativa parada desde agosto de 2021 aguardando designação de relator na Comissão de Constituição e Justiça - CCJ, esta última presidida pelo Senador Davi Alcolumbre.[5]
Biografia
editarNasceu na capital de Rondônia, Porto Velho, em 1976, mas foi criado na cidade de Passos, Minas Gerais, para onde seus pais, Helio Cota Pacheco e Marta Maria Soares Pacheco, retornaram depois de seu nascimento.[6]
Formação, atividade profissional e associativa
editarEm Passos, estudou na Escola Estadual Wenceslau Braz e no Colégio Imaculada Conceição. Ainda muito jovem, mudou-se para Belo Horizonte, onde continuou seus estudos e iniciou sua carreira.
Formado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) no ano de 2000, especializou-se em direito penal econômico pelo Instituto Brasileiro de Ciências Econômicas Criminais (IBCCRIM), e atuou como advogado criminalista. Foi sócio do advogado Maurício de Oliveira Campos Junior num escritório várias vezes listado entre os mais admirados da área, que atuou em processos como os do Mensalão. Pacheco se desligou do escritório em 2016,[7][8][9][10] foi defensor dativo da Justiça Federal, membro do Conselho de Criminologia e Política Criminal do Estado de Minas Gerais, auditor do Tribunal de Justiça Desportiva, além de professor universitário.
Na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Rodrigo Pacheco foi conselheiro seccional por dois mandatos e presidente da Comissão de Defesa, Assistência e Prerrogativas dos Advogados. Em 2012, foi eleito Conselheiro Federal da OAB por Minas Gerais, sendo o mais jovem advogado a integrar o Conselho, defendendo a atuação da Ordem no sentido de inibir a corrupção na política e promover eleições limpas.[11] No Conselho Federal, foi também presidente da Comissão Nacional de Apoio aos Advogados em Início de Carreira.
Carreira política
editarPacheco iniciou sua carreira política nas eleições de 2014, sendo eleito deputado federal para a 55.ª legislatura (2015-2019), pelo PMDB, com 92 743 votos.[12] Em seu primeiro mandato, passou a coordenar a bancada do PMDB na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde se tornou primeiro vice-presidente e depois presidente.[13]
Como deputado participou de importantes discussões na Câmara, votando favoravelmente aos processo de impeachment de Dilma Rousseff, à PEC do Teto dos Gastos Públicos e à Reforma Trabalhista.[14] Em 2016, disputou a prefeitura de Belo Horizonte, ficando em terceiro lugar com 10% dos votos, dando apoio à candidatura de João Leite (PSDB) no segundo turno.[15]
Presidente da CCJ
editarEm 23 de março de 2017, foi eleito presidente da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados do Brasil, onde validou as assinaturas das "Dez Medidas Contra a Corrupção", reconhecendo que a proposta atendia os requisitos necessários para um projeto de iniciativa popular, o que permitiu com que tramitasse na Câmara. Em abril de 2017, votou na Reforma Trabalhista.[16][17]
Presidiu as sessões na CCJ onde foram votadas as denúncias contra Michel Temer. Apesar da pressão de seu partido, o MDB, foi elogiado por opositores pela imparcialidade na condução do processo,[18] e de traição, pela escolha do relator que deu parecer favorável as investigações contra Michel Temer.[19] Pacheco ainda criticou duramente a decisão do MDB de fechar questão à favor de Temer, quando o então presidente do partido, o senador Romero Jucá, ameaçou punir parlamentares que não votassem com o partido.[20][21] Para a segunda denuncia, escolheu como relator Bonifácio Andrada, que deu parecer favorável à Temer, gerando uma crise no PSDB.[22] Nas votações no Plenário da Câmara, se absteve, baseando-se no fato de manter a imparcialidade como Presidente da CCJ. Ambas denúncias acabaram sendo arquivadas.[23][24]
Senado
editarNas eleições de 2018, tentou se lançar como pré-candidato à governador de Minas Gerais, mas enfrentando resistência de alas do MDB que preferiam outro nome ou o apoio na reeleição de Fernando Pimentel, acabou deixando o partido rumo ao Democratas.[25] Já no novo partido, abriu mão da disputa pelo governo para apoiar a candidatura de Antonio Anastasia do PSDB.[26] Assim, Pacheco se candidatou ao cargo de senador da República por Minas Gerais, sendo eleito na primeira colocação, com 3 616 864 votos, que corresponderam a 20,49% dos votos válidos.[27]
Em junho de 2019, votou contra o Decreto das Armas do governo, que flexibilizava porte e posse para o cidadão.[28]
Presidente do Senado Federal (2021–2025)
editarEm janeiro de 2021, foi indicado pelo seu partido para disputar a Presidência do Senado.[29] Foi eleito com 57 votos, derrotando Simone Tebet (MDB-MS), com apoio tanto do governo quanto da oposição.[18][30]
Em 13 de abril de 2021, Pacheco oficializou a criação da CPI da COVID-19 após a ordem dada pelo ministro Luís Roberto Barroso do Supremo Tribunal Federal no dia 8 de abril.[31][32]
Em outubro de 2021, Pacheco deixou o DEM para se filiar ao Partido Social Democrático. Em 27 de outubro, foi oficialmente filiado e anunciado como pré-candidato à presidência da República, como um nome para compor a 'terceira via'.[a][34][35] Todavia, desistiu da candidatura em março do ano seguinte.[36]
Pacheco foi reeleito presidente do Senado em 1º de fevereiro de 2023, apoiado pelo governo Lula, após receber 49 votos, derrotando o senador Rogério Marinho (PL-RN), que recebeu outros 32 votos.[37]
Notas
Referências
- ↑ «Boletim do Exército do Brasil de julho de 2019». Secretaria Geral do Exército do Brasil (pdf). Consultado em 10 de setembro de 2020
- ↑ «DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO - Seção 1 | Nº 222, sexta-feira, 26 de novembro de 2021». Imprensa Nacional. 26 de novembro de 2021. p. 21. Consultado em 7 de fevereiro de 2024
- ↑ «Rodrigo Pacheco anuncia saída do DEM e filiação ao PSD, de Gilberto Kassab». g1.globo.com. 22 de outubro de 2021. Consultado em 22 de outubro de 2021
- ↑ «Senador Rodrigo Pacheco - Senado Federal». www25.senado.leg.br. Consultado em 7 de julho de 2021
- ↑ «Lira entregou o fim dos supersalários. E aí, Pacheco?». O Antagonista. 4 de outubro de 2021. Consultado em 19 de setembro de 2023
- ↑ «Assembleia legislativa concede medalha ao senador Rodrigo Pacheco». Tudo Rondônia. 4 de março de 2021. Consultado em 30 de janeiro de 2023
- ↑ «Rodrigo Pacheco diz temer ditadura do judiciário». Correio do Vale do Rio Grande. 14 de fevereiro de 2014. Consultado em 8 de janeiro de 2018
- ↑ «Conheça os Deputados: Rodrigo Pacheco». Portal da Câmara dos Deputados. Consultado em 8 de janeiro de 2018
- ↑ «Doutores dos Tribunais». Revista Encontro. 29 de agosto de 2011. Consultado em 8 de janeiro de 2018
- ↑ Marques, José (7 de julho de 2017). «Advogado, presidente da CCJ integra defesa de condenado no mensalão». Folha de S.Paulo. Consultado em 8 de janeiro de 2018
- ↑ «Choque de Ética». Folha da Manhã. 8 de fevereiro de 2014. Consultado em 8 de janeiro de 2018
- ↑ «Minas Gerais - Deputado Federal - 1º Turno - Apuração - Eleições - 2014 - Especial - Poder - Folha de S.Paulo». Folha de S.Paulo. 25 de setembro de 2015. Consultado em 7 de julho de 2021
- ↑ «Biografia do(a) Deputado(a) Federal RODRIGO PACHECO». Portal da Câmara dos Deputados. Consultado em 7 de julho de 2021
- ↑ «Veja como deputados votaram no impeachment de Dilma, na PEC 241, na reforma trabalhista e na denúncia contra Temer». G1. 2 de agosto de 2017. Consultado em 7 de julho de 2021
- ↑ Cipriani, Juliana (5 de outubro de 2016). «Rodrigo Pacheco oficializa apoio a João Leite na disputa pela Prefeitura de BH». Estado de Minas. Consultado em 7 de julho de 2021
- ↑ Redação (27 de abril de 2017). «Reforma trabalhista: como votaram os deputados». Consultado em 18 de setembro de 2017
- ↑ Alencastro, Catarina (23 de março de 2017). «Peemedebista Rodrigo Pacheco é eleito presidente da CCJ da Câmara». Jornal O Globo. Consultado em 5 de janeiro de 2018
- ↑ a b «Eleição no Senado: Rodrigo Pacheco, o candidato apoiado por Bolsonaro e pelo PT». O Globo. 17 de janeiro de 2021. Consultado em 6 de julho de 2021
- ↑ «Acusado de rifar Temer, Pacheco busca sair da sombra de Alcolumbre». Folha de Pernambuco. 18 de janeiro de 2021. Consultado em 6 de julho de 2021
- ↑ Caram, Bernardo (1 de agosto de 2017). «PMDB fechar questão contra denúncia de Temer é um 'erro', diz Rodrigo Pacheco». G1. Consultado em 6 de julho de 2021
- ↑ Goulart, Amália (2 de agosto de 2017). «Aliado de Temer, Rodrigo Pacheco aponta erro do PMDB». Hoje em Dia. Consultado em 6 de julho de 2021
- ↑ Shalders, André (10 de outubro de 2018). «Relator do PSDB dá parecer favorável a Temer; saiba o que acontece agora». BBC Brasil. Consultado em 6 de julho de 2021
- ↑ «Câmara rejeita denúncia contra Temer; veja como foi a votação». Revista VEJA. 3 de agosto de 2017. Consultado em 7 de julho de 2021
- ↑ «Veja como cada deputado votou a segunda denúncia contra Temer». Valor Econômico. 25 de outubro de 2017. Consultado em 6 de julho de 2021
- ↑ Cipriani, Juliana (13 de março de 2018). «Rodrigo Pacheco deixa MDB e critica possível aliança com Pimentel». Estado de Minas. Consultado em 6 de julho de 2021
- ↑ Trajano, Humberto (6 de agosto de 2018). «Um dia após convenção, Rodrigo Pacheco (DEM) desiste de disputar o governo de Minas». G1. Consultado em 7 de julho de 2021
- ↑ «Rodrigo Pacheco, do DEM, e Carlos Viana, do PHS, são eleitos senadores por Minas Gerais». G1. 7 de outubro de 2018. Consultado em 9 de fevereiro de 2021
- ↑ TEMPO, O. (18 de junho de 2019). «Veja como votou cada senador sobre decretos de porte e posse de armas». Politica. Consultado em 6 de janeiro de 2021
- ↑ Machado, Renato (10 de janeiro de 2021). «Em reunião com líder do governo, Bolsonaro confirma apoio a candidato de Alcolumbre para o Senado». Folha de S.Paulo. Consultado em 13 de janeiro de 2021
- ↑ «Aliado de Bolsonaro, Pacheco se elege presidente do Senado no 1º turno». UOL. 1 de fevereiro de 2021. Consultado em 1 de fevereiro de 2021
- ↑ Minas, Estado de; Minas, Estado de (8 de abril de 2021). «STF determina que Rodrigo Pacheco instale a CPI da COVID-19». Estado de Minas. Consultado em 28 de outubro de 2021
- ↑ «Pacheco lê requerimento da CPI da Pandemia e oficializa criação da comissão no Senado». G1. Consultado em 28 de outubro de 2021
- ↑ Casado, Letícia. «Terceira via não emplaca em eleição polarizada». Uol. Consultado em 1 de fevereiro de 2023
- ↑ «Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco se filia ao PSD de Gilberto Kassab». G1. Consultado em 28 de outubro de 2021
- ↑ «Pacheco filia-se ao PSD associando sua imagem à de JK». Congresso em Foco. 27 de outubro de 2021. Consultado em 28 de outubro de 2021
- ↑ Vinhal, Carolina Farias e Gabriela. «Rodrigo Pacheco desiste de pré-candidatura à Presidência da República». CNN Brasil. Consultado em 1 de fevereiro de 2023
- ↑ «Pacheco derrota o candidato de Bolsonaro e é reeleito presidente do Senado». Carta Capital. Consultado em 1 de fevereiro de 2023
Ligações externas
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