Rogério Fernandes Ferreira
Rogério Fernandes Ferreira GOIP (São Clemente, Loulé, 27 de junho de 1929 – 12 de julho de 2010) foi um economista e advogado português.[1][2][3]
Rogério Fernandes Ferreira | |
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Rogério Fernandes Ferreira | |
Nascimento | 26 de junho de 1929 Loulé |
Morte | 12 de julho de 2010 (81 anos) Lisboa |
Nacionalidade | portuguesa |
Cônjuge | Maria Manuela Afonso Romão Dias Carreiro |
Alma mater | Instituto Superior de Economia e Gestão, Universidade Técnica de Lisboa |
Profissão | advogado e economista |
Principais interesses | contabilidade, fiscalidade, gestão, auditoria |
Doutorado em Gestão pelo Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa, Fernandes Ferreira leccionava cadeiras de gestão, contabilidade, auditoria e fiscalidade no ISEG e na Universidade Católica Portuguesa.[4][5]
Foi o arquitecto do anteprojecto de um plano geral de contabilidade em 1973 que viria a dar origem ao POC. Presidiu à Comissão de Normalização Contabilística de Portugal.[6][7]
Biografia
editarPrimeiros anos
editarRogério Fernandes Ferreira nasceu em 27 de Julho de 1929 no concelho de Loulé.[8] Naquela cidade cumpriu o ensino primário, e depois fez o exame para admissão ao Liceu de Faro, embora não tenha concluído devido a dificuldades financeiras.[8] Com efeito, a sua mãe faleceu, deixando quatro filhos, e o pai mudou-se para Setúbal, onde teve algum apoio por parte da família.[8]
Formação e carreira profissional
editarRogério Ferreira começa a trabalhar no comércio, e ao mesmo tempo estudou na escola comercial e industrial, que termina com a classificação máxima.[8] Entretanto, o seu pai foi para a Argentina, para tentar fazer fortuna, embora sem sucesso.[8] Rogério Fernandes muda-se então para Lisboa, onde trabalhou em vários locais, incluindo na Câmara Municial.[8] Frequentou o Instituto Comercial de Lisboa e depois o Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras.[8] Durante este período fez o serviço militar, durante o qual esteve na Escola Prática de Administração Militar.[8] Voltou depois aos estudos, tendo concluído a licenciatura em 1954.[8] Foi convidado para ficar no Instituto como assistente, iniciando a sua carreira no ensino, que seguiu até à reforma.[8] Foi subindo de categoria ao longo da carreira docente, tendo atingido o posto de professor catedrático em 1989.[8]
Durante este período, também frequentou o curso de ciências pedagógicas na Universidade de Coimbra, e a Faculdade de Direito de Lisboa, onde se licenciou em 1966.[8] Fez o doutoramento em 23 de Novembro de 1983, no curso de Organização e Gestão de Empresas do Instituto Superior de Economia da Universidade Técnica de Lisboa, com uma tese denominada de Normalização Contabilística.[8] Fez o seu estágio no Institut européen d'administration des affaires.[8]
Destacou-se principalmente como economista, tendo-se afirmado como uma autoridade a nível internacional na área da fiscalidade, e colaborado com várias instituições internacionais.[8] Exerceu como economista para a Companhia União Fabril, tendo sido colocado na Guiné para estudar os investimentos daquele grupo na colónia africana.[8] Trabalhou pela simplificação dos conceitos nos campos da fiscalidade e contabilidade, tendo sido o primeiro presidente da Comissão da Normalização Contabilística em Portugal, e parte do Centro de Estudos Fiscais da Direcção-Geral dos Impostos.[8] Colaborou igualmente na imprensa e deu várias conferências sobre o tema, e publicou diversos livros sobre gestão, contabilidade, fiscalidade e tributação, destacando-se a obra Curso de Fiscalidade Portuguesa, em quatro volumes lançados entre 1980 e 1983.[8] Trabalhou igualmente como advogado no campo da fiscalidade, tendo sido responsável pela fundação de uma empresa de consultores de gestão.[8]
Foi membro de vários agrupamentos nas áreas da contabilidade em Portugal e estrangeiro, tendo sido presidente da assembleia geral da Associação de Docentes de Contabilidade do Ensino Superior, e feito parte da direcção do Centro de Estudos da Contabilidade, e da Associação Portuguesa dos Técnicos de Contabilidade.[8] Interessou-se igualmente por vários assuntos relacionados com o Algarve, tendo pertencido à Associação dos Jornalistas e Escritores do Algarve.[8]
Rogério Ferreira foi nomeado pelo Ministro das Finanças, Manuel Jacinto Nunes, para Secretário de Estado, convite que recusou.[8]
Falecimento
editarRogério Fernandes Ferreira faleceu na cidade de Lisboa, em 13 de Julho de 2010.[8]
Homenagens
editarA 10 de Junho de 2009, foi feito Grande-Oficial da Ordem da Instrução Pública.[9]
Referências
- ↑ «Rogério Fernandes Ferreira: 27-6-1929 / 13-7-2010». ISEG. 13 de Julho de 2010. Consultado em 26 de Julho de 2010
- ↑ Benavente, Manuel. «Rogério Fernandes Ferreira: Uma legenda da contabilidade em Portugal». APOTEC. Consultado em 26 de Julho de 2010
- ↑ A. J. Alves da Silva (2010). «In memoriam: Rogério Fernandes Ferreira» (Flash). Lisboa: OTOC. Revista TOC (126). 25 páginas. ISSN 1645-9237. Consultado em 8 de Dezembro de 2010
- ↑ «Currculum vitae: Rogério Fernandes Ferreira» (PDF). Almedina. Consultado em 26 de Julho de 2010[ligação inativa]
- ↑ Duque, João (15 de Julho de 2010). «Olá professor Rogério!». Diário Económico. Consultado em 3 de Dezembro de 2010
- ↑ Santos, Ana Sofia (13 de Julho de 2010). «Morreu Rogério Fernandes Ferreira». Expresso.pt. Consultado em 26 de Julho de 2010
- ↑ «Morreu Rogério Fernandes Ferreira». Jornal de Negócios. 13 de Julho de 2010. Consultado em 26 de Julho de 2010
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w MARREIROS, 2015:393-395
- ↑ «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Rogério Fernandes Ferreira". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 7 de junho de 2015
Bibliografia
editar- MARREIROS, Glória Maria (2015). Algarvios pelo coração, algarvios por nascimento. Lisboa: Edições Colibri. 432 páginas. ISBN 978-989-689-519-8