Rua de Costa Cabral
PORTO Rua de Costa Cabral | |
---|---|
Rua de Costa Cabral | |
Freguesia(s): | Bonfim; Paranhos |
Início: | Praça do Marquês de Pombal |
Término: | Estrada da Circunvalação |
Designação anterior: | Rua da Relação Velha; popularmente também Estrada da Cruz das Regateiras |
Rua de Costa Cabral | |
Toponímia do Porto |
A Rua de Costa Cabral é a rua mais extensa da cidade do Porto, em Portugal.
Inicia-se na Praça do Marquês de Pombal, no limite das freguesias de Bonfim com Paranhos e, prolonga-se até à Estrada da Circunvalação, na Areosa, freguesia de Paranhos. Desenvolve-se em sucessivas linhas retas, dando-lhe um traçado uniforme.
Origem do nome
editarA rua deve o seu nome a António Bernardo da Costa Cabral, marquês e conde de Tomar (1803-1889), que foi ilustre estadista na política portuguesa durante o reinado de D. Maria II e faleceu na cidade do Porto, mais concretamente na Foz do Douro.
História
editarIntegrado no plano de reformulação das estradas do reino de 1845, foi decidido melhorar a ligação rodoviária do Porto a Guimarães. Para tal, a estreita e irregular Rua do Lindo Vale, que partia do Marquês, então nos limites urbanos da cidade, foi substituída por uma ampla e moderna via de penetração (inovadoramente pavimentada a macadame) que, ao seu lado, foi rasgada.
Os lugares atravessados pela rua eram tão periféricos que a Câmara Municipal do Porto recusou-se a arcar com a despesa da sua abertura, alegando tratar-se de uma obra "fora das barreiras" da cidade.
Apesar do nome oficial, em honra do ministro do reino, António Bernardo da Costa Cabral, os portuenses preferiram chamar à nova artéria a "Estrada da Cruz das Regateiras", uma vez que atravessava o atual Largo da Cruz, à época "Cruz das Regateiras". O repúdio pelo nome oficial era tal que em 1851, quando o ministério de Costa Cabral caiu, a população tratou de derrubar a pedra que, junto à Praça do Marquês de Pombal, assinalava a designação da rua. Porém, o nome Costa Cabral perdurou e foi-se enraizando.[1]
Pontos de interesse
editar- Centro de Caridade de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro: do arquiteto Luís Cunha, foi projetado para a Arquiconfraria dos Padres Redentoristas, enquadrando-se no movimento de renovação da arte religiosa desencadeado na década de 1950. De nove pisos, o edifício foi concebido para incluir um cinema estúdio, uma capela, um serviço de assistência médica, uma biblioteca, um ginásio e salas de aula de diversos graus de ensino.[2]
- Habitações oitocentistas: entre o Marquês e a Rua de Silva Tapada encontra-se uma fileira de habitações notáveis no quadro da arquitetura portuense oitocentista, algumas com varandas-miradouro nos telhados.
- Palacete do Lima: sede do Académico Futebol Clube, clube que chegou a atingir grande nível no panorama desportivo da cidade e do país, o seu recinto de jogos, o Estádio do Lima, foi, durante décadas, o único relvado do Porto.
- Antiga Fábrica de Tabaco "A Lealdade": logo a seguir ao Palacete do Lima está o grande edifício que pertenceu a uma das fábricas portuenses de tabaco. Nele é magistral a marquise que cobre o vão de uma das entradas, bem como a grade do muro junto da rua.
- Antigo Cinema Júlio Dinis: edifício da década de 1940, de projeto importado da arquitetura modernista da época, geometrizado em linhas retas, funcional e sem efeitos decorativos.
- Habitações no estilo do fim do século: entre a Rua de Joaquim Pires de Lima e a Rua de Silva Tapada há uma série de boa arquitetura em habitações no estilo fin de siècle, privilegiando o uso de granito, ferro e azulejo.
- Casa-Museu Fernando de Castro: onde viveu o poeta e colecionador que legou à cidade as suas obras de arte, com relevo para uma coleção importante de pintura portuguesa.
- Moradias da primeira metade do século XX: entre a Rua de Silva Tapada e o Largo da Cruz existe um harmonioso conjunto de moradias da burguesia portuense do século XX, com pormenores de grande requinte decorativo: portas, varandas, lavrados de cantaria, grades, azulejos.
- Centro Hospitalar Conde de Ferreira, criado por Joaquim Ferreira dos Santos e inaugurado em 1883, foi a primeira construção de raiz feita para a psiquiatria em Portugal, hoje é tutelado pela Santa Casa da Misericórdia do Porto.
Acessos
editar- Estação Combatentes
- Linhas 300, 603, 701, 702 e 703 dos STCP.
Referências
Ligações externas
editar- «Rua de Costa Cabral (CMP)». www.cm-porto.pt