Rubem Fonseca
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José Rubem Fonseca (Juiz de Fora, 11 de maio de 1925 — Rio de Janeiro, 15 de abril de 2020) foi um contista, romancista, ensaísta e roteirista brasileiro.
Rubem Fonseca | |
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Nome completo | José Rubem Fonseca |
Nascimento | 11 de maio de 1925 Juiz de Fora, MG |
Morte | 15 de abril de 2020 (94 anos) Rio de Janeiro, RJ |
Nacionalidade | brasileiro |
Ocupação | escritor, contista |
Principais trabalhos | Agosto, O Caso Morel, O Selvagem da Ópera, O Seminarista |
Prêmios | Prémio Jabuti (1970), (1984), (1993) Prémio da Associação Paulista dos Críticos de Arte (1979, 2000) |
Formado em Direito, exerceu várias atividades antes de dedicar-se inteiramente à literatura. Em 2003, venceu o Prémio Camões,[1] o mais prestigiado galardão literário para a língua portuguesa.
Biografia
editarRubem Fonseca nasceu em Juiz de Fora, Minas Gerais, em 1925. Era filho de portugueses transmontanos, emigrados para o Brasil. Residiu desde a infância no Rio de Janeiro.[2] Graduou-se em Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade Nacional de Direito da então Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Em 31 de dezembro de 1952 iniciou sua carreira na polícia, como comissário, no 16º Distrito Policial, em São Cristóvão, no Rio de Janeiro. Muitos dos fatos vividos naquela época e dos seus companheiros de trabalho estão imortalizados em seus livros. Aluno brilhante da Escola de Polícia, não demonstrava, então, pendores literários. Ficou pouco tempo nas ruas. Foi, na maior parte do tempo em que trabalhou, até ser exonerado em 6 de fevereiro de 1958, um policial de gabinete. Cuidava do serviço de relações públicas da polícia.
Na Escola de Polícia destacou-se em Psicologia. Em julho de 1954 recebeu uma licença para estudar e depois dar aulas desta disciplina na Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro.
Escolhido, com mais nove policiais cariocas, para se aperfeiçoar nos Estados Unidos, entre setembro de 1953 e março de 1954, aproveitou a oportunidade para estudar administração de empresas na New York University. Após sair da polícia, Rubem Fonseca trabalhou na Light até se dedicar integralmente à literatura.
Designado pelo presidente da Light, do qual o escritor era assessor em 1962, Fonseca participou, como representante da empresa, do Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPÊS).[3] No Instituto elaborou projetos com sugestões econômicas para o governo Goulart. Após o golpe militar de 1964, desligou-se imediatamente do IPÊS.[3]
Em 1976, um de seus livros mais importantes, Feliz Ano Novo, foi proibido de circular e de ser publicado, após decisão do então Ministro da Justiça, Armando Falcão, em 15 de dezembro daquele ano. A alegação seria de que a obra conteria matéria "contrária à moral e aos bons costumes".[4] Sobre esse episódio, o então secretário-geral do Ministério da Educação e posteriormente Ministro da Educação no governo Geisel, Euro Brandão, em ofício ao Ministro da Justiça afirmou que "quanto ao livro "Feliz Ano Novo", de autoria de Rubem Fonseca, aprovou-se solicitação a V. Exa. para que faça sentir ao Senhor Ministro da Justiça o nosso aplauso pela providência adotada contra essa obra realmente representativa da obscenidade literária em nosso País".[5]
Em 20 de julho de 1978, o então presidente da representação em Brasília da Associação Brasileira de Imprensa, Pompeu de Sousa, protestou ao diretor geral do Departamento da Polícia Federal, coronel Moacir Coelho, contra a proibição de outra obra de Rubem Fonseca, dessa vez o conto "O Cobrador", vencedor do Prêmio Status de Literatura Brasileira 1978. Afirmou Pompeu de Sousa: "Ninguém ignora que Rubem Fonseca é um dos escritores mais importantes da literatura brasileira contemporânea, já antes atingido por outra medida de obscurantismo, com a apreensão de seu livro "Feliz Ano Novo", o que, aliás, constitui objeto de ação judicial que o autor move presentemente contra o Ministro da Justiça. Igualmente notório é o alto valor intelectual da comissão julgadora do referido concurso, composta pelos escritores Antônio Houaiss, Ferreira Gullar e Gilberto Mansur, cujo trabalho, nesse particular, consistiu na leitura e seleção de cerca de dois mil contos. Trata-se - deve ser acentuado, ainda - de um prêmio que, pelo seu valor monetário, representa um dos poucos exemplos de estimulo material à produção literária, no Brasil. O ato da Censura - ainda mais tendo em vista que repete proibição idêntica contra o conto vitorioso em concurso semelhante, no ano anterior, de mesma revista, dessa vez da autoria de outro mestre do gênero,o escritor Dalton Trevisan - pode determinar uma retração da parte da editora prejudicada, como de outras, no sentido de manter ou estender tão louvável empreendimento. Por todas estas razões, Vossa Senhoria há de concordar que medidas dessa natureza contrapõem-se, na verdade, aos interesses nacionais, na defesa dos quais essa Representação da ABI aqui manifesta o seu protesto, assim como a expectativa de que, de futuro, não venham a repetir-se".[6]
Reconhecidamente uma pessoa que, como Dalton Trevisan, adora o anonimato, era descrito por amigos como uma pessoa simples, afável e de ótimo humor.
As obras de Rubem Fonseca geralmente retratam, em estilo seco e direto, a luxúria e a violência urbana, em um mundo onde marginais, assassinos, prostitutas, miseráveis e delegados se misturam. A história através da ficção é também uma marca de Rubem Fonseca, como nos romances Agosto (seu livro mais famoso) em que retratou as conspirações que resultaram no suicídio de Getúlio Vargas, e em O Selvagem da Ópera em que retrata a vida de Carlos Gomes, ou ainda A Cavalaria Vermelha, livro de Isaac Babel retratado em Vastas Emoções e Pensamentos Imperfeitos.
Criou, para protagonizar alguns de seus contos e romances, um personagem antológico: o advogado Mandrake, mulherengo, cínico e imoral, além de profundo conhecedor do submundo carioca. Mandrake foi transformado em série para a rede de televisão HBO, com roteiros de José Henrique Fonseca, filho de Rubem, e o ator Marcos Palmeira no papel-título.
Foi casado por 42 anos com Théa Maud Komel (1928-1997)[7] e teve três filhos: Maria Beatriz, José Alberto e o cineasta José Henrique Fonseca.
Morte
editarRubem Fonseca sofreu um infarto em seu apartamento no bairro Leblon no dia 15 de abril de 2020. Foi socorrido no Hospital Samaritano, mas não resistiu e veio a falecer.[8]
Obras
editarRomances
editar- O Caso Morel (1973)
- A Grande Arte (1983)
- Bufo & Spallanzani (1986)
- Vastas Emoções e Pensamentos Imperfeitos (1988)
- Agosto (1990)
- O Selvagem da Ópera (1994)
- E do Meio do Mundo Prostituto Só Amores Guardei ao Meu Charuto (1997)
- O Doente Molière (2000)
- Diário de um Fescenino (2003)
- Mandrake, a Bíblia e a Bengala (2005)
- O Seminarista (2009)
- José (2011)
Contos
editar- Os Prisioneiros (1963)
- A Coleira do Cão (1965)
- Lúcia McCartney (1969)
- O Homem de Fevereiro ou Março (1973)
- Feliz Ano Novo (1975)
- O Cobrador (1979)
- Romance Negro e Outras Histórias (1992)
- O Buraco na Parede (1995)
- Histórias de Amor (1997)
- A Confraria dos Espadas (1998)
- Secreções, Excreções e Desatinos (2001)
- Pequenas Criaturas (2002)
- 64 Contos de Rubem Fonseca (2004)
- Ela e Outras Mulheres (2006)
- Axilas e Outras Histórias Indecorosas (2011)
- Amálgama (2013)
- Histórias Curtas (2015)
- Calibre 22 (2017)
- Carne Crua (2018)
Outros
editar- O Romance Morreu (crônicas, 2007)
Prêmios
editarAno | Prêmio | País | Categoria | Indicação |
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1969 | Prêmio Jabuti[9] | Brasil | Contos/Crônicas/Novelas | Lúcia McCartney |
1983 | Prêmio Jabuti[10] | Brasil | Romance | A Grande Arte |
1996 | Prêmio Jabuti[11] | Brasil | Contos/Crônicas/Novelas | Buraco na Parede |
2002 | Prêmio Jabuti[12] | Brasil | Contos e Crônicas | Secreções, Excreções e Desatinos |
2003 | Prêmio Camões | Portugal | − | conjunto da obra |
Prêmio de Literatura Latinoamericana y del Caribe Juan Rulfo[13] | México | |||
Prêmio Jabuti[14] | Brasil | Contos e Crônicas | Pequenas Criaturas | |
2012 | Prêmio Iberoamericano de Narrativa Manuel Rojas[15] | Chile | ||
Prêmio Literário Casino da Póvoa | Portugal | Bufo & Spallanzani | ||
2014 | Prêmio Jabuti[16] | Brasil | Contos e Crônicas | Amálgama |
2015 | Prêmio Machado de Assis[17] | Brasil | − | conjunto da obra |
- Coruja de Ouro pelo roteiro de Relatório de um homem casado, filme dirigido por Flávio Tambellini
- Kikito do Festival de Gramado, pelo roteiro de Stelinha, dirigido por Miguel Faria Jr.
- Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte pelo roteiro de A grande arte, filme dirigido por Walter Salles Jr.
- Prémio Rosalía de Castro do Centro PEN Galiza em 2004. [18]
Estilo literário
editarRubem Fonseca inaugurou algo novo na literatura brasileira contemporânea, que foi chamada, como brutalista, em 1975 através de Alfredo Bosi. Em seus contos e romances utiliza-se uma maneira de contar, na qual destacam-se personagens que são narradores. Várias das suas histórias (principalmente romances) são apresentadas na estrutura de uma narrativa policial com fortes elementos de oralidade. O fato de ter atuado como advogado, aprendido medicina legal, comissário de polícia, ter vivido no subúrbio do Rio de Janeiro teria contribuído para o escritor criar histórias do mundo parecido com o real dentro dessa linguagem direta. Provavelmente, devido a isso, vários de seus personagens de suas obra são (ou foram) delegados, inspetores, detetives particulares, advogados criminalistas, ou, ainda, escritores.
Além do tom bastante policial, em que existe - geralmente - um crime ou um mistério a ser desvendado, seus livros podem ser vistos como uma paródia do gênero policial tradicional, visto que os crimes do enredo são apenas "disfarces" de suas críticas a sua sociedade opressora do indivíduo. No gênero policial tradicional o mistério funciona como uma casca que encerra um caroço. Porém, a Rubem Fonseca interessa registrar o cotidiano terrível das grandes cidades e, simultaneamente, mostrar os dramas humanos desencadeados pelas ações transgressoras da ordem.
Persistem, apesar disso, algumas semelhanças entre literaturas de outros escritores, como Sir Arthur Conan Doyle (criador de Sherlock Holmes), que ele insere nos em sua obra , e fundir ela com seu jeito de escrever. Em ambos os autores, o enigma inicial fica por conta de um crime (na maioria das vezes, um homicídio) que gera toda um drama, mistério e tensão e fará com que o leitor se interesse pelo livro.
Outra semelhança, é o primeiro passo do investigador, (seja ele comum ou especialista, como Sherlock Holmes, Mandrake, Guedes, Mattos, etc.), que é quando o detetive vai ao local do crime em busca dos primeiros indícios que ajudaram no desencadeio do processo investigativo.
O que mais chama atenção na obra de Rubem Fonseca é a mentalidade dos bandidos. Em nenhum momento eles se sentem remorso ou culpa. São perversos e frios, venham dos estratos superiores ou das camadas populares. A relação entre herói e bandido está presente em seus livros, contudo, não é possível identificar exatamente quem é, pois seus personagens são muitos parecidos, fazendo com que, o leitor ache que todos sejam vilões.[19]
Referências
- ↑ «Prêmio Camões de Literatura». Brasil: Fundação Biblioteca Nacional. Cópia arquivada em 16 de Março de 2016
- ↑ Fonseca, R. (1990). Agosto, Editora Planeta, pág. 2.
- ↑ a b Fonseca, Rubem (30 de junho de 1961). «IPES». Jornal do Brasil. 1o Caderno (terça feira): Opinião p.11
- ↑ «Arquivo Nacional». FUNDO: Divisão de Segurança e Informações do Ministério da Justiça - BR_RJANRIO_TT, arquivo BR_RJANRIO_TT_0_MCP_PRO_0695_d0001de0001.pdf
- ↑ «Arquivo Nacional». FUNDO: Divisão de Segurança e Informações do Ministério da Justiça - BR_RJANRIO_TT, arquivo: BR_RJANRIO_TT_0_MCP_PRO_0757_d0001de0001.pdf
- ↑ «Arquivo Nacional». FUNDO: Divisão de Censura de Diversões Públicas - BR_DFANBSB_NS, arquivo:BR_DFANBSB_NS_AGR_COF_MSC_0133_d0001de0001.pdf
- ↑ «Thea Maud Komel Fonseca, mulher do escritor Rubem Fonseca. Tradutora talentosa.». O Explorador. 29 de julho de 2009. Consultado em 15 de agosto de 2020
- ↑ Jardim, Lauro (15 de abril de 2020). «Aos 94 anos, morre Rubem Fonseca». O Globo. Consultado em 15 de abril de 2020
- ↑ Camara Brasileira do Livro (30 de abril de 2014). «Prêmio 1969». Consultado em 27 de junho de 2019
- ↑ Camara Brasileira do Livro (30 de abril de 2014). «Prêmio 1983». Consultado em 27 de junho de 2019
- ↑ Camara Brasileira do Livro (18 de outubro de 2014). «Prêmio 1996». Consultado em 27 de junho de 2019
- ↑ Camara Brasileira do Livro (30 de abril de 2014). «Prêmio 2002». Consultado em 27 de junho de 2019
- ↑ Gazeta Digital (6 de agosto de 2003). «Prêmio celebra obra de Rubem Fonseca». Consultado em 27 de junho de 2019
- ↑ Camara Brasileira do Livro (30 de abril de 2014). «Prêmio 2003». Consultado em 27 de junho de 2019
- ↑ Folha de S.Paulo (28 de setembro de 2012). «Rubem Fonseca recebe o Prêmio Ibero-Americano Manuel Rojas». Consultado em 27 de junho de 2019
- ↑ Jornal do Comércio (16 de outubro de 2014). «Bernardo Carvalho e Rubem Fonseca levam Prêmio Jabuti; veja a lista dos vencedores». Consultado em 27 de junho de 2019
- ↑ Globo.com (16 de julho de 2015). «Rubem Fonseca recebe o Prêmio Machado de Assis da ABL». Consultado em 27 de junho de 2019
- ↑ «O PEN clube entregou os premios Rosalía de Castro ás literaturas ibéricas». La Voz de Galicia (em galego). 30 de setembro de 2004. Consultado em 12 de dezembro de 2020
- ↑ Fernanda Cardoso, Fernanda (2016). «RUBEM FONSECA: VIOLENTO, ERÓTICO E, SOBRETUDO, SOLITÁRIO». www.unicamp.br. Consultado em 26 de agosto de 2020
Bibliografia crítica
editar- BARROS, Fellipe Ernesto. Do repugnante ao belo: o excremento como sublime em Copromancia, de Rubem Fonseca. Monografia (Trabalho de conclusão de curso), UFAL, Maceió, 2010.
- JESUS, Manuela Sena de. De amor e dor: Eros e Thanatos em contos de Rubem Fonseca. Dissertação (Mestrado em Literatura Brasileira), UEFS, Feira de Santana, 2005.
- MEDEIROS, Leonardo Barros. A representação do real em Rubem Fonseca: Agosto entre o histórico e o policial. Dissertação (Mestrado em Letras Vernáculas), UFRJ, Rio de Janeiro, 2013.
- MORAIS JUNIOR, Luis Carlos de. "O mago artificial", in O Estudante do Coração. Rio de Janeiro: Quártica, 2010.
- PEREIRA, Francisco Afrânio Câmara. Por dentro da cidade: solidão e marginalidade em Rubem Fonseca. Tese (Doutorado em Estudos da Linguagem), UFRN, Natal, 2011.
- PEREIRA, Francisco Afrânio Câmara. Livro de ocorrências: caminhos do amor e do ódio na obra de Rubem Fonseca. Dissertação (Mestrado em Letras), UFPB, João Pessoa, 1997.
- PETROV, Petar Dimitrov. O Realismo na Ficção de José Cardoso Pires e Rubem Fonseca. Lisboa: Algés, 2000.
- POLESSA, Maria Luiza de Castro. Rubem Fonseca: Retratos e Conversas. Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1986.
- SANTOS, Rosa Maria dos. O Conto Policial em Poe e Rubem Fonseca. Universidade Estadual Paulista, São José do Rio Preto, 1998.
- SILVERMAN, Malcolm. "Rubem Fonseca", págs. 261-277, in Moderna Ficção Brasileira 2. Ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira/MEC, 1981.
- SILVA, Deonísio da. Rubem Fonseca. Coleção Perfis do Rio. Rio de Janeiro: Relume-Dumará/Rio Arte, 1996.
- TELLO Garrido, Romeo. La Violencia como Estética de la Misantropia. Cuatro Acercamientos a la Obra de Rubem Fonseca. México, 1993.
- VÁLIO, Simone Cristina. Embates na arena de papel: o "jogo" narrativo dos contos de Rubem Fonseca. 2008. 227 p. Tese (Doutorado em Teoria e História Literária) – Instituto de Estudos da Linguagem, Unicamp, 2008.
- VIEGAS, Ana Cristina Coutinho. Campos Recepcionais na Obra de Rubem Fonseca. Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1998.
- VIEIRA, Nelson H. An ‘Uncanny’ Vision of Art and Reality in Brazil: Rubem Fonseca’s Bufo & Spallanzani. Brown University, /n/d/
Ligações externas
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Precedido por Maria Cecilia Caldeira |
Prêmio Jabuti - Contos /Crônicas /Novelas 1970 |
Sucedido por Ricardo Ramos |
Precedido por José J. Veiga |
Prêmio Jabuti - Romance 1984 |
Sucedido por João Ubaldo Ribeiro |
Precedido por Dalton Trevisan, Regina Rheda e Victor Giudice |
Prêmio Jabuti - Contos 1996 |
Sucedido por Marina Colasanti, Silviano Santiago e Antônio Carlos Villaça |
Precedido por Fernando Sabino |
Prêmio Jabuti - Contos e Crônicas 2003 |
Sucedido por Sergio Sant’Anna |
Precedido por Maria Velho da Costa |
Prêmio Camões 2003 |
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