Sanções internacionais durante a Guerra Russo-Ucraniana

sanções contra a Rússia após a anexação da Crimeia no início de 2014

As sanções internacionais durante a Guerra Russo-Ucraniana são uma série de sanções contra a Rússia e a Crimeia instituídas a partir de 2014 pelos Estados Unidos, União Europeia (UE) e por outros países ocidentais. Depois da invasão à Ucrânia em 2022, um grande conjunto de novas sanções foram impostas.

Mapa dos países que implementaram sanções contra a Rússia:
  Países que introduziram sanções
  Países da União Europeia que introduziram sanções coletivamente

Atualmente, a Rússia é o país sob algumas das mais pesadas sanções econômicas da história.[1] Como resultado, a economia sofreu forte retração, a inflação subiu, empresas internacionais anunciaram boicotes à nação e os índices de qualidade de vida se retraíram.[2] No geral, as sanções tiveram um impacto na queda de produtividade e retração do PIB, porém especialistas apontaram que a economia russa se mostrou mais resistente do que o esperado, com o PIB do país caindo menos de 4%. Vladimir Putin havia preparado a economia do seu país por quase uma década, estocando microchips e matérias primas. Uma das áreas mais afetadas foi o setor de manufatura, que teve um impacto considerável. A inflação também ficou acima de 11%, enquanto os déficits das contas públicas dispararam.[3]

Primeiras sanções

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 Ver artigo principal: Guerra Russo-Ucraniana

As sanções internacionais foram impostas durante a intervenção militar da Rússia na Ucrânia, que começou no final de fevereiro de 2014. As sanções, aplicadas pelos Estados Unidos, União Europeia e outros países e organizações internacionais visam indivíduos, empresas e funcionários russos.[4] Após essas sanções, a Rússia implementou contra-sanções, incluindo um embargo alimentar em 2014 contra vários países, incluindo a proibição total das importações de alimentos da UE, Estados Unidos, Noruega, Canadá e Austrália.[5]

As sanções da União Europeia e dos Estados Unidos continuam em vigor desde maio de 2019.[6] Em dezembro de 2019, a UE anunciou a extensão das sanções até 31 de julho de 2020.[7] Em dezembro de 2020, a UE prorrogou novamente as sanções até 31 de julho de 2021.[8]

As sanções contribuíram para o colapso do rublo russo e para a crise financeira russa.[9] Também causaram danos econômicos a vários países da UE, com perdas totais estimadas em 100 bilhões de euros (em 2015).[10] Em 2014, o Ministro das Finanças da Rússia anunciou que as sanções custaram à Rússia $ 40 bilhões, com outra perda de $ 100 bilhões em 2014 devido à queda no preço do petróleo no mesmo ano impulsionada pelo excesso de petróleo em 2010.[11] Após as últimas sanções impostas em agosto de 2018, as perdas econômicas incorridas pela Rússia chegam a cerca de 0,5 a 1,5% do crescimento do PIB precedente.

Além das sanções, o presidente russo Vladimir Putin acusou os Estados Unidos de conspirar com a Arábia Saudita para enfraquecer intencionalmente a economia russa ao diminuir o preço do petróleo.[12] Em meados de 2016, a Rússia havia perdido cerca de $ 170 bilhões devido a sanções financeiras, com outros $ 400 bilhões em receitas perdidas de petróleo e gás.[13]

De acordo com autoridades ucranianas (Liubov Nepop, o Chefe da Missão Ucraniana na UE, e Petro Poroshenko, o presidente da Ucrânia) as sanções forçaram a Rússia a mudar sua abordagem em relação à Ucrânia e prejudicaram os avanços militares russos na região.[14][15] Representantes desses países afirmam que suspenderão as sanções contra a Rússia somente depois que Moscou cumprir os acordos de Minsk II.[16][17][18]

Novas sanções

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Seguindo-se à escalada do conflito com a invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia em 2022, um grande conjunto de novas sanções foi imposto pelos Estados membros da OTAN e da União Europeia, e outros países como o Japão, Austrália, Nova Zelândia, Taiwan e Suíça, com o objetivo de exercer pressão sobre suas finanças, energia, transportes e comércio.[19] Entre elas:

 
Áreas em rosa mostram as regiões ocupadas pela Rússia na Ucrânia em 2022
  • Fechamento do espaço aéreo da União Europeia, dos Estados Unidos e Canadá para todas as aeronaves da Rússia.[20]
  • Severa limitação ao acesso do Banco Central da Rússia às suas reservas internacionais e término de todas as operações da União Europeia com o BCR.[21]
  • Exclusão de vários dos principais bancos russos do sistema bancário internacional SWIFT,[21] uma rede de alta segurança que facilita os pagamentos entre cerca de 11 mil instituições financeiras em 200 países. Vários bancos russos foram proibidos de operar em diversos países.[19]
  • Bloqueio das transmissões na UE das mídias russas Russia Today e Sputnik.[21]
  • Sanções financeiras, incluindo congelamento de depósitos bancários e imobilização de bens, contra oligarcas e políticos russos,[20] incluindo o presidente Putin, o primeiro ministro Mikhail Mishustin e o ministro das relações exteriores Sergey Lavrov,[19] e mais 351 parlamentares russos que votaram a favor do reconhecimento das regiões separatistas ucranianas de Donetsk e Luhansk como estados independentes.[22]
  • Sanções contra empresas russas que produzem aviões de combate, drones, tanques, armamentos e sistemas eletrônicos usados na guerra.[20]
  • Término do contrato do gasoduto Nord Stream 2 que deveria levar gás russo para a Alemanha.[20]
  • O Banco Mundial encerrou todos os seus programas na Rússia.[23]
  • Todos os membros do Conselho Ártico para cooperação na região circumpolar suspenderam sua participação no colegiado, salvo a Rússia, que em 2022 ocupava a presidência.[24]
  • A Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear removeu a Rússia da condição de observadora, proibiu sua participação nas reuniões, e por tempo indeterminado suspendeu todas as futuras colaborações.[25]
  • A Comissão Europeia suspendeu todos os financiamentos em vigor para instituições russas de pesquisa e inovação e todos os planos para projetos futuros.[26] Paralelamente, a Associação Universitária Europeia aconselhou que todas as suas afiliadas revisem seus projetos com instituições e universidades russas para garantir que somente sejam levadas a efeito colaborações com entidades que compartilhem dos valores europeus, e suspendeu 12 universidades russas cujos reitores se posicionaram a favor da guerra.[27]
  • A Agência Espacial Europeia congelou até segunda ordem seu programa de colaboração com a Rússia para lançamento da sonda ExoMars.[28]

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que "a União Europeia e seus parceiros estão trabalhando para minar a capacidade de Putin financiar sua máquina de guerra".[29] Segundo o economista Liam Peach, cerca de 50% das reservas russas de capital ficaram indisponíveis,[30] e de acordo com Bruno Le Maire, ministro das finanças da França, o total de verbas congeladas chega a um trilhão de dólares.[31] A nova rodada de sanções, considerada sem precedentes pelo seu rigor e alcance,[31][32] começou a produzir efeitos negativos sobre a economia russa imediatamente. O rublo desvalorizou em uma taxa recorde de 40% em relação ao dólar, a Bolsa de Moscou fechou temporariamente, e o Banco Central elevou suas taxas de juros em 20% e decretou uma série de outras medidas emergenciais para equilibrar o rublo e impedir um saque desenfreado de depósitos.[31][30] Foi noticiada uma corrida de clientes para sacar em caixas automáticos, a maior demanda por dinheiro vivo desde 2020.[29] Estoques de ações russas foram vendidos em larga escala. O maior banco do país, o Sberbank, deixou de operar na Europa e viu suas ações caírem mais de 95% na Bolsa de Londres. As ações de outros grandes bancos do país, incluindo Rosneft e Lukoil, também caíram.[32] A Federação Mundial de Bolsas de Valores suspendeu todos os seus membros russos e afiliados.[33]

O Banco Central da Rússia declarou que "o sistema bancário russo é estável, tem capital e liquidez suficientes para funcionar sem problemas em qualquer situação. Todos os fundos dos clientes nas contas estão seguros e disponíveis a qualquer momento".[29] Clemens Grafe, economista da Goldman Sachs, avaliou que "embora anteriormente o BCR pudesse contar com suas reservas para suavizar qualquer volatilidade temporária no rublo, não é mais capaz de fazê-lo".[30] Para Sergei Guriev, antigo economista-chefe do Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento, as sanções impostas recentemente contra a Rússia provavelmente significarão, no longo prazo, um êxodo de investidores estrangeiros, perda de acesso a tecnologias e fuga de capital humano.[34] Outras análises preveem um importante declínio na economia russa, sendo esperada uma alta taxa de inflação e expressiva contração do PIB, embora ainda haja muita incerteza devido a uma situação geopolítica ainda instável.[30]

Uma série de companhias privadas também se integrou voluntariamente ao movimento de sanções limitando ou encerrando suas operações na Rússia ou com a Rússia.[35] As redes de cartão de crédito Mastercard e Visa, por exemplo, bloquearam as operações com diversas instituições ligadas à Rússia.[36] As companhias de pagamentos online PayPal,[37] Google Pay e Apple Pay[38] também encerraram suas atividades na Rússia, assim como empresas de entretenimento como a Disney, Warner Bros e Sony Pictures Entertainment interromperam a divulgação de novos filmes.[39] As empresas automotivas Ford, General Motors, Jaguar, Volvo, Renault, Harley-Davidson, Daimler, entre outras, encerraram suas vendas e operações na Rússia.[40][41][42] Grandes empresas de tecnologia, como a Apple, Oracle, SAP SE, Ericsson, Microsoft, Dell, entre outras, participam do boicote,[43][44][45][46][42] bem como corporações de alimentos e bebidas tais como a PepsiCo,[47] Nestlé,[48] Burger King,[49] Unilever,[50] Kellogg’s, McDonald’s, Coca Cola e Starbucks.[51] Em diversos países produtos russos foram removidos de redes de supermercados, bares e restaurantes.[52][53][54][55][56] Facebook, TikTok e YouTube baniram canais de comunicações estatais russos de suas plataformas, a fim de limitar a campanha de desinformação do governo russo sobre o conflito.[57]

 
Manifestação popular contra a guerra em Nice, na França

Até 16 de março cerca de 400 grandes corporações haviam suspendido ou limitado seus negócios com a Rússia.[33] Para Jeffrey Sonnenfeld, deão da Yale School of Management, embora esse boicote possa trazer significativos prejuízos para as companhias que se retiram, existe um forte componente em termos de reputação pública que serve como incentivo. Uma pesquisa da consultoria Morning Consult revelou que mais de 75% dos norte-americanos estão exigindo que as corporações cortem seus laços com a Rússia, e uma recusa poderia significar condenação pública. Tem sido feitas críticas a respeito da possibilidade de essas sanções e boicotes prejudicarem seriamente o povo russo, que não está diretamente envolvido na guerra, mas Sonnenfeld assinalou que exemplos históricos evidenciaram a força desse tipo de medidas para ajudar a resolver conflitos. Desmond Tutu afirmou que as sanções contra a África do Sul foram essenciais para mostrar ao público em larga escala que o regime racista do apartheid não tinha futuro, levando por fim à queda do governo, e a historiadora Norma Cohen referiu que bloqueios de capital foram fundamentais para a vitória dos Aliados na II Guerra Mundial.[58]

Muitos comitês e federações esportivas internacionais se juntaram ao boicote banindo as equipes russas de suas competições ou suspendendo eventos no país, como o Comitê Olímpico Internacional,[59] a Associação Internacional dos Jogos Mundiais,[60] Federação Internacional de Futebol, União das Associações Europeias de Futebol,[61] Federação Internacional do Automóvel (incluindo as competições de Fórmula 1),[62] Federação Internacional de Ginástica,[63] União Ciclista Internacional, Federação Internacional de Tênis, Federação Internacional de Halterofilismo, União Internacional de Patinagem, Organização Mundial de Boxe, Federação Internacional de Boxe, Associação Internacional de Federações de Atletismo, entre outras.[33]

Ver também

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Referências

  1. «Russia becomes the world's most sanctioned country, surpassing Iran and North Korea». ABC.net.au. Consultado em 23 de abril de 2022 
  2. «How sanctions are pinning down the Russian economy». NPR. Consultado em 23 de abril de 2022 
  3. «The Sanctions on Russia Are Working». Foreignaffairs.com. Consultado em 24 de fevereiro de 2023 
  4. Overland, Indra; Fjaertoft, Daniel (2015). «Financial Sanctions Impact Russian Oil, Equipment Export Ban's Effects Limited». Oil and Gas Journal. 113 (8): 66–72. Cópia arquivada em 22 de fevereiro de 2018 
  5. «Rússia prolonga embargo alimentar ao Ocidente por outro ano». Agencia EFE. 20 de setembro de 2021 
  6. «INSIGHT: Russia Sanctions». www.skuld.com. SKULD, Oslo. Cópia arquivada em 2 de Julho de 2018 
  7. «Russia: EU prolongs economic sanctions by six months». consilium.europa.eu. European Council 
  8. «Russia: The EU prolongs economic sanctions for another six months» 
  9. "Russia’s rouble crisis poses threat to nine countries relying on remittances Arquivado em 2016-12-09 no Wayback Machine ". The Guardian. 18 de janeiro de 2015.
  10. Sharkov, Damien (19 de Junho de 2015). «Russian sanctions to 'cost Europe €100bn'». Newsweek.com. Cópia arquivada em 2 de Junho de 2017 
  11. Smith, Geoffrey. "Finance Minister: oil slump, sanctions cost Russia $140 billion a year." 24 de Novembro de 2014.
  12. Владимир Путин: мы сильнее, потому что правы.
  13. Pettersen, Trude. "Russia loses $600 billion on sanctions and low oil prices." The Barents Observer. Maio de 2016.
  14. "When the sanctions regime appeared to cost almost nothing to EU trade volume... together with Ukrainian resistance, it forced Russia to change its approach towards Ukraine... So far, an approach comprised of EU unity and strong solidarity with Ukraine, as well as resistance and reforms implementation, has proved to be the most efficient way to stop Russian military advances." – Liubov Nepop, the Head of the Ukrainian Mission to the EU (source Arquivado em 2015-10-01 no Wayback Machine)
  15. "... sanctions and heroism of our warriors are the key elements of deterring the Russian aggression" --the president of Ukraine Petro Poroshenko (source Arquivado em 2016-01-13 no Wayback Machine )
  16. «Obama calls on NATO, EU to boost support for Ukraine». Unian.info. 8 de Julho de 2016. Cópia arquivada em 9 de Julho de 2016 
  17. «Austrian foreign minister calls for improving relationship with Moscow». Reuters. 19 de Junho de 2016. Cópia arquivada em 17 de Abril de 2017 
  18. «Sanctions to be lifted from Russia after implementation of Minsk Agreements – Nuland». Interfax-Ukraine. 18 de Maio de 2016. Cópia arquivada em 19 de Maio de 2016 
  19. a b c Toh, Michelle et al. "The list of global sanctions on Russia for the war in Ukraine". CNN Business, 28/02/2022
  20. a b c d "Ukraine war: What sanctions have been imposed on Russia and what could come next?" Euronews, 05/03/2022
  21. a b c "EU restrictive measures in response to the crisis in Ukraine". General Secretariat of the Council of the European Union, 2014-2022
  22. "Ukraine crisis: EU agrees to Russia sanctions package". Deutsche Welle, 22/02/2022
  23. Shalal, Andrea. "World Bank halts all programs in Russia, Belarus". Reuters, 02/03/2022
  24. [state.gov/joint-statement-on-arctic-council-cooperation-following-russias-invasion-of-ukraine/ "Joint Statement on Arctic Council Cooperation Following Russia's Invasion of Ukraine"]. United States Department of State, 03/03/2022
  25. "CERN Council responds to Russian invasion of Ukraine". CERN, 08/03/2022
  26. Zubașcu, Florin. "EU suspends research payments to Russian partners". Science Business, 02/03/2022
  27. "EUA Suspends Membership of 12 Russian Universities Following Statement by University Leaders". European University Association, 07/03/2022
  28. "N° 6–2022: ESA statement regarding cooperation with Russia following a meeting with Member States on 28 February 2022". ESA, 28/02/2022
  29. a b c Jordan, Dearbail. "Russia central bank urges calm amid cash run fears". BBC, 27/02;2022
  30. a b c d Thompson, Mark; Chernova, Anna; Cotovio, Vasco. "Russia faces financial meltdown as sanctions slam its economy" CNN, 28/02/2022
  31. a b c Riley, Charles. "The West's $1 trillion bid to collapse Russia's economy". CNN, 01/03/2022
  32. a b Smith, Elliot. "The West is trying to destroy Russia’s economy. And analysts think it could succeed". CNBC, 03/03/2022
  33. a b c "400 Companies Have Withdrawn from Russia—But Some Remain". Yale School of Management, 16/03/2022
  34. Guriev, Sergei. "The Implications of Sanctions on the Russian Economy". Bendhem Center for Finance, Princeton University, 03/03/2022
  35. "Sanctions on Russia: asset managers are making a disorderly retreat"]. Financial Times, 01/03/2022
  36. Ponnezhath, Maria. "Visa, Mastercard block Russian financial institutions after sanctions". Reuters, 01/03/2022
  37. Dave, Paresh. "PayPal shuts down its services in Russia citing Ukraine aggression". Reuters, 05/03/2022
  38. Sundaravelu, Anugraha. "Russians cut off from Apple Pay and Google Pay". Metro, 28/02/2022
  39. Chmielewski, Dawn. "Disney, Warner Bros., Sony pausing film releases in Russia over Ukraine invasion". Reuters, 01/03/2022
  40. Inman, Phillip & Rankin, Jennifer. "Sanctions and boycotts: how the west has responded to the invasion of Ukraine". The Guardian, 02/03/2022
  41. Rauwald, Christoph. "Daimler Truck Halts Business Activities in Russia Over War". Bloomberg, 03/03/2022
  42. a b Needleman, Sarah E. "Dell Halts Sales in Russia". The Wall Street Journal, 01/03/2022
  43. Swanson, Ian. "Apple halts product sales in Russia". The Hill, 01/03/2022
  44. "Oracle suspends operations in Russia, SAP pauses sales". Reuters, 02/03/2022
  45. Moss, Sebastian. "Ericsson suspends deliveries to Russia, is evaluating business there". Datacenter Dynamics, 03/03/2022
  46. "Microsoft suspends sales in Russia as Western sanctions tighten". Reuters, 04/03/2022
  47. "PepsiCo suspends production and sale of Pepsi-Cola and other global beverage brands in Russia". PepsiCo, 03/08/2022
  48. "Nestle suspends capital investment in Russia". Reuters, 09/03/2022
  49. Lucas, Amelia. "Burger King halts corporate support for its 800-plus franchised locations in Russia". CNBC, 10/03/2022
  50. Jope, Alan. "Updated Unilever statement on the war in Ukraine". Unilever, 07/03/2022
  51. "Four Michigan companies join exodus withdrawing from Russia while others remain". Michigan Live, 10/03/2022
  52. "Supermarket chains removing Russian-origin products from shelves". ERR News, 25/02/2022
  53. "Canadian liquor stores remove Russian vodka from shelves after Ukraine invasion". Reuters, 26/02/2022
  54. "Finnish retailers pull Russian products from shelves". YLE News, 28/02/2022
  55. Jensen, Marie. "Danske supermarkeder fjerner alle russiske varer fra hylderne". TV2, 26/02/2022
  56. Aidone, David. "ALDI and Coles are the latest companies to boycott Russian liquor. More are set to follow". SBS, 01/03/2022
  57. Fields, Samantha. "Facebook, TikTok and YouTube ban Russian state media channels". Market Place, 01/03/2022
  58. Sonnenfeld, Jeffrey. "The Great Business Retreat matters in Russia today–just as it mattered in 1986 South Africa". Fortune, 07/03/2022
  59. "IOC, FIFA clamp down on Russian and Belarussian athletes and teams". The Washington Post, 28/02/2022
  60. "IWGA Bans Russian and Belarusian Athletes and Officials from The World Games 2022 Competition". The World Games, 01/03/2022
  61. "FIFA and UEFA suspend Russia from international football". Al Jazeera, 28/02/2022
  62. Moxon, Daniel. "FIA confirms F1 consequences for Russia and Nikita Mazepin amid Ukraine invasion". Mirror, 01/03/2022
  63. "FIG decision regarding the conflict in Europe". International Gymnastics Federation, 26/02/2022

Ligações externas

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