Sanga (budismo)
Sangha ou sanga[1] (em páli, saṅgha; em sânscrito, संघ saṃgha) é uma palavra em páli ou sânscrito que pode ser traduzida aproximadamente como "associação", "assembleia" ou "communidade" com um objetivo, visão ou propósito comuns, "ordem religiosa".[1] Pode ser considerada de três formas:[2][3]
- A comunidade monástica de discípulos do Buddha;[1]
- Aqueles que atingiram algum estágio de iluminação (também Arya-Sangha);
- Todos os seguidores do Buddha (menos comum);
Tradição monástica
editarA Sangha monástica foi originalmente estabelecida por Gautama Buddha no século V a.C., para fornecer meios para aqueles que quisessem praticar o Dhamma em tempo integral, se submetendo a uma disciplina e livre das limitações da vida leiga. A Sangha também preenche o papel de preservar os ensinamentos do Buddha e fornecer suporte espiritual para a comunidade leiga.
O monasticismo estabelecido pelo Buddha no Vinaya contém um elaborado conjunto de regras, incluindo etiqueta, relação com os leigos, respeito aos membros mais antigos e penalidades para transgressões[4]. O registro mais tradicional dessas regras é encontrado no budismo Teravada (linhagem dos anciãos), através do Cânon Páli. Com a dispersão do budismo através de diversos países, as regras originais foram modificadas ou abandonadas, enquanto outras novas foram adotadas. Dois dos pontos mais discrepantes são o celibato, primordial na Sangha Theravada, entretanto não adotado em alguns grupos Mahayana[5], e o vegetarianismo, essencial em muitas tradições Mahayana, mas que não tem respaldo na tradição Theravada[6]. Entretanto, tais diferenças só podem ser realmente compreendidas através da análise do contexto cultural e histórico em que ocorreram.
As roupas eram, originalmente, os mantos "açafrão", ainda comuns principalmente no Sri Lanka, Tailândia e outros, mas, com a migração para outras regiões, a vestimenta sofreu modificações maiores, como pode ser visto no Zen.
Seres nobres
editarA referência à Sangha como "Arya-Sangha" (Sangha de Nobres) é a terceira joia da "Joia Tríplice", ou "três refúgios".[7] É formada por aquelas pessoas, monges ou não, que tenham atingido um estágio de iluminação. É considerado que essas pessoas tenham "entrado na corrente do Dhamma".[8] Referir-se a elas seria comparável a referir-se ao Buddha ou à essência do Dhamma.
Sangha como comunidade geral
editarDentro do contexto de algumas tradições, é considerado equivocado referir-se ao conjunto total de discípulos do Buddha como "Sangha", pois esse uso do termo não teria respaldo nas escrituras, preferindo-se, para esse caso, o uso dos termos parisa ou gana.
O movimento religioso moderno Soka Gakkai, derivado do budismo Nitiren, interpreta o uso do termo 'Samgha' como referente a todos os que praticam o budismo corretamente.[9]
Ver também
editarReferências
- ↑ a b c Darmapada: a doutrina budista em versos. Tradução de Fernando Cacciatore de Garcia. Porto Alegre, RS. L & PM Editores. 2010. p. 40.
- ↑ http://www.acessoaoinsight.net/arquivo_textos_theravada/significado_sangha.php
- ↑ http://www.acessoaoinsight.net/glossario.php#sangha
- ↑ http://www.acessoaoinsight.net/glossario.php#vinaya
- ↑ http://www.monjacoen.com.br/entrevistas/38-entrevistas/54-entrevista-com-coen-sensei-monja-zen-budista entrevista com monja Coen
- ↑ http://www.acessoaoinsight.net/sutta/MN55.php explica o consumo de carne na perspectiva Theravada
- ↑ http://ktc.org.br/artigos/budismo/a-razao-de-se-tomar-refugio/
- ↑ http://ratnaghosa.fwbo.net/sanghatwo.html
- ↑ «Cópia arquivada». Consultado em 29 de julho de 2015. Arquivado do original em 4 de março de 2016