Sarakin
Sarakin (サラ金?) é um termo japonês para um agiota legal que faz empréstimos não garantidos a juros altos. É uma contração das palavras japonesas para salaryman e empréstimo (kin'yu (金融?)). Um agiota ilegal que cobra taxas de juros maiores que o máximo permitido legalmente é chamado de yamikin, uma abreviação para Finanças Negras (Yami Kinyu) sendo que muitos deles emprestam a 10% por 10 dias.
Por volta de 14 milhões de pessoas, ou 10% da população japonesa, pegaram dinheiro emprestado de um sarakin. No total, há cerca de 10 000 firmas (abaixo das 30 000 uma década atrás). No entanto, as sete maiores firmas correspondem a 70% do mercado. O valor do total de empréstimo em curso é de R$ 100 bilhões. Os maiores sarakin são conhecidos publicamente e muitas vezes aliados com os grandes bancos.[1]
O sarakin preenche um nicho importante na sociedade japonesa. O empréstimo aos consumidores e pequenos negócios há muito tempo tem sido um ponto fraco do sistema financeiro japonês. Embora a economia tradicionalmente tenha sido dominada pelos bancos, os bancos preferiam emprestar a grandes empresas com fortes garantias (terras e propriedades) ao invés de indivíduos ou pequenas empresas. As técnicas de avaliação de risco de crédito subdesenvolvidas dos bancos também restringiram a entrada deles no consumo e no financiamento de pequenos negócios.[2] Assim, onde os consumidores pegarem emprestado de um banco é considerado vergonhoso e muitas vezes exige um fiador, as dívidas do sarakin podem ser tão pequenas quanto $ 100, os tomadores precisam de identificação mas não de garantia, e as transações em quiosques parecidos com caixas automáticos levam apenas alguns minutos. As taxas dos empréstimos costumam ser de até 29,2%, dado que as taxas de juros oficiais estão próximas a zero. Após um protesto sobre os altos níveis de dívidas e táticas de repagamento, uma lei em 2006 limitou as taxas de juros em 20% em 2010 e regulou os métodos de cobrança. Os empréstimos também não era permitidos exceder a um terço de um salário anual.[1]
Problemas com agiotas
editarAs técnicas rigorosas e muitas vezes violentas de cobrança praticadas pelos sarakin, combinadas com a importância da cultura de poupança, levaram muitos donos de pequenos negócios a se desesperar e se suicidar no Japão alcançando uma das maiores taxas no mundo.[2] Muitos sarakin costumavam ser afiliados a grupos do crime organizado (yakuza) e escândalos estouraram no início da década de 1980, devido a seus métodos controversos métodos de cobrança, tais como aparecer em funerais ou casamentos para exigir dinheiro ou usar um megafone em frente de casas, escolas ou locais de trabalho.[3] Essas ações levaram ao termo sarakin-jigoku, ou "inferno do agiota", ser cunhado pela mídia e a legislação que definiu o código de conduta para a cobrança de dinheiro.
Lista de empresas
editarVer também
editarReferências
- ↑ a b "Lenders of first resort", The Economist, 22 de maio de 2008. Acessado em 19 de junho de 2009.
- ↑ a b Oxford Analytica. "Japan Pursues Consumer Finance Reform". Forbes.com, 21 de agosto de 2007. Acessado em 19 de junho de 2009.
- ↑ Sterngold, James."Japan's Loan Sharks Make Good Money in Bad Times". The New York Times, 22 de dezembro de 1993. Acessado em 19 de junho de 2009.