Sebastiano Conca
Sebastiano Conca (8 de janeiro de 1680–1 de setembro de 1764 (84 anos)) foi um pintor italiano do período barroco.
Sebastiano Conca | |
---|---|
Nascimento | 8 de janeiro de 1680 Gaeta |
Morte | 1 de setembro de 1764 (84 anos) Nápoles |
Cidadania | Itália |
Ocupação | pintor, desenhista |
Obras destacadas | Allegory of Fame, Boreas Abducting Oreithyia, Sketch for Sepulchrers |
História
editarSebastiano nasceu em Gaeta, na época parte do Reino de Nápoles, e estudou em Nápoles com Francesco Solimena. Em 1706, junto com seu irmão Giovanni Conca, que atuava como seu assistente, mudou-se para Roma, onde trabalhou por muito tempo apenas com giz para aprimorar sua técnica no desenho. Ele era patrocinado pelo cardeal Ottoboni, que o apresentou ao papa Clemente XI que, por sua vez, encomendou-lhe o bem recebido "Jeremias" para decorar a Arquibasílica de São João de Latrão. Ele também pintou uma "Assunta" para a igreja Santi Luca e Martina em Roma.[1]
Logo em seguida, Conca foi feito cavaleiro pelo papa. Ele colaborou com Carlo Maratta na "Coroação de Santa Cecília" (1721-4) para Santa Cecilia in Trastevere. Sebastiano foi eleito em 1718 para a Accademia di San Luca, da qual foi diretor entre 1729 e 1731 e principe em 1732 depois de Camillo Rusconi.[2] Foi reeleito para a função entre 1739 e 1741.
Arte
editarSua pintura foi fortemente influenciada pelo pintor barroco Luca Giordano. Entre seus pupilos estão Pompeo Batoni, Andrea Casali, Placido Campoli, Corrado Giaquinto, Gregorio Giusti,[3] Gaetano Lapis, Salvatore Monosilio, Litterio Paladini,[4] Francesco Preziao, Rosalba Maria Salvioni, Gasparo Serenari, Agostino Masucci,[5] Domenico Giomi[6] e o pintor religioso bávaro Franz Georg Hermann. O irmão de Sebastiano, Giovanni Conca (m. 1764), pintou a principal peça-de-altar da "Madona do Rosário e São Domingos" para San Domenico.[7]
Ele foi universalmente aclamado e patrocinado em sua época. Trabalhou um tempo para a família Saboia em Turim, no Oratório de São Filipe e Santa Teresa, em Venaria (1721-5), para a Basilica di Superga (1726) e no Palácio real (1733). Pintou também os afrescos da "Probatica" (piscina de Siloé), no Ospedale di Santa Maria della Scala de Siena. Em Gênova, pintou grandes telas alegóricas para o Palazzo Lomellini-Doria (1738–40).
Em 1739, Sebastiano publicou um guia de pintura: "Ammonimenti" ("Admoestações"), que misturava conselhos moralistas com técnicas de pintura. Ele voltou para Nápoles em 1752 e conseguiu o patrocínio real de Carlos III. Seu estúdio foi muito prolífico e ficou encarregado dos afrescos para Santa Chiara (1752-4), cinco telas para a capela do Palácio de Caserta (perdidas) além de muitas outras, incluindo as do mosteiro beneditino de Aversa (1761), uma "História de São Francisco de Paula" para o Santuário de Santa Maria de Pozzano em Castellammare di Stabia (1762–3) e muitas outras peças-de-altar, pintando até a idade avançada.
Estilo
editarEntre outras obras que refletem seu estilo barroco tardio estão pinturas como "A Visão de Enéas nos Campos Elísios" (c. 1735/40), uma cena apinhada de figuras clássicas e mitológicas, à deriva em citações acadêmicas e envolvidas por um mundo superelaborado de alegorias,[8] com putti dançantes ou voadores por toda parte. A paisagem é geralmente uma nuvem ondulada. Mesmo uma cena mais íntima, como "Rinaldo & Armida", ao invés de mostrar a cena íntima estre os dois amantes, o próprio amor acabou presente na forma de uma alegoria: um intrometido cupido voador.[9] De forma similar, a introspecção sombria do momento recontado em "Cristo no Jardim de Getsêmani" é atrapalhada por uma cascata de anjos.[10]
Sebastiano foi um artista barroco maneirista, mas não a sua apoteose mais distilada, mas uma elaboração distanciada de suas raízes em Carracci e Cortona.
Referências
- ↑ Melchiorre Missirini. «Memorie per servire alla storia della romana Accademia di San Luca» (em italiano). p. 209
- ↑ Missirini, p. 209.
- ↑ Francesco Tolomei (1821). «Guida di Pistoia per gli amanti delle belle arti con notizie» (em italiano). p. 178
- ↑ Gaetano Grano & Philipp Hackert (1821). «Memorie de' pittori messinesi e degli esteri che in Messina fiorirono» (em italiano). Messina: Presso Giuseppe Papalardo. p. 221
- ↑ *Hobbes, James R. (1849). Picture collector's manual adapted to the professional man, and the amateur (em inglês). [S.l.]: T&W Boone, 29 Bond Street; Digitized by Googlebooks. 57 páginas
- ↑ Ansaldi, Giuseppe (1872). Cenni biografici dei personaggi illustri della città di Pescia e suoi dintorni (em inglês). [S.l.: s.n.] p. 416
- ↑ Lazzari, Andrea. Delle chiese di Urbino e delle pitture in esse esistenti: compendio storico (em inglês). [S.l.: s.n.] p. 46
- ↑ «Vision of Aeneas in the Elysian Fields» (em inglês)[ligação inativa]
- ↑ «Rinaldo and Armida» (em inglês). St. Louis Museum of Art. Consultado em 3 de agosto de 2015. Arquivado do original em 21 de julho de 2011
- ↑ «Christ at the Garden of Gesthemane» (em inglês). Pinacoteca Vaticana
Ligações externas
editar- Este artigo incorpora texto do artigo «Sebastiano Conca» (em inglês) da Encyclopædia Britannica (11.ª edição), publicação em domínio público.