Segurança internacional


A segurança internacional pode ser entendida como uma prevenção e redução de ameaças, mesmo não possuindo uma definição precisa porque é essencialmente contestada. Ela é constituída por medidas tomadas por nações e organizações internacionais, tais como as Nações Unidas, para garantir a sobrevivência mútua e segurança. Estas medidas incluem a ação militar e acordos diplomáticos, como tratados e convenções. Segurança internacional e nacional são invariavelmente ligadas.

Contexto Histórico

editar

Os estudos de segurança tornaram-se mais específicos no final do século XX, após a Guerra Fria, e foram centrais para o desenvolvimento de perspectivas de pesquisa em segurança. O que antes não eram considerados temas dentro da segurança internacional, ao longo do tempo os autores trouxeram novos e os incorporaram a esses debates. Por exemplo, questões ambientais e de segurança pessoal, que originalmente não eram consideradas questões de segurança, agora se tornaram importantes debates no campo.

Após a Segunda Guerra Mundial a visão realista se firmou como a principal teoria da disciplina de Relações Internacionais. Este período gerava análises principalmente sobre o cenário internacional anárquico e a busca constante dos Estados de aumentarem seu poder no sistema internacional. Porém, a teoria realista não conseguiu prever o fim da Guerra Fria, e isso gerou por consequência muitas críticas e questionamentos a esta visão. Estas críticas atingiram os estudos de segurança internacional, o que incentivou a criação de novas teorias na área. Tais debates visavam definir novos significados para o conceito de segurança, que já eram utilizados nas relações internacionais. Buscavam ir além de conceitos realistas; já que o realismo associava segurança principalmente em torno de questões militares e estratégicas.[1]

Estudos sobre Segurança Internacional

editar

Não surpreendentemente, a segurança tem sido estudada e disputada desde a existência das sociedades humanas. Como qualquer estudo da etimologia da palavra, "segurança" tem significado coisas muito diferentes para as pessoas, dependendo de seu tempo e lugar na vida humana (Rothschild 1995).[2]

A primeira maior tentativa de providenciar uma história intelectual de como a segurança internacional vem sendo estudada, argumenta que a interação das 5 forças motrizes é “particularmente central” para entender como o campo evoluiu: grandes poderes, políticas, tecnologia, eventos-chave, as dinâmicas internas dos debates acadêmicos, e a institucionalização.

Essas 5 forças equivalem aproximadamente a preocupações sobre poder material, conhecimento, história, construções de prevalência social, fortuna e dinâmicas organizacionais.

  1. Grandes Potências: detém maior capacidade material, pautas relacionadas ao debate de segurança, seus interesses serão mais presentes dentro desses debates para a manutenção da estabilidade mundial, existindo o consenso de países subdesenvolvidos;
  2. Acontecimentos: eventos-chave que modificam a perspectiva, justificando interesses;
  3. Tecnologia: evolução do conhecimento modifica a agenda de segurança;
  4. Academia: referente à pesquisa científica;
  5. Instituições: riqueza e organização; determina quem será beneficiado monetariamente.

Teorias Clássicas

editar

Realismo:

editar

O comportamento do Estado é impulsionado pela natureza humana imperfeita dos líderes ou por um sistema internacional anárquico. Necessidade humana de poder, ou a necessidade de acumular os meios para estar seguro em um mundo de interdependência e para explicar a sucessão interminável de guerras e conquistas. Assim, a maioria dos realistas assume uma postura pessimista e visão mais prudente das relações internacionais.

[...] O desejo de mais poder está enraizado na natureza falha da humanidade, os Estados estão continuamente engajados em uma luta para aumentar suas capacidades. [...] Em suma, o realismo clássico explica o conflito armado com referência às falhas humanas. As guerras são explicadas, por exemplo, por determinados Estados agressivos, ou por sistemas políticos domésticos que dão a gananciosos grupos paroquiais a oportunidade de buscar políticas externas expansionistas egoístas. Para os realistas clássicos, a política internacional pode ser caracterizada como má: coisas ruins acontecem porque as pessoas que fazem a política externa às vezes são más (Spirtas 1996: 387-400).[3]

Em resumo, o Realismo acredita que não há como evitar uma guerra, mas existe a possibilidade de preparação.

Liberalismo:

editar

A Teoria Liberal das Relações Internacionais dentro do contexto de segurança vai contra os conceitos realistas propostos anteriormente, visto que dentro da lógica econômica e de livre comércio, a guerra não compensa a perda financeira, e para que a mesma seja evitada o ator principal desta teoria, o indivíduo, é conduzido a não desejar a guerra por conta das desvantagens econômicas.

O Liberalismo engloba a Teoria da Paz Democrática para fortalecer o entendimento do seu conceito, já que o argumento utilizado dentro desta teoria é o de que países democráticos não entram em guerra uns com os outros porque não possuem motivações legítimas.

[..] as recomendações da teoria da paz democrática são claras – em última análise, a segurança depende do incentivo às instituições liberais e uma política de segurança deve ter como objetivo de longo prazo a disseminação do liberalismo. A curto prazo, deve proteger o liberalismo, incluindo tendências liberais em estados não liberais.[3]

Construtivismo:

editar

Argumentam que o mundo é constituído socialmente através da interação intersubjetiva, que os agentes e estruturas são mutuamente constituídos e que fatores ideacionais, como normas e identidade, são centrais para a constituição e a dinâmica da política mundial. É menos uma teoria das relações internacionais ou segurança, no entanto, do que uma teoria social mais ampla que então informa como podemos abordar o estudo da segurança.

Sendo assim, seus métodos para evitar a guerra são constituídos pela securitização que tem como objetivo a transformação de ideias em pautas de segurança, passando por um processo intenso que visa atrair a atenção das Grandes Potências para combater tais situações, como por exemplo as questões ambientais.

Referências

  1. Tanno, Grace (janeiro–junho de 2003). «A Contribuição da Escola de Copenhague aos Estudos de Segurança Internacional». Scielo. Contexto Internacional. 25 (1): 47. Consultado em 4 de dezembro de 2022 
  2. Paul D Williams, Matt McDonald (2018). Security Studies: An Introduction. [S.l.]: Routledge. ISBN 9780415784900 
  3. a b Paul D Williams, Matt McDOnald (2018). Security Studies: An Introduction. [S.l.]: Routledge. ISBN 9780415784900 
  Este artigo sobre relações internacionais, diplomacia ou sobre um diplomata é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.