Sistema Combatente Brasileiro

O Sistema Combatente Brasileiro (COBRA) é um programa “soldado do futuro” de modernização do equipamento de combate individual dos soldados do Exército Brasileiro. Ele objetiva equipamentos mais ergonômicos e de maior interconectividade e interoperabilidade,[1] proporcionando maior letalidade, proteção e consciência situacional.[2] O sistema será distribuído primeiramente à tropa operacional de infantaria e cavalaria, com diversas versões para ambientes diferentes.[1] O investimento está inserido no Programa Estratégico Obtenção da Capacidade Operacional Plena (OCOP).[3]

Manequim com os equipamentos COBRA numa exposição das Forças Armadas

Os estudos que levariam ao programa iniciaram em 2007, inspirados em programas semelhantes no exterior, como o Land Warrior [en], FÉLIN e Infanterist der Zukunft, e no temor de um desnível tecnológico.[4] O FÉLIN, em especial, é citado como influência.[5] Em 2014, compraram-se itens para cerca de 160 soldados como parte do subprojeto COBRA 1.0. A previsão era de implementar o COBRA 2020 em fases a partir de 2016, com a participação das instituições de pesquisa militares e civis. Ao final de 2015, fontes do Exército informaram que 100 000 militares poderiam receber equipamentos avançados até 2021.[6] Em 2022 o sistema ainda estava em testes em seis subunidades do Exército.[2]

O sistema compreendia 51 itens em 2022.[2] Para a proteção individual, foram adquiridos coletes balísticos do tipo plate carrier e capacetes balísticos modulares. Um novo uniforme foi definido em 2022, incluindo um novo coturno padrão, de cor “Coyote” (bege) para as tropas convencionais, substituindo os coturnos pretos. A cor é verde para a Amazônia e marrom para os paraquedistas. No armamento, definiu-se a metralhadora FN Minimi em substituição ao FN FAP, o fuzil IMBEL IA2, substituindo o FN FAL, e as facas IA2 (que serve de baioneta) e AMX (que serve de facão), substituindo as MK2. Os fuzis de precisão IMBEL AGLC e as pistolas IMBEL GC MD1 serão também substituídas, mas seus sucessores ainda não estavam definidos em 2022, embora o M110 SASS e SIG Sauer P320 já estivessem cotados. Nas comunicações, a IMBEL associou-se a várias empresas para oferecer o transceptor portátil pessoal TPP-1400.[7]

Referências

  1. a b «Snakes and ladders - Brazil's COBRA future soldier programme». Defence & Security Systems International. 17 de dezembro de 2014. Consultado em 16 de dezembro de 2023 
  2. a b c Block Filho, Cesar Augusto; Souza Júnior, Nelson de (2022). «O projeto Sistema Combatente Brasileiro (COBRA): os reflexos dos novos materiais na instrução individual do cabo e soldado do grupo de combate de cavalaria mecanizada». Revista Giro do Horizonte - soluções militares em defesa. 11 (1) 
  3. «OCOP: Subprogramas/Projetos». Escritório de Projetos do Exército. Consultado em 4 de janeiro de 2024 
  4. «COBRA uncoils». Soldier Modernization. 6. Janeiro de 2011 
  5. Galante, Alexandre (5 de novembro de 2009). «Sagem Felin: vale quanto pesa?». Forças Terrestres. Consultado em 16 de dezembro de 2023 
  6. Barreira, Victor (7 de outubro de 2015). «Brazil set to conclude first stage of COBRA soldier project». IHS Jane's 360. Arquivado do original em 9 de outubro de 2015 
  7. Bastos Jr., Roberto (11 de julho de 2022). «Projeto COBRA – A evolução dos uniformes e equipamentos do Exército». Tecnologia & Defesa. Consultado em 16 de dezembro de 2023