Sol Nascente/Pôr do Sol

região administrativa do Distrito Federal no Brasil

Sol Nascente/Pôr do Sol é a 32ª região administrativa do Distrito Federal, no Brasil. Criada pela Lei nº 6.359, de 14 de agosto de 2019, está localizada a 34 km do centro de Brasília e mantém conurbação com Ceilândia, da qual foi desmembrada. Com uma área de 40,49 km² e uma população estimada em 92.217 habitantes (PDAD 2021),[1] a região abrange os setores habitacionais Sol Nascente e Pôr do Sol. A Favela Sol Nascente é reconhecida pelo IBGE como a segunda maior favela do Brasil, com 70.908 habitantes em 2010.[2]

Região Administrativa de Sol Nascente/Pôr do Sol
Vista de Pôr do Sol, parte da região administrativa
Região Administrativa XXXII
Fundação: 14 de agosto de 2019 (5 anos)
Lei de criação: Lei nº 6.359, de 14 de agosto de 2019

Mapa de Sol Nascente/Pôr do Sol
Mapa de Sol Nascente/Pôr do Sol

Limites: Ceilândia (norte, leste e oeste) e Samambaia (sul)
Distância de Brasília: 34 km
Administrador(a): Cláudio Ferreira Domingues
Área  
 - Total 40,49 km²
População  
 - Total 92.217 habitantes 2021
Site governamental www.solnascente.df.gov.br

História

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A área que hoje constitui Sol Nascente/Pôr do Sol era originalmente rural, parte dos setores P Sul e P Norte de Ceilândia. Nos anos 1990, a ocupação irregular impulsionada pela grilagem de terras transformou a região em um assentamento desordenado.[3] O nome "Sol Nascente" tem origem em uma chácara ligada ao Japão e ao grupo de capoeira fundado em 1976. Até 2008, a infraestrutura era precária, mas a Lei Complementar nº 785 reconheceu os setores como Áreas de Regularização de Interesse Social (ARIS).[4] Em 2010, com mais de 78 mil habitantes, a região superou a Rocinha como a maior ocupação irregular da América Latina. A emancipação em 2019, sob o governo de Ibaneis Rocha, foi um marco na regularização e urbanização.[5]

 

Geografia

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Sol Nascente/Pôr do Sol ocupa 40,49 km² e faz divisa com Ceilândia ao norte, leste e oeste, e com Samambaia ao sul. Inclui a Área de Regularização de Interesse Social (ARIS) Sol Nascente e a Área de Relevante Interesse Ecológico Juscelino Kubitschek (ARIE JK), criada pela Lei nº 1.002/1996.[6]

Relevo e hidrografia

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O relevo, característico do Cerrado, apresenta planaltos e ondulações com aclives acentuados próximos aos córregos. O Rio Melchior, que nasce na ARIE JK e desagua no Rio Descoberto, enfrenta poluição por esgoto doméstico e assoreamento, mesmo com a Estação de Tratamento Melchior (ETE Melchior) em operação.[7]

O clima é tropical de altitude (Cw’a), com verões chuvosos (outubro a abril) e invernos secos (maio a setembro). A temperatura média varia entre 19°C e 23°C, podendo atingir 35°C nos meses mais secos, com precipitação anual de 1.443 mm.[8]

Demografia

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De acordo com o PDAD 2021, a população de 92.217 habitantes é composta por 49,7% homens e 50,3% mulheres. A faixa etária de 15 a 64 anos corresponde a 75,24%, enquanto menores de 15 anos representam 24,76%. Etnicamente, 53,9% são pardos, 30,3% brancos, 14% negros e 1,4% amarelos. Nascidos no Distrito Federal somam 56,7%, e os migrantes (43,3%) vêm principalmente de Piauí (20,7%), Maranhão (18,1%) e Bahia (15,3%).[1]

Administração

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A Administração Regional, subordinada à Secretaria de Estado das Cidades pelo Decreto nº 37.625/2016, fica na VC 311, Trecho II, com atendimento de segunda a sexta, das 8h às 12h e das 14h às 18h.[9] O atual administrador é Cláudio Ferreira Domingues.

Infraestrutura

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Saneamento

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O Trecho 1 tem drenagem e pavimentação concluídas desde 2018, o Trecho 2 desde 2023, e o Trecho 3 alcançou 71,49% de drenagem em 2023.[10] A poluição do Rio Melchior permanece um desafio.

Saúde

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A UBS 16, no Trecho 1, oferece atenção básica e odontologia, funcionando de segunda a sexta (7h às 19h) e sábado (7h às 12h).[11] O Hospital Cidade do Sol, em Ceilândia, é a referência mais próxima.

Educação

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A região conta com seis escolas públicas e uma taxa de alfabetização de 94,5% (PDAD 2021). Um campus do Instituto Federal de Brasília (IFB), em construção no Trecho 2, tem entrega prevista para 2025.[12]

Transportes

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Terminal de ônibus do Sol Nascente Trecho 2

O Terminal Rodoviário do Trecho 2, inaugurado em 2023, atende 20 mil passageiros diários.[13] Desde 2024, a linha “Zebrinha” (0.020) conecta Pôr do Sol ao metrô de Ceilândia.[14]

Habitação

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Em 2021, havia 29.114 domicílios: 71,6% próprios, 21,8% alugados e 4% cedidos. A CAESB abastece 95,4% com água e 71,6% com esgoto, mas 9,2% usam ligações irregulares de energia.[1]

Segurança

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Os postos comunitários 71º e 74º da PMDF estão desativados, com policiamento por rondas do 8º e 10º BPM de Ceilândia. Apenas 50,1% dos moradores relatam policiamento regular (PDAD 2021).[1]

Economia

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A economia local é baseada no comércio, com atacadistas nos Trechos 2 e 3 e 38.437 pessoas economicamente ativas (PDAD 2021). O Restaurante Comunitário, aberto em 2023, oferece 3,6 mil refeições diárias a R$ 2.[15]

Cultura

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A região herdou a diversidade cultural de Ceilândia, destacando-se por mestres de capoeira, grafiteiros e músicos. Coletivos como ELAFAV MOB e Voz Nascente promovem arte e inclusão, enquanto o Decksol Skate Parque é um ponto de convivência.[16]

 
Decksol Skate Parque, ponto cultural da região em 2023

Meio ambiente

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Inserida no bioma Cerrado, a região abriga vegetação de cerradão e mata ciliar, mas sofre degradação pela urbanização. A ARIE JK preserva parte da biodiversidade, embora apenas 8% do Cerrado esteja sob proteção integral.[1]

 
Área preservada de Cerrado próxima à VC-311, 2022

Subdivisões

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A região é dividida em Trecho 1, Trecho 2, Trecho 3 e Pôr do Sol. Os trechos do Sol Nascente são organizados em Etapas 1 e 2 para fins de regularização fundiária.

Ver também

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Referências

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  1. a b c d e «PDAD 2021 - Sol Nascente/Pôr do Sol». Codeplan. Consultado em 14 mar. 2025 
  2. «Rocinha continua sendo a maior favela do Brasil; Sol Nascente vem em seguida». Agência Gov. 11 nov. 2024. Consultado em 14 mar. 2025 
  3. «Maior favela da América Latina: Sol Nascente toma posto da Rocinha». Correio Braziliense. 28 set. 2013. Consultado em 14 mar. 2025 
  4. «Lei Complementar nº 785, de 2008». SINJ-DF. Consultado em 14 mar. 2025 
  5. «Lei nº 6.359, de 14 de agosto de 2019». SINJ-DF. Consultado em 14 mar. 2025 
  6. «Lei nº 1.002, de 1996». SINJ-DF. Consultado em 14 mar. 2025 
  7. «Nível de poluição do Rio Melchior está elevado». G1. Consultado em 14 mar. 2025 
  8. «Clima: Brasília». Climate-Data.org. Consultado em 14 mar. 2025 
  9. «Decreto nº 37.625, de 15 de setembro de 2016». SINJ-DF. Consultado em 14 mar. 2025 
  10. «Obras no Trecho 2 do Sol Nascente são concluídas». Agência Brasília. 15 jun. 2023. Consultado em 14 mar. 2025 
  11. «UBS 16 Ceilândia». InfoSaúde. Consultado em 14 mar. 2025 
  12. «Sol Nascente terá unidade do IFB». Agência Brasília. 11 abr. 2024. Consultado em 14 mar. 2025 
  13. «Rodoviária do Sol Nascente é inaugurada». Correio Braziliense. 21 dez. 2023. Consultado em 14 mar. 2025 
  14. «Zebrinha fará integração do Pôr do Sol com o metrô». Agência Brasília. 24 out. 2024. Consultado em 14 mar. 2025 
  15. «Governador entrega Restaurante Comunitário». Agência Brasília. 14 ago. 2023. Consultado em 14 mar. 2025 
  16. «Artistas de Sol Nascente/Pôr do Sol respiram cultura». Secretaria de Cultura do DF. 2019. Consultado em 14 mar. 2025 

Ligações externas

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O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Sol Nascente/Pôr do Sol