O modelo de Streeter-Phelps é um modelo matemático que relaciona um dos principais mecanismos que definem o oxigênio dissolvido em um curso de água superficial que recebe a descarga de águas residuais: decomposicão de matéria orgânica e aeracão de oxigênio. Este modelo tem sido adotado tanto para fontes pontuais como para fontes difusas ou dispersas. [1]

Descarga de águas residuais em um curso de água

Autodepuração

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Os corpos hídricos são o destino final dos esgotos sanitários e industriais em praticamente todo lugar. Além de oferecerem a capacidade de levar os rejeitos para longe, os corpos receptores têm a capacidade natural de autodepuração. Sendo assim, conseguem recuperar suas condições naturais dependendo de suas características e das características do esgoto recebido. Mas para não comprometer essa capacidade natural, deve-se escolher corretamente que corpo receptor tem as melhores condições de autodepuração, além da quantidade e nível de tratamento do esgoto a ser lançado. Nesse sentido, uma ferramenta muito útil na escolha do corpo receptor e do nível de tratamento que deve ser investido é a modelagem das condições de autodepuração dos cursos d’água segundo Streeter Phelps.

Basicamente, esta ferramenta fornece a visualização do comportamento do corpo d’água em relação à quantidade de oxigênio dissolvido ao longo de seu curso ou do tempo após a recepção do esgoto. Para essa visualização utiliza-se como referência um limite mínimo de oxigênio dissolvido, de acordo com a legislação local, e são oferecidos 3 cenários. Cada cenário considera o lançamento de esgoto com um determinado nível de tratamento. O primeiro cenário considera o lançamento do esgoto bruto, sem tratamento. O segundo cenário considera apenas um tratamento primário. E o terceiro, considera também o tratamento secundário. A partir daí, observa-se quais os cenários são considerados aceitáveis para a legislação local, aqueles que não apresentaram níveis de oxigênio abaixo do limite permitido. Assim, determina-se qual o nível de tratamento é necessário ao esgoto antes deste ser lançado. Caso nenhum atenda as condições legais locais, precisa-se encontrar outro corpo receptor.

História

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A forma inicial do modelo de Streeter-Phelps foi proposta em 1925 por Harold Warner Streeter e Earle Bernard Phelps (1876-1953) a partir de um estudo do processo de oxidação e aeracão no Río Ohio nos Estados Unidos com base em dados obtidos desde maio de 1914 a abril de 1915[2].

Posteriormente outras versões do modelo mais completas foram desenvovidas depois dos anos 60, graças à possibilidade de realizar soluções computacionais, que introduziram no modelo processos como fotossíntese, respiração e demanda bentônica de oxigênio.

Descrição

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A forma diferencial da forma clássica do modelo de Streeter-Phelps descreve a troca da concentracão de matéria orgânica e de déficit de oxigênio dissolvido que é a diferença entre o oxigênio dissolvido em um lugar e o oxigênio de saturacão nesse mesmo lugar.

 

onde:

  •   é a taxa de consumo de oxigênio por degradação de DBO em  .
  •   é a taxa de aeração de oxigênio no corpo d'água  .
  •   é a DBO da matéria orgânica na água em  .
  •   é o déficit de oxigênio em  .


A solucão deste sistema de equações diferenciais ordinárias para condicões iniciais de   e   de   e   respectivamente se tem:


 


Fontes Pontuais em Estado Permanente

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Em condições de tempo permanente, o escoamento, velocidade e profundidade do curso são permanentes em cada posição, assim como as descargas que neste se realizem, sob estas condições a velocidade, posição e tempo se relacionam mediante a equação:

 

 

Adicionalmente se considera exclusivamente a condições de fluxo pistão na qual não há efeitos de dispersão ao longo do curso o modelo de Streeter-Phelps se converte em:

 

onde:

  •   é a velocidade do curso  .
  •   é a distância desde a descarga  .
  •   é o tempo transcorrido desde a descarga  .


A solução deste sistema de equações diferenciais ordinárias para condições iniciais de   e   de   e   respectivamente se tem:

 

A solução do modelo de Streeter-Phelps para valores específicos das condição iniciais de déficit de oxigênio e concentração de DBO e as constantes de degradação da materia orgânica e de aeração de oxigênio no corpo hídrico é como se mostra na figura.

Entre os comportamentos da solução do modelo de Streeter-Phelps se destaca que o efeito combinado do decaimento e a aeração gera um ponto de inflexão, chamado ponto crítico no qual a concentração de oxigênio é mínima.

Fontes Difusas em Estado Permanente

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O modelo de Streeter-Phelps também tem sido adaptado para modelar o efeito de descargas difusas ao longo de uma seção de um curso d'água.

Ver mais

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Referências

  1. Chapra, Steven (1997). Surface Water Quality Modeling (em inglês) 1 ed. [S.l.]: McGraw-Hill. ISBN 0-07-115242-3 
  2. Streeter, H.W.; Phelps, E.B. (1925). «A study of the pollution and natural purification of the Ohio River». Estados Unidos: Public Health Service. Health Bulletin (146) 

Ver também

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