Sviatlana Tsikhanouskaia

política, educadora e ativista pró-democracia bielorrussa
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Sviatlana Heorhieuna Tsikhanouskaya (nascida Piliptchuk; em bielorrusso: Святла́на Гео́ргіеўна Ціхано́ўская (Піліпчук) (Sviatlana Hieorhijeŭna Cichanoŭskaja (Pilipčuk)); em russo: Светла́на Гео́ргиевна Тихано́вская (Пилипчу́к); Mikashevichy, 11 de setembro de 1982) é uma professora, intérprete, política ativista dos direitos humanos belarussa que chegou a proeminência após as eleições presidenciais de 2020 como a principal candidata de oposição. Tsikhanouskaya é a esposa do também ativista Siarhei Tsikhanouski. Seu marido seria o candidato naquela eleição, mas acabou sendo preso por forças de segurança do Estado em 29 de maio de 2020, algo que fez com que Tsikhanouskaya assumisse o seu lugar.[1]

Sviatlana Tsikhanouskaya
Sviatlana Tsikhanouskaia
Tsikhanouskaya em 2021
Conselho de Coordenação de Belarus
No cargo
Período 15 de agosto de 2020
até a atualidade
Antecessor(a) Cargo criado
Líder do Gabinete de Transição Unido de Belarus
No cargo
Período 9 de agosto de 2022
até a atualidade
Antecessor(a) Cargo criado
Dados pessoais
Nome completo Sviatlana Heorhiyeuna Tsikhanouskaya
Nascimento 11 de setembro de 1982 (42 anos)
Mikashevichy, região de Brest, Bielorrússia Soviética
Nacionalidade bielorrussa
Alma mater Universidade Estatal Pedagógica de Mozyr
Cônjuge Siarhei Tsikhanouski (c. 2004)
Filhos(as) Ahniya
Karney
Partido Independente
(Movimento Democrático Bielorrusso)
Profissão Professora
Ativista
Intérprete
Residência Lituânia
Website Site oficial

O então presidente Aleksandr Lukashenko foi declarado vitorioso na eleição de 2020, mas foi acusado de fraude eleitoral, manipulação e censura por opositores.[2] Diante das acusações, Tsikhanouskaya reivindicou a vitória nas eleições, afirmando ter recebido entre 60% e 70% dos votos[3][4] e pediu o reconhecimento da comunidade internacional.[5]

Desde a eleição de 9 de agosto de 2020, opositores de Lukashenko e apoiadores de Sviatlana Tsikhanouskaya realizaram protestos pedindo a renúncia do presidente.[6] As forças de segurança regiram contra os manifestantes. Tsikhanouskaya pediu para que os protestos não parassem, mas condenou a violência, pedindo inclusive que as forças de segurança desertassem.[7] Poucos dias após a eleição, ela deixou o país[8], e se autoexilou na Lituânia.[9] Em 17 de agosto, Tsikhanouskaya anunciou que estaria formando um governo de transição para rivalizar com Lukashenko e manter sua reivindicação à presidência.[10][11]

Desde então, opositores Lukashenko pedem apoio internacional e reivindicam que países passem a reconhecer Tsikhanouskaya como presidenta de Belarus.[12]

Em dezembro de 2020, Tsikhanouskaya recebeu da União Européia o Prémio Sakharov, que foi entregue por David Sassoli, então presidente do Parlamento Europeu, que prestou homenagem à ativista e à oposição bielorrussa.[13][14]

Em janeiro de 2023, iniciou contra ela um julgamento à revelia. As acusações incluíam alta traição, conspiração para tomar o poder de forma ilegal e inconstitucional e criação de organização extremista. A ativista jamais compareceu aos julgamentos e segue vivendo na Lituânia.[15]

Prêmios e reconhecimento

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Referências

  1. "In Belarus, 3 Women Unite to Fight Strongman Lukashenko". Moscow Times. Acesso em 20 de julho de 2020.
  2. «Lukashenka vs. democracy: Where is Belarus heading?». AtlanticCouncil. 10 de agosto de 2020. Consultado em 18 de agosto de 2020. Cópia arquivada em 12 de agosto de 2020 
  3. «Belarus election: Exiled leader calls weekend of 'peaceful rallies'». BBC News. 14 de agosto de 2020. Consultado em 15 de agosto de 2020 
  4. «Belarus opposition candidate declares victory | NHK WORLD-JAPAN News». www3.nhk.or.jp. Consultado em 15 de agosto de 2020 
  5. "Тихановская готовится объявить себя победительницей выборов в Беларуси – пресс-секретарь" ("Tikhanovskaya prepara-se para se declarar vencedora das eleições na Bielorrússia - secretária de imprensa"). Página acessada em 18 de agosto de 2020.
  6. «Três mulheres se unem para derrotar presidente da Bielorrússia, no poder há 26 anos». G1. Consultado em 18 de agosto de 2020 
  7. «Belarus: Tsikhanouskaya calls on security forces to switch allegiance». DW.com. Consultado em 18 de agosto de 2020 
  8. Noberto, Cristiane (18 de abril de 2021). «Entrevista: 'Belarus superou o atual regime', diz Sviatlana Tsikhanouskaia • A Referência». A Referência. Consultado em 23 de julho de 2021 
  9. Kennedy, Rachael (11 de agosto de 2020). «Belarus election: Sviatlana Tsikhanouskaya made 'independent' decision to flee to Lithuania». Euronews. Consultado em 18 de agosto de 2020 
  10. Teslova, Elena (17 de agosto de 2020). «Belarus: Opposition leader says 'ready to lead country'». Anadolu Agency. Consultado em 18 de agosto de 2020 
  11. «Da Lituânia, opositora de Lukashenko se diz 'pronta para liderar' Belarus». CNN. Consultado em 18 de agosto de 2020 
  12. «Oposição pede que países reconheçam Tsikhanouskaia como presidente da Bielorrússia». www.efe.com. Consultado em 22 de dezembro de 2020 
  13. a b «Belarus opposition leader Tsikhanouskaya awarded EU's Sakharov Prize». euronews (em inglês). 16 de dezembro de 2020. Consultado em 21 de dezembro de 2020 
  14. «'Venceremos!', diz opositora bielorrussa ao receber principal prêmio da União Europeia». Folha de S.Paulo. 16 de dezembro de 2020. Consultado em 21 de dezembro de 2020 
  15. «Começa hoje julgamento à revelia de Svetlana Tikhanovskaia» 
  16. «BBC 100 Women: quem está na lista de mulheres inspiradoras e influentes de 2020?». BBC News Brasil. Consultado em 17 de dezembro de 2022 

Ligações externas

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