Grupo irmão

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Grupo irmão e táxon irmão são as designações usadas em sistemática e em cladística para denotar os agrupamentos taxonómicos que incluem os parentes mais próximos numa árvore filogenética.[1] O conceito é utilizado em filogenia para denotar os grupos que partilham um ancestral comum e que por isso representam ramos divergentes (paralelos) em cada ramificação da árvore filogenética.[2]

Descrição

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O conceito de grupo irmão pode ser facilmente ilustrado recorrendo ao seguinte cladograma:

A

B

C

Nele é possível de imediato identificar B como o grupo irmão de A, relação que é simétrica, pelo que, obviamente, A é também o grupo irmão de B. Da mesma forma, os dois grupos (A e B) são, conjuntamente, o grupo irmão de C, e vice-versa. Pela mesma lógica, cada um destes grupos, incluindo todos os restantes descendentes do seu último antepassado comum, constitui um clado (ou ramo). Por sua vez, todo o cladograma enraíza numa árvore filogenética maior, oferecendo assim mais grupos irmãos, progressivamente mais afastados, mas sempre ligados por um ancestral comum.[1][2]

De acordo com as normas cladísticas, A, B, e C podem aqui representar espécimes, espécies ou agrupamentos taxonómicos de qualquer categoria. Nos casos em que representam espécies, o termo espécies irmãs é por vezes utilizado.[3]

O termo grupo-irmão é sempre usado no contexto de uma análise filogenética. Apenas os grupos considerados na análise são rotulados como grupos irmãos. Um exemplo frequentemente citado é o caso das aves, agrupamento taxonómico cujo grupo irmão é aquele que agrupa os crocodilos.[4][5] Este tipo de relação é, no entanto, apenas verdadeiro quando aplicado a táxons "extantes" (não extintos), pois na realidade a árvore de família das aves está enraizada nos dinossauros, incluindo um grande número de grupos que se ramificam antes de atingir o último ancestral comum de aves e crocodilos.[6]

Assim, o grupo irmão deve ser visto como um termo relativo, com a ressalva de que o grupo irmão é o parente mais próximo apenas entre os grupos, espécies ou espécimes incluídos na análise.[7]

Referências

  1. a b Eernisse, D.J. «Introduction to Phylogeny: What is a Sister Taxon?». Biology 404 - Evolution. Department of Biological Science, California State University, Fullerton. Consultado em 4 de janeiro de 2012 
  2. a b Alexandre S. Osório (2014). «Cladogramas» (PDF). Unifap. Consultado em 23 de abril de 2023 
  3. Renata de Oliveira Rodrigues (22 de fevereiro de 2017). «Variabilidade em espécies irmãs de caranguejos-violinistas: uma abordagem genética, comportamental e ecológica». Unesp. Consultado em 23 de abril de 2023 
  4. Padian, Kevin; Lindberg, David R.; Polly, Paul David (1 de maio de 1994). «Cladistics and the Fossil Record: The Uses of History». Annual Review of Earth and Planetary Sciences. 22 (1): 63–89. doi:10.1146/annurev.ea.22.050194.000431 
  5. Kemp, T.S. (1 de janeiro de 1988). «Haemothermia or Archosauria? The interrelationships of mammals, birds and crocodiles». Zoological Journal of the Linnean Society. 92 (1): 67–104. doi:10.1111/j.1096-3642.1988.tb01527.x 
  6. Hughes, J.M. «Ancient bird-crocdilian ancestor uncovered». AVES VITAE - The lives of birds. Consultado em 4 de janeiro de 2012. Arquivado do original em 26 de abril de 2012 
  7. Podani, J. (2010). «Taxonomy in Evolutionary Perspective - An essay on the relationships between taxonomy and evolutionary theory». Synbiologia Hungarica. 5: 1–42