TUE Série 100 (Trensurb)
O TUE Nippon Sharyo / Hitachi Rail / Kawasaki Heavy Industries - Series 100 é um Trem unidade elétrico pertencente à frota do Metrô de Porto Alegre (Trensurb). Ele foi fornecido em em 1984 pela empresa Mitsui & Co. e foi produzido em consórcio formado pelas empresas japonês Nippon Sharyo, LTD., Hitachi e Kawasaki Heavy Industries.
Nippon Sharyo / Hitachi Heavy Industries / Kawasaki Series 100 | |
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Trensurb | |
Trem da Série 100 ---- Vista do interior ---- | |
Fabricante | Nippon Sharyo / Hitachi / Kawasaki |
Fábrica | Hitachi/Kawasaki |
Entrada em serviço | 1985 - presente |
Total construídos | 25 (100 carros) |
Total em serviço | 25 (100 carros) |
Formação | 4 carros (MB+RB+RA+MA) / 8 carros |
Capacidade | 1.228 passageiros |
Operador | Metrô de Porto Alegre |
Depósitos | Pátio da Trensurb |
Linhas | 1 - Azul |
Especificações | |
Corpo | Aço inox |
Comprimento Total | 88 metros |
Comprimento do veículo | 22 metros |
Largura | 2.9 m |
Altura | 4.1 m |
Altura do Piso | 1.4 m |
Portas | 8 por carro / 32 por TUE
Acionamento pneumático |
Velocidade máxima | 90 km/h (operacional, limitado pelo ATC/ATO)
120km/h (em testes, no Japão em 1984) |
Peso | 203 Toneladas |
Aceleração | 0,8 m/s² |
Desaceleração | Serviço: 0,77 m/s² Emergência: 1,1 m/s² |
Tipo de tração | Elétrica, sistema de tração Hitachi HS-360-AR de CC 15 920 kgf de esforço trator |
Motor | Hitachi |
Potência | 2.520 kW |
Tipo de transmissão | eixo de cames |
Tipo de climatização | Ventilação forçada (salão de passageiros)
Ar condicionado (Cabine) |
Alimentação | 3.000 VCC |
Captação de energia | Pantógrafo |
Truque ferroviário | Chapas soldadas em estrutura H, suporte de mola helicoidal , método de almofada oscilante |
Freios | Frenagem reostática (combinada com freio eletromagnético) |
Acoplamento | Engate padrão BSI |
Bitola | 1.600 mm |
História
editarProjeto e fabricação
editarEm 1980 a recém criada Trensurb (ainda subsidiária da RFFSA) lançou a concorrência internacional nº 4/80, objetivando a aquisição de 25 trens unidade elétricos de 4 carros-totalizando 100 carros, num valor de mais de US$ 77 milhões financiado pelo Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD). Seis empresas apresentaram propostas: Cobrasma, Mafersa, Santa Matilde, Sorefame, Nissho Iwai/Sumitomo e Mitsui/Nippon Sharyo. Após as propostas serem tornadas públicas, o resultado foi[1]:
- Mafersa - US$ 2,963 milhões por trem unidade
- Nissho Iwai/Sumitomo - Não informado
- Mitsui/Nippon Sharyo - US$ 3,116 milhões por trem unidade
Após deliberações entre Trensurb e BIRD, a Mitsui foi declarada vencedora (apesar do seu custo por trem unidade ser maior que o da Mafersa). A vitória da empresa japonesa desencadeou protestos da Mafersa, metalúrgicos paulistas e gaúchos e de políticos paulistas, que acusaram a Mitsui da prática de dumping. [2] A Trensurb alegou que a proposta da Mafersa, apesar de alcançar menor preço, previa apenas 1 ano de garantia para cada trem unidade enquanto que a Mitsui previa 2 anos.[3]. Além disso, o BIRD cancelou algumas das taxas tornando a vitória da Mitsui ainda mais vantajosa.[4][5] Dessa forma, foi confirmada a vitória da Mitusi em 1982. Os trens foram fabricados entre 1982 e 1984. [6]Durante uma viagem de testes dos trens, realizada em outubro de 1984, dois menores trabalhando como ambulantes conseguiram embarcar clandestinamente no trem que conduzia o ministro dos transportes Cloraldino Soares Severo e sua comitiva. Apesar dos funcionários da Trensurb tentarem expulsar os "penetras", o ministro permitiu que eles viajassem e conhecessem o novo trem, incluindo a cabine de comando. Ao final da viagem, os menores perguntaram se o ministro era o "dono do trem". [7]
A viagem inaugural dos trens ocorreu em 2 de março de 1985, durante a inauguração da Linha 1 do Metrô de Porto Alegre. Ao final do contrato, a encomenda de 25 trens de 4 carros da Mitsui custou US$ 67 milhões[8]
Construção da linha
editarEntre os anos de 1982 e 1984, era construída a primeira extensão da Linha 1 da Trensurb, com 27 quilômetros de distância distribuindo com as estações de Mercado a Sapucaia, passando por quatro cidades: Porto Alegre, Canoas, Esteio e Sapucaia do Sul. No dia 2 de março de 1985, ocorreu a abertura ao público e cerimônia de inauguração da linha, possibilitando os passageiros a visitá-la. Alguns anos depois, aproximadamente durante 8 meses, em 1997, é construído uma segunda extensão a linha, dando uma nova estação, a estação Unisinos, que foi feita para ser uma estação para facilitar o transporte de universitários até a Unisinos, em São Leopoldo. A linha contava com 30,5 quilômetros de extensão e 16 estações. No dia 20 de novembro de 2000, foi criada a estação São Leopoldo, dando uma conexão melhor entre a região metropolitana e integrada com a integração com o ônibus até as cidades de Parobé, Nova Hartz, Campo Bom, Sapiranga e Ivoti. A linha já tinha 33 quilômetros de extensão e possibilitou muitas novas integrações com o taxi e até mesmo os ônibus. A última extensão foi ligada até a cidade de Novo Hamburgo, trazendo as estações Santo Afonso, Industrial, FENAC e Novo Hamburgo. A linha tem cerca de 41,5 km de extensão e pode ser completada em 53 minutos na média de velocidades entre 70 e 90 km/h. Com essa rápida transição, é possível integrar com o centro da cidade, taxi e serviços ao redor.
Características
editarA composição básica é formada por 4 carros, sendo os dois centrais reboques (RA e RB) e em cada ponta, dois motores (MA e MB). Eles podem operar em unidade simples (4 carros) ou até 3 unidades acopladas (12 carros), embora nos horários de pico é possibilitado que alguns operem em 2 unidades acopladas (8 carros).
Para o funcionamento do sistema, existem 04 subestações (uma em Porto Alegre, uma em Sapucaia do Sul e outras duas em Canoas), cada uma com potência de 10 MVA, fornecendo os 3,0 kV necessários para operação dos trens, e 6,0 kV para operação dos diversos equipamentos ao longo da linha ferroviária.
Referências
- ↑ «O Sr. Almir Pazzianotto Pinto (PMDB)» 🔗 (PDF). Diário Oficial do Estado de São Paulo. 13 de maio de 1982. Consultado em 26 de abril de 2019
- ↑ «Mafersa acusa BIRD de beneficiar a Mitsui ao mudar seus critérios». Jornal do Brasil, Ano XCII, edição 13, Seção Economia/Negócios, página 20/republicado pela Biblioteca Nacional/Hemeroteca Digital Brasileira. 21 de abril de 1982. Consultado em 26 de abril de 2019
- ↑ Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A.-TRENSURB (25 de abril de 1982). «Comunicado». Jornal do Brasil, Ano XCII, edição 17,Seção Economia/Negócios, página 37/republicado pela Biblioteca Nacional/Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 26 de abril de 2019
- ↑ «Governo estuda caso Mafersa». Jornal do Brasil, Ano XCII, edição 21,Seção Economia/Negócios, página 27/republicado pela Biblioteca Nacional/Hemeroteca Digital Brasileira. 29 de abril de 1982. Consultado em 26 de abril de 2019
- ↑ «Cloraldino acha legal caso Mitsui» 🔗. Jornal do Brasil, Ano XCII, edição 52,Seção Economia/Negócios, página 36. 30 de maio de 1982. Consultado em 26 de abril de 2019
- ↑ «Sul fará esse ano teste do Trensurb». Jornal do Brasil, Ano XCIII, edição 273,Seção Nacional, página 19/republicado pela Biblioteca Nacional/Hemeroteca Digital Brasileira. 8 de janeiro de 1984. Consultado em 26 de abril de 2019
- ↑ Informe JB (14 de outubro de 1984). «Estado de alerta». Jornal do Brasil, Ano XCIV, edição 189,Seção Cidade, página 6/republicado pela Biblioteca Nacional/Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 26 de abril de 2019
- ↑ Informe Especial (3 de março de 1985). «Porto Alegre ganha metrô para 330 mil passageiros». Jornal do Brasil, Ano XCIV, edição 325, página 30/republicado pela Biblioteca Nacional/Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 26 de abril de 2019