Tapejara (pterossauro)

Tapejara (do tupi "o senhor dos caminhos") é um gênero de pterossauro brasileiro do período Cretáceo (Formação Santana, datando de há cerca de 112 milhões de anos), tendo como espécie-tipo a Tapejara wellnhoferi, descrita no ano de 1989. As cristas da tapejara consistiam em uma estrutura semicircular sobre o focinho e uma ponta óssea que se estendia atrás da cabeça.

Tapejara
Intervalo temporal: Cretáceo Inferior
112 Ma
Classificação científica edit
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Ordem: Pterosauria
Subordem: Pterodactyloidea
Família: Tapejaridae
Subfamília: Tapejarinae
Tribo: Tapejarini
Gênero: Tapejara
Kellner, 1989
Espécies:
T. wellnhoferi
Nome binomial
Tapejara wellnhoferi
Kellner, 1989

Espécies e Classificação

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Representações de perfil de um Tupandactylus imperator (C), de um Tupandactylus navigans (B) e de uma Tapejara wellnhoferi (A)

A espécie-tipo, e apenas uma atualmente reconhecida como válida pela maioria dos pesquisadores, é T. wellnhoferi. O nome específico homenageia o paleontólogo alemão Peter Wellhofer. Duas espécies maiores, originalmente chamadas Tapejara imperator e Tapejara navigans, foram posteriormente classificadas no gênero Tapejara. No entanto, vários estudos mostraram que T. imperator e T. navigans são significativamente diferentes de T. wellnhoferi e, portanto, foram reclassificados em novos gêneros. A espécie T. imperator recebeu um gênero próprio, Tupandactylus, de Alexander Kellner e Diógenes de Almeida Campos. Unwin e Martill descobriram que T. imperator e T. navigans pertencem ao mesmo gênero e os chamaram de Ingridia imperator e I. navigans, respectivamente. Este nome de gênero homenageou a falecida esposa de Wellnhofer, Ingrid.[1]

Como o Tupandactylus foi nomeado primeiro, manteve a prioridade sobre o nome Ingridia. Para complicar as coisas, tanto o nome Tupandactylus quanto Ingridia usavam o antigo "imperador Tapejara" como espécie-tipo. Os cientistas que descreveram Tupandactylus não nomearam um T. navigans (mas sugeriram que era sinônimo de T. imperator), e a Tapejara navigans não foi formalmente reclassificada como uma espécie distinta do gênero Tupandactylus até o ano de 2011.[2]

 
Bloco com fóssil de Tapejara

O cladograma abaixo segue uma análise filogenética de Alexander Kellner, o descritor de Tapejara, e colegas em 2019. Eles recuperaram Tapejara dentro dos Tapejarini (uma tribo dentro da família Tapejaridae), táxon irmão de três outros gêneros: Europejara, Caiuajara dobruskii e Tupandactylus.[3]

Tapejaromorpha

Keresdrakon vilsoni

Tapejaridae
Thalassodrominae

Thalassodromeus sethi

Tupuxuara leonardii

Tapejarinae

Caupedactylus ybaka

Aymberedactylus cearensis

Eopteranodon lii

"Huaxiapterus" benxiensis

"Huaxiapterus" corollatus

Sinopterus dongi

Tapejarini

Europejara olcadesorum

Caiuajara dobruskii

Tapejara wellnhoferi

Tupandactylus imperator

Paleobiologia

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Comparações entre os anéis esclerais da Tapejara e de pássaros e répteis modernos sugerem que pode ter sido catemeral, um animal ativo ao longo do dia em intervalos curtos de tempo.[4]

Veja também

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Referências

  1. Unwin, D. M. and Martill, D. M. (2007). "Pterosaurs of the Crato Formation." In Martill, D. M., Bechly, G. and Loveridge, R. F. (eds), The Crato Fossil Beds of Brazil: Window into an Ancient World. Cambridge University Press (Cambridge), pp. 475–524.
  2. Pinheiro, Felipe L.; Fortier, Daniel C.; Schultz, Cesar L.; De Andrade, José Artur F.G.; Bantim, Renan A.M. (2011). «New information on Tupandactylus imperator, with comments on the relationships of Tapejaridae (Pterosauria)». Acta Palaeontologica Polonica. 56 (3): 567–580. doi:10.4202/app.2010.0057 
  3. Kellner, Alexander W. A.; Weinschütz, Luiz C.; Holgado, Borja; Bantim, Renan A. M.; Sayão, Juliana M. (19 de agosto de 2019). «A new toothless pterosaur (Pterodactyloidea) from Southern Brazil with insights into the paleoecology of a Cretaceous desert». Anais da Academia Brasileira de Ciências (em inglês). 91 (suppl 2): e20190768. ISSN 0001-3765. PMID 31432888. doi:10.1590/0001-3765201920190768 
  4. Schmitz, L.; Motani, R. (2011). «Nocturnality in dinosaurs inferred from scleral ring and orbit morphology». Science. 332 (6030): 705–8. Bibcode:2011Sci...332..705S. PMID 21493820. doi:10.1126/science.1200043 
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