Telephone

canção de Lady Gaga com Beyoncé
 Nota: Não confundir com Telefone. Se procura pela banda de rock francesa, veja Téléphone.

"Telephone" é uma canção da cantora norte-americana Lady Gaga, gravada para o seu terceiro extended play (EP) The Fame Monster. Conta com a participação especial de Beyoncé, e foi composta pelas duas intérpretes em conjunto com LaShawn Daniels, Lazonate Frank e Rodney Jerkins, sendo que este último também esteve a cargo da produção musical. A sua gravação decorreu durante o ano de 2009 nos Darkchild Studios em Los Angeles, na Califórnia. Foi enviada para as rádios dos Estados Unidos a 26 de janeiro de 2010 e lançada digitalmente a 15 de fevereiro na iTunes Store através da Interscope Records, além de terem sido editadas várias remisturas a partir da faixa original, e promovida ainda através de disco de vinil e CD single.

"Telephone"
Telephone
Single de Lady Gaga com participação de Beyoncé
do EP The Fame Monster
Lançamento 26 de janeiro de 2010 (2010-01-26)
Formato(s)
Gravação 2009
Género(s)
Duração 3:41
Editora(s)
Composição
Produção Darkchild
Cronologia de singles de Lady Gaga
"Video Phone"
(2009)
"Alejandro"
(2010)
Cronologia de singles de Beyoncé
"Put It in a Love Song"
(2010)
"Run the World (Girls)"
(2011)
Vídeo musical
"Telephone" no YouTube

Inspirada pelo seu medo da asfixia, Gaga explicou que a letra retrata-a dando preferência à pista de dança em vez de atender chamada do seu amante, e observou que o telefone abordado na canção é, na realidade, uma pessoa dizendo-lhe para continuar a trabalhar de forma dura. Musicalmente, é constituída por uma ponte alargada, um verso-rap e um epílogo onde a voz de um operador anuncia que a linha telefónica está inacessível. Knowles aparece a meio da música com os versos cantados num modo mais rápido, acompanhados por batidas duplas. Em maio de 2010, foi divulgada para o público na Internet uma versão com os vocais de Britney Spears, sugerindo que inicialmente seria para o seu repertório.

Os membros da crítica afirmaram que "Telephone" era considerada uma faixa de destaque de The Fame Monster, chegando a receber uma nomeação para a cerimônia dos Grammy Awards de 2011 na categoria Best Pop Collaboration with Vocals. A música entrou em várias tabelas musicais devido ao número das descargas digitais posterior ao lançamento do álbum, nomeadamente na Austrália, Canadá, Estados Unidos, Nova Zelândia e os Países Baixos. Contudo, foi na Europa que se destacou mais, alcançando a liderança na Bélgica, Dinamarca, Hungria, Irlanda, Noruega e Reino Unido. O single vendeu três milhões de descargas nos Estados Unidos e mais de 7,4 milhões mundialmente estando entre os dez mais vendidos de 2010, de acordo com o relatório da Federação Internacional da Indústria Fonográfica.

O vídeo musical é a continuação de "Paparazzi", canção de 2009 que também recebeu um formato de mini-filme. Depois de ser socorrida da prisão por Beyoncé, as duas dirigem-se a um restaurante onde acabam por matar todos os clientes que se encontram no local. Após escaparem do estabelecimento, ambas seguem a alta velocidade para fugir a uma perseguição policial. A produção faz referência aos filmes Pulp Fiction e Kill Bill: Volume 1, ambos dirigidos por Quentin Tarantino. Muitos dos críticos elogiaram o vídeo, contudo outros realçaram a sua violência e os temas expressos. Em memória de Alexander McQueen, Gaga interpretou uma versão acústica de "Telephone" misturada com "Dance in the Dark" na cerimónia Brit Awards de 2010, além de ter apresentado a música nas suas turnês mundiais The Monster Ball Tour (2009-2011) e a The Born This Way Ball (2012-2013).

Antecedentes

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"Telephone" foi inicialmente escrita para Britney Spears (esquerda). Depois de Spears rejeitar, Gaga reajustou a canção e gravou-a em colaboração com Beyoncé Knowles (direita).

"Telephone" foi escrita inicialmente para o álbum Circus, de Britney Spears, cuja versão com os seus vocais foi divulgada na Internet em Maio de 2010. Contudo, depois da gravação da faixa, a editora discográfica de Spears rejeitou a canção, e Gaga gravou-a mais tarde em colaboração com Beyoncé para o seu terceiro extended play (EP).[1] A cantora disse o seguinte: "Escrevi a canção para ela [Britney] há muito tempo, mas não quis usar no seu trabalho. Foi bom porque adoro-a e quero interpretá-la agora".[2] Originalmente, a convidada teria sido a própria Britney, mas invés disso, Gaga fez arranjos alternativos e adicionou os vocais de Beyoncé para a parceria.[3][4] A inspiração para a letra da música aconteceu devido ao medo da artista em relação à asfixia:[5]

Em maio de 2011, a intérprete confidenciou que a sua "conexão emocional" com a melodia foi difícil.[6] Quando questionada sobre o facto de ter escrito inicialmente a obra para Spears, a cantora respondeu o seguinte: "Bem, não foi isso exatamente que aconteceu, mas não quero aprofundar. Poderia fazê-lo se desligasse isso (aponta para o gravador)... Mas ultimamente, a mistura e a finalização do processo de produção foi muito esgotante para mim. Logo, quando digo que é a minha pior música não tem nada a ver com o som em si, apenas com a minha conexão emocional com a mesma.[6]

Lançamento e divulgação

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Gaga a interpretar a canção ao vivo durante a digressão The Monster Ball Tour em 2010.

O tema começou a ser reproduzido nas rádios norte-americanas a 26 de janeiro de 2010,[7] e de seguida foi disponibilizada na iTunes Store a 15 de fevereiro em França.[8] Foi ainda comercializado em CD single,[9] num EP digital e físico com um conjunto de remisturas a partir do original,[10] e finalmente, em vinil de 7 e 12 polegadas.[11] Numa performance em homenagem ao amigo, o falecido estilista Alexander McQueen, Lady Gaga interpretou a faixa ao vivo pela primeira vez durante a edição de 2010 da cerimónia BRIT Awards, a 16 de fevereiro, no Earls Court Exhibition Centre. Primariamente, a cantora planeou um modo diferente de apresentação, mas alterou o conceito no último minuto porque quis prestar um tributo a McQueen. Escolhendo uma versão acústica de "Telephone" e uma remistura de "Dance in the Dark", antes do espetáculo, a artista afirmou o seguinte no Twitter: "O desempenho desta noite é inspirado no nosso amigo. Máscara por Phillip Treacy, Escultura por Nick Knight, Música de Lady Gaga. Nós sentimos a tua falta".[12] Quando foi anunciada, a artista subiu ao palco com uma indumentária ao estilo da arquiduquesa Maria Antonieta, que sugeriu semelhanças com atuações anteriores da própria, e afirmou de seguida que o concerto era dedicado a Alexander McQueen.[13][14]

Posteriormente, a sua divulgação consistiu em várias atuações ao longo da digressão mundial The Monster Ball Tour, na qual a cantora possuía um vestuário preto enquanto tocava um keytar, instrumento que apresenta características de guitarra, teclado e sintetizador.[15][16] "Telephone", bem como "Brown Eyes" do álbum The Fame, foram interpretadas ao vivo no programa de comédia Friday Night with Jonathan Ross a 3 de março de 2010, para um episódio transmitido dois dias depois.[17] A promoção do single consistiu em outras aparições televisivas, como em Music Station no Japão a 16 de abril, em que Gaga utilizou um macacão de renda e um par de ombros plásticos, desenhados por Somarta e Nakazato Yuima, respetivamente.[18] Em maio de 2010, a artista interpretou a música durante o festival Radio 1's Big Weekend em Cúmbria, mas foi somente em Junho que Knowles também participou numa atuação da colaboração no Festival de Glastonbury, com um público superior a 175 mil pessoas.[19] Durante a turné The Born This Way Ball, a obra também foi interpretada ao vivo em décimo primeiro lugar do alinhamento, sucedendo "LoveGame" e antecedendo "Hair".[20]

Estilo musical e letra

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Demonstração de 28 segundos de "Telephone", canção de tempo moderado com um metrónomo de 120 batidas por minuto.

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"Telephone" é uma canção de tempo moderado que incorpora elementos de estilo electropop e dance-pop, produzida por Darkchild.[21] A sua gravação foi realizada por Paul Foley e decorreu em 2009 nos Darkchild Studios, em Los Angeles, na Califórnia.[22] Mike "Handz" Donaldson e Hisashi Mizoguchi estiveram a cargo da parte vocal e Gene Grimaldi da masterização.[22] Embora tenha sido construída como um dueto, a primeira aparição de Knowles acontece no verso do meio quando canta a sua parte com breves intervalos musicais e com retorno nos refrões durante o resto da faixa.[23] A canção começa com Lady Gaga com uma voz solene envolta na melodia de uma harpa,[24] alterando posteriormente para ritmo mais acelerado em que essencialmente a intérprete está numa discoteca e o seu namorado continua a telefonar-lhe, mas ela não consegue responder corretamente porque está a dançar e a beber ao som da sua música favorita;[24] "Pára de telefonar, pára de telefonar, não quero falar mais", canta em coro.[24] Musicalmente, é constituída por uma ponte alargada, um verso-rap e um epílogo onde a voz de um operador anuncia que a linha telefónica está inacessível.[23] De acordo com a partitura publicada pela Sony/ATV Music Publishing, a música foi escrita em compasso simples, num andamento moderado com um metrónomo de 120 batidas por minuto.[25] Composta na chave de fá menor com o alcance vocal que vai desde da nota baixa fá, para a nota de alta de .[25]

Foi escrita por Stefani Germanotta, Rodney Jerkins, LaShawn Daniels, Lazonate Franklin e Beyoncé Knowles.[26][27] Liricamente, fala sobre o facto da cantora preferir dançar a responder ao telefonema do seu amante,[28] afirmando que deixou a cabeça e o coração na pista.[29] O verso é cantado num estilo rápido, acompanhado por duplas batidas.[28] De acordo com Lady Gaga, o telefone da canção não é físico mas sim uma pessoa na sua cabeça que a incentiva para continuar a trabalhar mais e mais.[5] Gaga explicou, "É esse o meu medo — que o telefone toque e a minha cabeça também... Quer se trate de um telefone ou apenas pensamentos na sua cabeça, isso é outro medo".[5] Bill Lamb do portal About.com considerou que "Telephone", em relação à sua letra, é um "pouco parva".[30] Lamb afirma que no verso, "Eu deixei a minha cabeça e o meu coração na pista de dança" faz "lembrar que Lady Gaga ajudou a puxar a indústria inteira da música pop para a pista de dança de uma maneira, que possivelmente, não era vista desde do auge do disco".[30]

Recepção pela crítica

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Críticas profissionais
Avaliações da crítica
Fonte Avaliação
About.com      [30]
Billboard (positiva)[31]
Digital Spy      [32]

As críticas atribuídas foram positivas, com Bill Lamb do portal About.com a afirmar que "é difícil definir se Lady Gaga tem uma incrível capacidade de bater recordes no mainstream pop ou se ela é a definição do mesmo na atualidade".[30] Lamb classificou "Telephone" com quatro de cinco estrelas possíveis e complementou a sua crítica ao dizer que é uma das melhores faixas do álbum e "chama também a atenção os fãs de R&B e hip-hop para a rádio". O editor comparou-a também a "Just Dance" como uma "sucessora lírica", em que Gaga fala sobre "não querer usar o telefone na... discoteca".[33] Bill confidenciou que achava "estranho" que a cantora continua-se a sentir-se da mesma forma que em "Just Dance" que já foi "há muito tempo", e termina dizendo que a melodia é "divertida e descartável, mas em The Fame Monster, existem mais e melhores possibilidades para singles".[33] Nick Levine do sítio Digital Spy atribuiu o número máximo de estrelas (cinco) e comentou que devido ao facto de "transformar-se num chatshow com um telefone na cabeça - e porque faz destas coisas cerca de três vezes por semana -, Lady Gaga ganhou um pouco de reputação".[32] Levine criticou ainda a presença "a meio" de Knowles, mas concluiu que "se tivéssemos uma música tão boa como esta para promover, poderíamos apenas colocar um telefone na nossa cabeça".[32]

Michael Hubbard do MusicOMH revelou que achava a melodia "provavelmente a melhor coisa [no disco], elogiando a "ponte [musical] brilhante" e o final quando a chamada é direccionada para o correio de voz.[23] Um escritor da página Popjustice notou que a obra era como se fosse "um encontro com "What You Waiting For?" de Gwen Stefani", em relação à sua estrutura e colaboração de Beyoncé que "faz parecer que está tudo bem, como se fosse esse o plano o tempo todo".[3] Evan Sawdey da publicação on-line PopMatters disse que "a colaboração muito falada", cuja se destaca "com sua batida dupla", prova ser "uma das músicas com mais adrenalina" de Gaga, destacando-a por chamar a atenção dos ouvintes do disco.[34] Mikael Woods do jornal Los Angeles Times sentiu que a melodia é "uma meditação cuidadosa de como é chato quando um homem continua a telefonar enquanto nos estamos a divertir na discoteca".[35] Amy Phillips da publicação Pitchfork Media considerou a faixa como a 55.ª melhor de 2010, como parte da lista "Top Tracks of 2010", desenvolvendo que "era um dos registos menos esquisitos de The Fame Monster".[36] Jon Caramanica do The New York Times comentou que "Video Phone" e "Telephone", "prometeram uma nova direcção, mas em ambos, Beyoncé apareceu para provar que poderia fazer Gaga despir-se de si própria, e em seguida, regressar à sua zona de conforto".[37]

Melanie Bertoldi da revista norte-americana Billboard fez uma crítica positiva à música, afirmando que considerava ser muito parecida com "Blah Blah Blah" de Kesha, "em que Gaga prepara-se para calar fantasmas, situação com a qual Beyoncé é muito familiar... Até o momento, "Telephone" surge através de uma parede de sinais sonoros para regressar à sua simples introdução, em que ambas deixam o ouvinte com apenas uma opção; render-se à pista de dança".[31] Nicki Escuerdo do diário Phoenix New Times considerou a canção como um destaque no álbum,[38] ao contrário de Sarah Hajibagheri do The Times e Armond White, crítico de música e cinema do New York Press, que não ficaram impressionados com o tema. Hajibagheri disse o seguinte: "A aparição vocal de Beyoncé em conjunto com toques de telefone contribuem para o sentimento de caos absoluto".[39] White acrescentou que "[a faixa] celebra uma recusa desatenta em comunicar; para negligentemente e impiedosamente entrar no estilo pop de Tarantino".[40] Rob Sheffield da publicação Rolling Stone colocou o single na sua lista dos vinte cinco melhores de 2010, complementando que foi uma "falha de comunicação na pista de dança", e "Beyoncé, a estrela pop mais notoriamente não-louca do nosso tempo, chega a fingir por alguns minutos que é tão louca quanto Gaga".[29] O registo recebeu uma nomeação na categoria Best Pop Collaboration with Vocals para a cerimónia anual dos Grammy Awards,[41] além de Gary Trust da Billboard o ter colocado na quarta posição de uma compilação das dez melhores colaborações femininas de todos os tempos.[42]

Vídeo musical

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Desenvolvimento

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O vídeo musical foi gravado a 28 de janeiro de 2010, em Los Angeles, pelo director sueco Jonas Åkerlund.[43][44] A revista New York Magazine informou que a história baseia-se no facto de Beyoncé pagar a fiança para Gaga sair da cadeia.[45] Nas fotos publicadas das gravações, as duas artistas estavam na mesma carrinha denominada "Pussy Wagon", cuja Uma Thurman conduziu no filme Kill Bill: Volume 1 por Quentin Tarantino.[46] Outros conceitos no projecto envolvem cenas num restaurante, numa prisão, e ainda a participação do cantor Tyrese Gibson.[45] Tanto Gaga como Knowles utilizaram peças de roupa "destroyed denim", desenhadas por Frank Fernández e Oscar Olima.[45] Numa entrevista com a E! Online, Gaga explicou o significado por detrás do vídeo:[47]

A 5 de fevereiro de 2010, Lady Gaga foi entrevistada por Ryan Seacrest na rádio KIIS-FM, onde comentou a sua visão sobre o projeto, afirmando o seguinte: "O que gosto nele é o facto de ser um verdadeiro acontecimento pop, e quando era jovem, estava sempre animada quando havia um evento gigante a acontecer na música pop, é isso que queria que fosse agora".[48] "A ideia de que a América está cheia de jovens que são inundados com informação e tecnologia e transformá-los em algo mais do que um comentário sobre o tipo de país que somos", confidenciou a artista sobre a sua intenção.[47] No seu sítio oficial, a intérprete revelou a 15 de fevereiro de 2010 três fotos do teledisco; três cenas distintas, sendo que uma delas era na cozinha, onde possui um chapéu plástico de chef e um telefone feito inteiramente de cabelo na cabeça, outra num jantar com os seus dançarinos, onde veste um biquíni com a bandeira americana padronizada, e por fim, uma foto a preto e branco em que mostra um chapéu feito de triângulos múltiplos e telefones com fio.[49] Originalmente, o vídeo iria estrear em fevereiro de 2010, mas acabou por ser discutido que seria no mês seguinte.[48][50][51] A 9 de Março de 2010 foram reveladas outras imagens do trabalho,[49] que acabou por ser divulgado dois dias depois na E! News e através do serviço VEVO.[52]

Sinopse

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Lady Gaga e Knowles com Pussy Wagon, veículo utilizado num dos filmes dirigidos por Quentin Tarantino que foi referenciado ao longo do teledisco.

O vídeo musical tem pouco mais de nove minutos de duração,[53] e começa como uma continuação do final de "Paparazzi", depois de Gaga ser presa por homicídio do namorado por envenenamento.[53] Na cena, a cantora é encaminhada para uma prisão feminina, direccionada para a sua cela por duas agentes penitenciárias, que a despem enquanto é gozada pelas restantes reclusas presentes.[53] Uma das guardas chega a comentar, "eu disse que ela não tinha um pénis", referindo-se aos rumores de que Gaga seria hermafrodita.[53][54] Nos primeiros três minutos, o teledisco mostra as actividades da artista no recinto, beijando outra prisioneira feminina no pátio, utilizando uns óculos constituídos por cigarros.[54] A sua irmã Natali Germanotta também faz uma participação no trabalho, numa sala de convivência para as prisioneiras, em que Lady Gaga atende uma chamada de Beyoncé Knowles e começa a cantar de seguida.[55] O primeiro verso é interpretado numa cena de dança em conjunto com as companheiras encarceradas.[53]

Gaga é socorrida e sai ao encontro de Knowles que espera por ela na carrinha denominada por "Pussy Wagon". Beyoncé é apelidada de Honey Bee, uma referência à personagem Honey Bunny do filme de Tarantino de 1994, Pulp Fiction.[56] Após uma troca de diálogos, ambas percorrem um deserto e acabam por parar num restaurante.[54] Knowles fica em frente a Gibson, mas farta da sua insolência, decide envenená-lo, contudo ele não morre como ela esperava.[54] O vídeo, de seguida, foca-se numa sequência intermediária chamada "Vamos fazer uma sanduíche!".[53] Gaga está numa cozinha, com um chapéu em forma de vários telefones, e após uma coreografia de dança, a cantora prepara uma sandes e chega a prová-la.[53] Durante a preparação da comida, a artista mistura veneno em todos os pratos que está a preparar para servir aos seus clientes, que acabam por falecer, incluindo Gibson e outras personagens interpretadas pela banda Semi Precious Weapons e o seu cão de raça dogue alemão, Lava. De seguida, Gaga e Knowles executam outra coreografia com roupas inspiradas na bandeira americana e calças rasgadas, rodeadas dos cadáveres.[54] Acabam por deixar o estabelecimento e enquanto viajam, os assassinatos vão sendo relatados por um repórter, interpretado por Jai Rodriguez.[53] Nas últimas cenas, as cantoras são perseguidas pela polícia, terminando com a palavra "Continua..." seguida pelos créditos finais.[53]

Recepção

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Os especialistas, após o lançamento do projecto, fizeram críticas positivas ao mesmo. Monica Herrera da Billboard considerou que o vídeo "é cheio de intrigas, lutas de prisão, cenas de beijos, envenenamento em massa e muita pele à mostra a que muitos chamam 'trajes'".[57] Matt Donnelly do Los Angeles Times escreveu que o trabalho "é uma festa visual, repleta de moda fantástica, lutas de meninas, comida envenenada, um exército de enfeites para a cabeça e muita bondade de Gaga".[58] Jennifer Cady do sítio da E! Online elogiou Knowles pelo seu estilo "sempre feroz" durante a trama.[59] Amy Odell da revista New York também elogiou Beyoncé e considerou que teve o melhor desempenho, mesmo tendo consciência que era um teledisco de Gaga: "Ela mostra realmente o seu lado irritado e louco, que só sabíamos que se podia esconder debaixo da sua fachada muito perfeita".[54] Bill Lamb do portal About.com sentiu que "seria praticamente impossível para aguentar a promoção avançada, mas o vídeo de Lady Gaga chegou, e, para estes olhos, vale a pena assistir".[60] James Montogomery da estação de televisão MTV afirmou que com este lançamento, "entramos numa das mais raras estratosferas do pop, lá em cima com as Madonnas e os Michael Jacksons".[53] Tanner Stransky da Entertainment Weekly realçou que não era "tão bom quanto o seu épico 'Bad Romance', mas é melhor do que qualquer outro que tenha saído actualmente".[61] Um escritor do The Huffington Post foi mais crítico em relação ao projecto, escrevendo o seguinte: "Como de costume, há um assassinato, masturbação, promoção de produtos, referências a Tarantino e muita coisa impraticável".[62]

  Gaga transformou esta peça que acompanha 'Paparazzi' num evento de cultura pop, correndo com a Pussy Wagon de Kill Bill e uma extravagante co-participação de Beyoncé. O arco Thelma e Louise em que Knowles tem de resgatar Gaga da prisão para envenenar um restaurante cheio de clientes. Com os seus diálogos evasivos e a grande campanha publicitária que antecederam o seu lançamento, o vídeo em si sente-se como uma espécie de piada interna elaborada na qual todos devíamos estar envolvidos.  

— Mallika Rao, repórter da revista Rolling Stone.[63]

Armond Branco da New York Press descreveu o vídeo como "cruel e feio", afirmando também que "simboliza a insanidade do mainstream pop contemporâneo" e presta "homenagem às influências de Quentin Tarantino em distorcer o prazer da cultura pop [e transformá-lo] em disparate".[40] Da mesma opinião que Branco, Sandy Rios, presidente da campanha de cultura criticou o trabalho na Fox News numa entrevista com Megyn Kelly, acrescentando que era "nojento" e "veneno para as mentes das nossas crianças".[64] Caryn Ganz da Rolling Stone denominou-o como "uma mistura de pornografia lésbica de prisão e piscadelas a duas divas e personalidades públicas".[56] Ganz observou que "se Quentin Tarantino e Russ Meyer refizessem Thelma & Louise como uma orgia de promoção de produtos com interlúdios ferozmente coreografados, este seria o resultado".[56] O profissional terminou o seu comentário ao afirmar que o teledisco "é certamente cinematográfica e estranhamente feminista, e os suspiros são a maior declaração sobre a cultura de consumo".[56] William Goodman da publicação Spin declarou que a trama era "uma amostra de pepitas pop de Whitman" e comparou-a aos programas de televisão japoneses coloridos"[65] Goodman terminou sua análise ao concluir que "deve ter custado uma fortuna", e descreveu o vídeo como uma "obra-prima pop de grande orçamento".[65]

No mês de maio de 2011, Gaga expressou alguma insatisfação com o resultado final do trabalho, e numa entrevista com a Time Out, afirmou o seguinte: "Não consigo sequer assistir ao vídeo de Telephone, odeio tanto. Beyoncé e eu estamos muito bem juntas. Mas há tantas ideias naquele vídeo e tudo o que vejo naquele o vídeo é o meu cérebro a latejar com ideias e gostaria de o ter editado eu mesma um pouco mais".[66]

Reconhecimento e prémios

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A revista NME elaborou uma lista dos cinquenta melhores vídeos musicais de 2010, e colocou o de "Telephone" na terceira posição, comentando que "quase dez minutos de promoção de produtor, um enredo à Thelma e Louise, roupas bizarras e alguns movimentos de dança exclusivamente à Gaga".[67] Mais tarde, a mesma publicação colocou o trabalho no décimo sétimo lugar de um rol dos cem grandiosos telediscos de sempre, afirmando que o mesmo "evita toda a estranheza cósmica dos trabalhos anteriores [da cantora] e contenta-se com uma acção de nova minutos com inspiração por Tarantino".[68] Os editores da Pitchfork Media seguiram com a mesma opinião que a NME,[69] e a Spin também considerou o vídeo como o sétimo melhor do ano de 2010, comentando que "a decisão de recorrer a Beyoncé numa fantasia de Gaga foi genial".[70] A 3 de agosto de 2010, o projecto recebeu três nomeações para a edição anual da cerimónia MTV Video Music Awards, nas categorias Best Choreography, Video of the Year e Best Collaboration, sendo que venceu a última e as outras perdeu para "Bad Romance" também de Gaga.[71][72]

Outras versões

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A 2 de maio de 2010, foi divulgada na Internet uma demonstração da canção com os vocais da cantora norte-americana Britney Spears.[73] Depois de alguns membros dos média terem sugeridos que seria falsa, o produtor Rodney Jerkins confirmou a sua autenticidade através do seu perfil no Twitter, afirmando que "era uma fase inicial da versão demo [e que] nem sequer estava misturada" e referenciou que a música estava incompleta.[74][75] O estilo musical foi comparado ao single de 2007 de Spears, "Piece of Me", com membros da crítica a realçarem semelhanças inclusive com o quinto álbum da artista, Blackout.[76] Rob Sheffield, da revista dos Estados Unidos Rolling Stone, prezou a versão de Britney,[76] incluindo-a na vigésima quinta posição da sua lista dos melhores singles de 2010.[29]

Um dos vencedores da versão britânica do programa de televisão The X Factor, Joe McElderry, interpretou a canção na décima quarta final da sétima série durante os resultados,[77] e ainda, no segmento Live Lounge como parte do festival Radio 1's Big Weekend.[78] "Telephone" também foi interpretada na série americana Glee pelas actrizes Lea Michele e Charice Pempengco, durante o episódio da segunda temporada "Audition".[79] Esta versão foi lançada como single e posteriormente conseguiu entrar em tabelas musicais, atingindo a 17.ª posição no Canadá, 18.ª na Irlanda, 23.ª nos Estados Unidos e 30.ª na Austrália.[80][81][82] Foram feitas outras gravações a partir da obra original, nomeadamente pelo grupo HelenaMaria,[83] por Aston,[84] Bangin Productions,[85] e Pomplamoose.[86]

Faixas e formatos

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A versão digital de "Telephone" lançada em França contém apenas uma faixa com duração de três minutos e quarenta segundos, já no Reino Unido contém ainda o vídeo musical.[8][87] Foi ainda lançado um extended play (EP) digital e físico que contém dez remisturas a partir da faixa original, com mais de quarenta e nove minutos.[88] Na Europa, a música também foi comercializada em versão CD single, e ainda em disco de vinil de 7 e 12 polegadas.[9][11]

Descarga digital (França)[8]
N.º Título Duração
1. "Telephone"   3:40
Descarga digital (Reino Unido, Portugal)[87][89]
N.º Título Duração
1. "Telephone"   3:40
2. "Telephone" (vídeo musical) 9:32
Duração total:
13:12

Desempenho nas tabelas musicais

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Após o lançamento do disco, em novembro de 2009, devido ao número elevado de descargas digitais, a canção entrou em tabelas musicais da Austrália, Irlanda e Reino Unido, estreando em 26.º, 29.º e 30.º lugar, respectivamente.[91] Na Billboard Hot 100, entrou na 35.ª posição,[92] e passadas algumas semanas, ascendeu-se à 3.ª colocação, tornando-se a sexta vez consecutiva que Gaga entrava nas dez obras mais vendidas dos Estados Unidos.[93] Na edição de 27 de fevereiro de 2010, a música conseguiu chegar à liderança da Dance/Club Play Songs. Um mês depois foi anunciado que o mesmo feito realizava-se na Pop Songs, tornando-se a sexta liderança alcançada pelas duas artistas intervenientes, e como consequência, empataram com Mariah Carey com mais topos atingidos desde do lançamento do Nielsen BDS-based em 1992.[94] Em março de 2014, "Telephone" tinha vendido 3 milhões e 328 mil descargas digitais legais nos Estados Unidos,[95][96][97] recebendo um certificado de platina tripla pela Recording Industry Association of America (RIAA) pelas vendas superiores a três milhões de cópias em território norte-americano.[98]

Na Canadian Hot 100 estreou em 14.º lugar, mais tarde subindo ao 3.º para se tornar na sexta vez consecutiva que Gaga entrava na lista dos dez singles mais vendidos no Canadá.[99] Como consequência do seu desempenho no território, foi certificada com tripla platina pela Canadian Recording Industry Association (CRIA) com mais de 120 mil descargas legais apuradas.[100] Na Austrália, a faixa também chegou à terceira posição como melhor,[101] sendo também certificada com tripla platina pela Australian Recording Industry Association (ARIA) por vendas superiores a 210 mil cópias no país.[102] Na Nova Zelândia debutou na trigésima primeira posição, tornando-se a melhor estreia nessa semana, contudo foi a 5 de Abril de 2010 que registou o seu recorde na tabela musical, subindo ao terceiro lugar.[103]

No Reino Unido, a música conseguiu entrar na vigésima posição na tabela UK Singles Chart a 15 de março de 2010.[104] Com vendas superiores a 635 mil unidades, tornou-se no quarto single número um de Lady Gaga em território britânico.[104][105] Na Irlanda estreou em 26.º lugar, assumindo a liderança da tabela musical duas semanas depois.[106] Em países lusófonos, no Brasil nomeadamente, atingiu a terceira posição como melhor na Brasil Hot 100 Airplay.[107] O tema vendeu mais de 7,4 milhões mundialmente estando entre os dez mais vendidos de 2010 a nível digital, de acordo com o relatório da Federação Internacional da Indústria Fonográfica.[108]

Créditos

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Todo o processo de elaboração da canção atribui os seguintes créditos pessoais:[22]

Histórico de lançamento

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"Telephone" começou a ser reproduzida nas rádios norte-americanas a 26 de janeiro de 2010, e de seguida foi disponibilizada na iTunes Store a 15 de fevereiro em França. Também foi lançada em CD single e num EP digital e físico com um conjunto de remisturas a partir da faixa original.

País Data Formato Editora discográfica
  Estados Unidos 26 de janeiro de 2010 Rádio mainstream,[7] rhythmic,[152] urban[153] e hot AC[154] Interscope
  França[8] 15 de fevereiro de 2010 Descarga digital
  Bélgica[10] 2 de março de 2010 EP digital de remisturas
  Canadá[155]
  Dinamarca[156]
  Estados Unidos[157]
  França[158]
  Irlanda[159]
  Países Baixos[160]
  Reino Unido[161]
  Suécia[162]
  Suíça [163]
  Portugal[88] 11 de março de 2010
  Europa[9] 12 de março de 2010 CD single
12"[11]
  Brasil[164] 14 de março de 2010 Descarga digital Universal Music
  Reino Unido[165] 15 de março de 2010 7" Polydor
  Estados Unidos[166] 30 de março de 2010 EP físico de remisturas Interscope
  Alemanha[167] 2 de abril de 2010 CD single
  França[168] 6 de abril de 2010

Referências

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