Teoria inatista
Teoria inatista é uma das teorias usadas por professores de surdos no seu desenvolvimento.
Em que se baseia
editarA visão inatista defende que os seres humanos nascem programados biologicamente para falar, assim como os pássaros para voar. A linguagem se desenvolve naturalmente nas crianças.
O ambiente contribui com que as pessoas falem uma língua. O resto a criança faz por si só. Para isso, aciona inconscientemente um mecanismo cerebral que, supostamente, contém um conjunto de princípios válidos para todas as línguas humanas.
Os seguintes argumentos são apresentados a favor do inatismo:
- Virtualmente todas as crianças aprendem bem sua língua materna numa idade em que dificilmente seriam capazes de aprender algo tão complicado;
- As crianças aprendem bem sua língua materna, quer num ambiente estimulante e culto, quer num ambiente desumano. As diferenças ficam por conta do vocabulário, criatividade, refinamento dos usos, etc. Mas as estruturas da língua falada serão basicamente as mesmas;
- A linguagem ouvida pelas crianças só consegue exemplificar parte das regras gramaticais que elas acabam dominando;
- As crianças produzem enunciados bem elaborados, mesmo que nenhum adulto lhes aponte os “corretos” e “incorretos”;
Há também os seguintes argumentos contra esta teoria:
- Afirma-se que os seres humanos tendem a agir cooperativamente, e a linguagem é apenas uma das formas convencionais de acção cooperativa. Situados nessa nova perspectiva, os pesquisadores que praticamente se restringiam a estudar a compreensão e a produção da criança, passaram a estudar a também a fala do adulto que interage com ela. Foi a partir desses estudos que se pôde avaliar o papel que o falante mais velho desempenha nessa interacção e o tipo de estímulo linguístico que o participante infantil recebe nessa troca.
Observou-se, então que os adultos modificam sua fala quando se estão dirigindo às crianças. Falam mais devagar, usam tons mais variados, estruturas mais simples, sentenças mais curtas, repetições e paráfrases. Tudo para se adaptarem ao nível da criança.
Fica claro, então, que a criança não adquire uma linguagem simplesmente “ouvindo”. A aquisição é resultado da linguagem numa conversação facilitada. Tal seja, mente e experiência unidas construindo a gramática.