Terra Indígena Apiaká do Pontal

Apiaká do Pontal é uma terra indígena situada no município brasileiro de Apiacás (estado do Mato Grosso),[1][2][3][4][5] com uma área de 982 mil hectares,[1][2][5] habitada pelas etnias apiaká, isolados do Pontal e, munduruku.[1][2][3][4]

Esta TI faz parte das unidades de conservação do tipo integral Parque Nacional do Juruena (PARNAju, criado por decreto em 05 de junho de 2006[6]) e[1][2][6] da Reserva Ecológica Apiacás.[2] De 982 mil hectares quase 5 mil hectares foram desmatados.[2]

A Fundação Nacional do Índio (FUNAI) atua nesta TI através da Coordenação Regional "Norte Mato Grosso" e, a Secretaria Especial de Saúde Indígena do Brasil (SESAI) atua através do Distrito Sanitário Especial Indígena do Rio Tapajós.[2] De acordo com a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas" (PNASPI) e o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS) do Sistema Único de Saúde do Brasil (SUS).[7][8][9]

Em 2007, os povos tradicionais foram reconhecidas pelo Governo do Brasil, através da Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (PNPCT, decreto 6040/2007),[10][11][12][13] que inclui indígenas, quilombolas, ribeirinhos, etc.[14] Comunidades que mantêm um modo de vida ligado aos recursos naturais e ao meio ambiente em que vivem de forma harmônica ("relação de reciprocidade com a natureza") além do uso comum da terra.[10][15] No caso a constituição brasileira garante aos indígenas o direito a sua terra tradicional e o direito de proteção por parte do governo do Brasil.[16]

História

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Em 2024, no Dia da Amazônia (5 de setembro) três territórios indígenas (TIs) da região amazônida foram demarcados e tiverem os limites territoriais estabelecidos pelo Ministério da Justiça e da Segurança Pública do Brasil, beneficiando mais de mil indígenas em: Apiaká do Pontal no estado de Mato Grosso e, Maró e Cobra Grande no estado do Pará.[4] O processo de demarcação das três regiões foram iniciado há cerca de 15 anos atrás e estavam paralisados.[4]

A audiência de demarcação presidida pelo ministro Ricardo Lewandowski ocorreu com a presença dos indígenas Leandro Krixi Sabanes (presidente da Associação da Aldeia Matrinxã) e Raimundo Paigo Munduruku (presidente da Associação Uruwy Apiaka Baixo Juruena).[5] Estas regiões abrigam as seguintes etnias em área de mais de 1 milhão de hectares: boraris, arapium, jaraquis, tapajós, apiakás e, mundurukus, além de alguns povos isolados.[1][4]

A assinatura das portarias 771,[2] das futuras Terras Indígenas por Ricardo Lewandowski é uma das fases do processo de demarcação; que em seguida será analisado pelo presidente Lula da Silva para sanção; que através de decreto faz a titularidade definitiva das terras indígenas às comunidades, e; por fim é feito o registro das TIS em cartório.[4] Então será possível identificar e expulsar oficialmente os invasores.[4]

“O dia 5 de setembro vai ficar marcado na história, na luta do povo Apiaká da Terra Indígena Apiaká do Pontal e Isolados. É um grande passo que a gente está dando hoje, extremamente importante para nós Apiaká.”, Leandro Krixi Sabanes.[5]

"A conquista representa um passo fundamental para a proteção do meio ambiente, da biodiversidade e da cultura dos Apiaká e Munduruku, mas também para os povos indígenas isolados que vivem no território.", Raimundo Paigo Munduruku.[5]

Características

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Atualmente as aldeias estão distribuídas em toda a área do Apiaká do Pontal: aldeia Matrinxã na porção sul; três aldeias na porção norte (Pontal, Canindé e Piraputua); núcleos familiares no baixo rio Teles Pires próximo ao rio Juruena.[6]

De acordo com o GT da FUNAI (2010) e da SESAI (2013), a população desta TI cresceu de 144 para 262 pessoas em três anos.[2][6] De acordo com a Distrito Sanitário Especial Indígena Kaiapó (DSEI Kaiapó do Pará) e os indígenas apiakás, a população atual prevê aproximadamente 314 pessoas (2017) e 395 pessoas (2020).[6]

A região faz parte da bacia hidrográfica do rio Tapajós, o bioma é amazônico formado por maior parte por uma floresta ombrófila aberta (72,84%, vegetação de transição entre a Floresta Amazônica e áreas extra-amazônicas); seguido pela presença de savana estacional (20,63%), e; com uma pequena presença de floresta tropical pluvial (6,52%, ombrófila densa).[2]

Ameaças

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De acordo com o Projeto Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (PRODES) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), até 2023 está área teve 4 978 hectares desmatados.[2]

Referências

  1. a b c d e «Lewandowski assina portaria de demarcação de três terras indígenas». Agencia Brasil de Comunicação (ABC). 6 de setembro de 2024. Consultado em 11 de novembro de 2024 
  2. a b c d e f g h i j k «Terra Indígena Apiaká do Pontal e Isolados». terrasindigenas.org.br. Consultado em 11 de novembro de 2024 
  3. a b «Conheça as três Terras Indígenas declaradas pelo Ministério da Justiça | Instituto Socioambiental». www.socioambiental.org. 11 de setembro de 2024. Consultado em 11 de novembro de 2024 
  4. a b c d e f g Nunes, Mônica (6 de setembro de 2024). «Ministério da Justiça assina demarcação de três terras indígenas na Amazônia». Conexão Planeta. Consultado em 11 de novembro de 2024 
  5. a b c d e Corezomaé, Helena (5 de setembro de 2024). «Vitória histórica: Terra Indígena Apiaká do Pontal e Isolados é reconhecida pelo Estado brasileiro » OPAN». OPAN. Consultado em 11 de novembro de 2024 
  6. a b c d e «A situação de sobreposição entre a Terra Indígena Apiaká do Pontal e Isolados e o Parque Nacional do Juruena» (PDF). Operação Amazônia Nativa (OPAN). Consultado em 11 de novembro de 2024. Resumo divulgativo 
  7. «Sobre a Secretaria de Saúde Indígena». Ministério da Saúde do Brasil. Consultado em 11 de novembro de 2024 
  8. «Saúde Indígena». Fundação São Vicente de Paulo (svposs). Consultado em 11 de novembro de 2024 
  9. «Cofen e SESAI atuam para fortalecer assistência de Enfermagem aos indígenas». Conselho Federal de Enfermagem (COFEN). 25 de julho de 2023. Consultado em 11 de novembro de 2024 
  10. a b «Comunidades dos Povos Tradicionais se manifestam após pedido de ruralistas pela suspensão dos processos de demarcação de territórios tradicionais». Instituto Memorial Chico Mendes. Consultado em 5 de novembro de 2024 
  11. «DECRETO Nº 6.040: Institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais.». Câmara dos Deputados do Brasil. Consultado em 5 de novembro de 2024. Resumo divulgativo 
  12. «Decreto nº 6.040, de 7 de fevereiro de 2007». Observatório de Educação. Consultado em 5 de novembro de 2024 
  13. «Comissão de Agroecologia reafirma direitos dos povos e comunidades tradicionais e defende Decreto 6040». Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (CNAPO). 24 de agosto de 2018. Consultado em 5 de novembro de 2024 
  14. «Descubra quais são os 28 povos e comunidades tradicionais do Brasil». Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva (Cedefes). Consultado em 12 de agosto de 2022 
  15. «Os Faxinalenses são grupos sociais que compõe territórios específicos da região Centro e Centro-Sul do Estado do Paraná». Instituto Arvoredo Brasil. Consultado em 23 de janeiro de 2016. Arquivado do original em 29 de janeiro de 2016 
  16. «Funai repudia declarações equivocadas e reafirma compromisso com a proteção dos direitos indígenas e a segurança de seus servidores». Ministério dos Povos Indígenas do Brasil. 2 de novembro de 2024. Consultado em 6 de novembro de 2024 

Ligações externas

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