Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau
A Uru-Eu-Wau-Wau é uma terra indígena na Amazônia Legal com área de 1 867 hectares, localizada no estado brasileiro de Rondônia nas regiões de Ji-Paraná e Porto Velho distribuído em doze municípios e, é habitada por nove etnias que formam uma população total de 518 pessoas.[1] Área homologada no CRI e na Secretaria de Patrimônio da União (SPU) via decreto 275 de outubro de 1991.[1]
Em 2007, os povos tradicionais, incluindo os indígenas, foram reconhecidas pelo governo brasileiro, através da Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (PNPCT),[2][3][4][5][6] por terem o modo de vida ligado aos recursos naturais e ao meio ambiente de forma harmônica e o uso comunitário da terra.[2][7] Reafirmando aos indígenas o direito a sua terra tradicional e a proteção governamental.[8] Assim a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI) atua nesta área através da Coordenação Regional "Ji-Paraná" e da Secretaria Especial de Saúde Indígena "Porto Velho".[1]
De acordo com o programa Povos Indígenas no Brasil do Instituto Socioambiental (ISA), Rondônia é o quarto estado brasileiro onde moram mais povos indígenas, com 29 povos registrados.[9] E de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em Rondônia existe 21.153 indígenas (1,25% da população do Brasil).[9]
Etnias
editarNa Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau residem nove etnias formando uma população total de 518 pessoas:[1]
Povos | Família linguística | Idioma |
---|---|---|
Amondawa | Tupi-Guarani | Kawahib |
Isolados Bananeira | ||
Isolados do Cautário | ||
Isolados no Igarapé Oriente | ||
Isolados no Igarapé Tiradentes | ||
Juma | Tupi-Guarani | Kawahib |
Kawahiva Isolado do Rio Muqui | ||
Oro Win | Txapakura | Oro Win |
Uru-Eu-Wau-Wau | Tupi-Guarani | Kawahiva |
Distribuição territorial
editarA Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau abrange doze municípios do estado de Rondônia:[1]
Município | Área municípal (ha) | Área da TI no município (ha) | % da TI | |
---|---|---|---|---|
Alvorada D'Oeste | 302.918,90 | 114.129,99 | 6,11 | Ji-Paraná |
Cacaulândia | 196.177,80 | 3.037,71 | 0,16 | Porto Velho |
Campo Novo de Rondônia | 344.200,50 | 82.158,69 | 4,40 | Porto Velho |
Costa Marques | 498.717,70 | 60.153,83 | 3,22 | Ji-Paraná |
Governador Jorge Teixeira | 506.738,40 | 339.651,43 | 18,19 | Porto Velho |
Guajará-Mirim | 2.485.572,40 | 563.060,99 | 30,16 | Porto Velho |
Jaru | 294.412,80 | 15.951,70 | 0,85 | Porto Velho |
Mirante da Serra | 119.187,50 | 41.522,88 | 2,22 | Ji-Paraná |
Monte Negro | 193.137,80 | 10.326,94 | 0,55 | Porto Velho |
Nova Mamoré | 1.007.164,30 | 56.410,77 | 3,02 | Porto Velho |
São Miguel do Guaporé | 746.021,90 | 418.660,53 | 22,42 | Ji-Paraná |
Seringueiras | 377.350,50 | 171.029,43 | 9,16 | Ji-Paraná |
Bioma
editarEsta Terra Indígena está localizada na bacia hidrográfica do rio Madeira e faz parte do bioma Amazônico, composto por uma vegetação com predominância de floresta ombrófila aberta com quase 53%; seguido por savanas do tipo normal e do tipo ombrófila com 26,57% e 12,63% respectivamente, e; uma pequena região de floresta ombrófila densa que corresponde à 7,86% da Terra Indígena.[1]
Organizações
editarNesta área atuam as seguintes organizações:[1]
- Associação das Guerreiras Indígenas de Rondônia (Agir);
- Associação de Pais e Professores do Povo Indígena Amondawa (APP AMONDAWA);
- Associação do Povo Indígena Amondawa (Puruen Amondawa);
- Associação Jupaú;
- Organização dos Povos Indígenas de Rondônia, Noroeste do Mato Grosso e Sul do Amazonas (OPIROMA);
- Conselho Indigenista Missionário (CIMI):
- Jovens com uma Missão (Jocum);
- Junta das Missões de Convenção Batista Nacional, e;
- Associação de Defesa Etno-ambiental Kanindé.
Integração
editarA Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau faz parte da unidade de conservação Parque Nacional Pacaás Novos.[1]
Ameaças
editarA terra indígena é ameaçada por grileiro (especulação fundiária) e madeireiro, sendo onde processos judiciais em andamento.[1]
De acordo com o projeto Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (PRODES) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), esta área sofreu desmatamento de 20 939 ha até o ano 2023.[1]
Ver também
editarReferências
- ↑ a b c d e f g h i j «Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau». Instituto Terras Indígenas no Brasil. Consultado em 25 de outubro de 2024
- ↑ a b «Comunidades dos Povos Tradicionais se manifestam após pedido de ruralistas pela suspensão dos processos de demarcação de territórios tradicionais». Instituto Memorial Chico Mendes. Consultado em 5 de novembro de 2024
- ↑ «DECRETO Nº 6.040: Institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais.». Câmara dos Deputados do Brasil. Consultado em 5 de novembro de 2024. Resumo divulgativo
- ↑ «Decreto nº 6.040, de 7 de fevereiro de 2007». Observatório de Educação. Consultado em 5 de novembro de 2024
- ↑ «Comissão de Agroecologia reafirma direitos dos povos e comunidades tradicionais e defende Decreto 6040». Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (CNAPO). 24 de agosto de 2018. Consultado em 5 de novembro de 2024
- ↑ «Descubra quais são os 28 povos e comunidades tradicionais do Brasil». Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva (Cedefes). Consultado em 12 de agosto de 2022
- ↑ «Os Faxinalenses são grupos sociais que compõe territórios específicos da região Centro e Centro-Sul do Estado do Paraná». Instituto Arvoredo Brasil. Consultado em 23 de janeiro de 2016. Arquivado do original em 29 de janeiro de 2016
- ↑ «Funai repudia declarações equivocadas e reafirma compromisso com a proteção dos direitos indígenas e a segurança de seus servidores». Ministério dos Povos Indígenas do Brasil. 2 de novembro de 2024. Consultado em 6 de novembro de 2024
- ↑ a b «Quem são os povos indígenas de Rondônia? Veja lista / Terras Indígenas no Brasil». TerrasIndígenas.org. Consultado em 22 de outubro de 2024
Ligações externas
editar- As Terras Indígenas. Funai.
- Página oficial da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil
- ONU. Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas. 107ª Sessão Plenária, 13 de setembro de 2007.