Terreiro Ogodô Dey
O Terreiro Ogodô Dey é um templo de candomblé de nação Nagô-Ketu e tem como patrono o orixá Xangô. O terreiro foi fundado em 1946 por Justiniano Souza de Jesus e está localizado na cidade de Cachoeira, no estado brasileiro da Bahia. É um patrimônio imaterial estadual, tombado pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), no ano de 2014, sob o processo de nº 0607120026064/12 e foi inscrito no Livro do Registro Especial de Espaços de Práticas Culturais Coletivas.[1][2]
Terreiro Ogodô Dey | |
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Informações gerais | |
Tipo | Templo |
Inauguração | 1946 |
Religião | candomblé |
Geografia | |
País | Brasil |
Localização | Cachoeira, Bahia |
Coordenadas | 12° 36′ 08,77″ S, 38° 57′ 23,036″ O |
Localização em mapa dinâmico |
História
editarEm 1946, no início da Ladeira da Cadeia, na cidade de Cachoeira, em uma casa de taipa e palha localizada em terreno pequeno, Justiniano Souza de Jesus funda o Terreiro Ogodô Dey. Com Pai Justiniano, o terreiro era de nação Nagô-Vodum.[3]
No ano de 1960, Justiniano comprou um terreno maior, em local mais acima na Ladeira da Cadeia, pela necessidade de construir espaços sagrados do terreiro e realizar as atividades litúrgicas.[3]
Em 1989, com o falecimento de Pai Justiniano, sua filha Maria Souza de Jesus, que foi iniciada no Ketu, ficou a frente da casa e adicionou alguns rituais Ketu no terreiro.[2][4]
Atualmente, o terreiro ocupa terrenos dos dois lados da rua. De um lado se encontra o barracão de Orixá, o quarto dos Orixás, Sabaji, Roncó, quartos de hospedagem, a cozinha ritual e uma pequena mata sagrada. E do outro lado, o barracão de Caboclo com um quarto de giro, uma gameleira branca com assentamento de Inquice Tempo, uma capela católica de Nossa Senhora da Conceição e uma mata sagrada.[3]
Patrimônio cultural
editar“ | No dia 19 de novembro de 2014, às 17h30, no Salão de Atos Baianas de Acarajé, da Governadoria, localizado no Centro Administrativo da Bahia, o então Governador da Bahia, Jaques Wagner, com a presença de várias autoridades e representantes dos terreiros, assinou os dez decretos de Registro Especial, tornando os terreiros Asepò Erán Opé Olùwa – Viva Deus, Aganjú Didê – Ici Mimó, Loba’Nekun, Loba’Nekun Filha, Humpame Ayono Huntoloji, Ilê Axé Itaylê, Inzo Incossi Mukumbi Dendezeiro, Ogodô Dey, Raiz de Ayrá e Ilê Axé Ogunjá, Patrimônio Imaterial do Estado da Bahia. | ” |
— IPAC, 2015, p. 21 |
[5] Em 2020, o Terreiro Ogodô Dey, juntamente com os terreiros Viva Deus, Humpame Ayono Huntóloji, Ilê Axé Itaylê, Ilê Axé Ogunjá, Inzo Nkosi Mukumbi Dendezeiro, Raiz de Ayrá, Loba’Nekun e Loba’Nekun Filho e Aganjú Didê foram contemplados com novecentos mil reais, através do edital público Salvaguarda Patrimônio Imaterial, do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), para realizar uma ação coletiva de salvaguarda com produção de documentário, portal virtual, plano planialtimétrico, publicação impressa e plano de salvaguarda.[6]
Babalorixás e yalorixás
editarFestividades
editarReferências
- ↑ «Cachoeira - Terreiro Ogodô Dey». Ipatrimonio. Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC). Consultado em 23 de agosto de 2021
- ↑ a b c d e f g h i Pellegrino Filho, Antonio Roberto. (2015). Terreiros de Candomblé de Cachoeira e São Félix. Fundação Pedro Calmon. Caderno do IPAC, nº 9
- ↑ a b c Santos, Amanda Rodrigues dos. (2019). Centro de Umbanda. Centro Universitário do Planalto Central Aparecido dos Santos (UNICEPLAC).
- ↑ Velame, Fábio Macedo; Pereira, Maria Alice; Silva, Vilma Patrícia e Silva, Sônia. (2018). Paralelismo Afro-indígena e afrocatólico na arquitetura do terreiro de candomblé Ogodô Dey: Presença dos caboclos, índios, santos católicos, orixás e inquices dentro do sistema religioso do terreiro Ogodô Dey em Cachoeira-Bahia. X Congresso Brasileiro de Pesquisadores Negros.
- ↑ IPAC (2015). «Terreiros de Candomblé de Cachoeira e São Félix: CADERNOS DO IPAC, 9» (PDF). iPatrimônio. Consultado em 26 de outubro de 2022
- ↑ Dez terreiros do Recôncavo Baiano se unem e vencem edital do IPAC. ObservaBaía.