Testemunha de Acusação (filme)

Witness for the Prosecution (bra/prt: Testemunha de Acusação[1][2]) é um filme americano de 1957, um drama de tribunal baseado num conto (posteriormente transformado em uma peça teatral) da escritora britânica Agatha Christie, sobre o julgamento de um homem acusado de assassinato. Esta primeira adaptação da história contou com Tyrone Power, Marlene Dietrich e Charles Laughton nos papéis principais, bem como Elsa Lanchester. Foi adaptado por Larry Marcus, Harry Kurnitz e pelo diretor do filme, Billy Wilder.

Testemunha de Acusação
Witness for the Prosecution
Testemunha de Acusação (filme)
 Estados Unidos
1957 •  p&b •  116 min 
Género suspense
Direção Billy Wilder
Roteiro Billy Wilder
Harry Kurnitz
Elenco Tyrone Power
Marlene Dietrich
Charles Laughton
Idioma inglês

Elenco

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Leonard Vole, personagem de Tyrone Power, na cena de julgamento.

Sinopse

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Sir Wilfrid Robarts (Charles Laughton), experiente advogado (barrister) com frágil saúde, aceita Leonard Vole (Tyrone Power) como seu cliente, apesar dos protestos de sua enfermeira, srta. Plimsoll (Elsa Lanchester), já que o médico lhe havia aconselhado tirar umas férias e afastar-se de todos os casos criminais. Vole é acusado de ter assassinado a srta. Emily French (Norma Varden), uma mulher mais velha e rica que se apaixonado por ele, a ponto de transformá-lo em seu principal herdeiro. Fortes evidênciais circunstanciais indicam Vole como o assassino.

Quando Sir Wilfrid fala com a esposa alemã de Vole, Christine (Marlene Dietrich), julga-a um tanto fria e controlada; ela apresenta, no entanto, um álibi. Acaba, no entanto, surpreendendo-se quando ela é chamada como testemunha da acusação. Como uma mulher não pode testemunhar contra seu marido, Christine revela que ainda era casada com outro homem quando aceitou casar-se com Leonard, e afirma que ele teria confessado a ela o assassinato de Emily French, e que sua consciência a havia impelido a contar a verdade.

Durante o julgamento (no Old Bailey, cuidadosamente recriado por Alexandre Trauner), Sir Wilfrid é contactado por uma mulher misteriosa que, mediante pagamento, lhe fornece as cartas escritas pela própria Christine por um amante misterioso chamado Max. Esta correspondência acabam por desacreditá-la, fazendo com que o júri inocente Leonard.

Sir Wilfrid, no entanto, não está satisfeito com o veredito. Seus instintos lhe dizem que algo ainda estava errado, e ele pretende prová-lo. Por acaso, ele e Christine acabam ficando sozinhos no tribunal; ela aproveita esta oportunidade para assumir o crédito do ocorrido. Após tê-la ouvido dizer, no início do julgamento, que o testemunho de uma mulher não seria convincente, ela decidiu fazer com que seu depoimento fosse utilizado pela acusação, e então desacreditado. Como ex-atriz, ela interpretou o papel da mulher misteriosa tão bem que Sir Wilfrid não a reconheceu. Christine afirma saber que Leonard era culpado; seu testemunho havia sido verdadeiro, e suas cartas não haviam passado de uma fraude - Max nunca existiu. Quando lhe perguntam por que ela havia feito tudo isto, Christine afirma que ainda ama Leonard.

Leonard então aparece e, agora protegido pelo princípio jurídico Ne Bis In Idem, confirma o que Christine acaba de dizer. Uma jovem (Ruta Lee) corre então para seus braços. Quando Leonard anuncia que pretende fugir com ela, Christine o mata com uma faca, num acesso de fúria. Sir Wilfrid comenta que Christine não teria assassinado Leonard, e sim "o executado". Sua enfermeira então cancela seus planos de férias, sabendo que ele não conseguirá resistir a assumir a defesa de Christine.

Produção

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Numa cena de flashback, que mostra como Leonard e Christine teriam se conhecido, numa casa noturna alemã, ela está vestindo suas tradicionais calças. Um cliente baderneiro convenientemente rasga-as, revelando assim uma das célebres pernas de Dietrich, dando início a uma briga. Para a cena foram necessários 145 figurantes, 38 dublês e 90.000 dólares.

Ao fim do filme, à medida que os créditos passam pela tela, uma voz anunciava

"A administração deste cinema sugere que, para que seus amigos que ainda não viram o filme possam melhor desfrutá-lo, você não divulgue para ninguém o segredo do final de Testemunha de Acusação.[3]

Isto condizia com a campanha publicitária do filme; um dos seus pôsteres anunciava: "Você vai falar sobre ele, mas por favor, não conte o final."[4][5]

Os esforços para manter o segredo do final não pouparam nem o elenco. O diretor Billy Wilder não deu aos atores as últimas dez páginas do roteiro até o dia em que aquelas cenas fossem ser filmadas. Especula-se que o segredo possa ter custado a Marlene Dietrich um Oscar, já que a United Artists não queria chamar atenção ao fato de que Dietrich estava praticamente irreconhecível como a mulher cockney que fornece as cartas incriminadoras à defesa.[6]

Recepção

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O filme recebeu críticas extremamente positivas, e tem uma avaliação de 100% no site Rotten Tomatoes.[7] O crítico que avaliou o filme no TV Guide lhe deu quatro estrelas e meia (de cinco), afirmando que "Witness for the Prosecution é uma adaptação inteligente e elegante da peça de sucesso de Agatha Christie, levada à tela com engenhosidade e vitalidade por Billy Wilder."[8][9]

O filme foi indicado para o Oscar de melhor ator (Charles Laughton), melhor atriz coadjuvante (Elsa Lanchester), melhor diretor, melhor edição, melhor filme e melhor som (Gordon E. Sawyer).[10]

O American Film Institute lista o filme nas categorias:

Prêmios e indicações

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Premiação Categoria Recipiente Resultado
Oscar 1958 Melhor filme Indicado[13]
Melhor diretor Billy Wilder Indicado[13]
melhor ator Charles Laughton Indicado[13]
melhor atriz coadjuvante Elsa Lanchester Indicado[13]
melhor edição Indicado[13]
melhor som Indicado[13]
Globo de Ouro 1958 Melhor atriz coadjuvante Elsa Lanchester Venceu[14]
Melhor filme - drama Indicado[14]
Melhor diretor Billy Wilder Indicado[14]
Melhor ator - drama Charles Laughton Indicado[14]
Melhor atriz - drama Marlene Dietrich Indicado[14]
BAFTA 1959 Melhor ator estrangeiro Charles Laughton Indicado[carece de fontes?]
Prêmio Edgar 1958 Melhor filme Indicado[carece de fontes?]

Adaptação

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O filme é baseado na adaptação teatral feita pela própria Agatha Christie de seu conto, porém foi muito ampliada. As cenas cômicas entre Sir Wilfrid e a enfermeira Plinsoll, que não fazem parte da peça, foram acrescentadas ao filme quando os roteiristas souberam que a dupla (casados na vida real) Charles Laughton e Elsa Lanchester contracenariam. A relação entre os dois personagens fez tanto sucesso com o público que acabou sendo incluída no remake do filme feito para a televisão em 1982, no qual Ralph Richardson e Deborah Kerr interpretaram os papéis.[carece de fontes?]

Referências

  1. Testemunha de Acusação no AdoroCinema
  2. «Testemunha de Acusação». no CineCartaz (Portugal) 
  3. No original: "The management of this theatre suggests that for the greater entertainment of your friends who have not yet seen the picture, you will not divulge, to anyone, the secret of the ending of 'Witness for the Prosecution'."
  4. No original: "You'll talk about it, but please don't tell the ending."
  5. "Witness for the Prosecution" Arquivado em 15 de outubro de 2009, no Wayback Machine., Movie Poster Database
  6. Osborne, Robert. Comentários no episódio de TCM exibido em 29 de outubro de 2008
  7. «Testemunha de Acusação (filme)» (em inglês)  no Rotten Tomatoes
  8. "'Witness for the Prosecution' is a witty, terse adaptation of the Agatha Christie hit play brought to the screen with ingenuity and vitality by Billy Wilder."
  9. «Witness for the Prosecution (1957)». Consultado em 28 de abril de 2010 
  10. «The 30th Academy Awards (1958) Nominees and Winners». oscars.org. Consultado em 21 de agosto de 2011 
  11. AFI's 100 Years...100 Thrills Nominees
  12. AFI's 100 Years...100 Heroes and Villains Nominees
  13. a b c d e f «30.º Oscar - 1958». CinePlayers. Consultado em 13 de setembro de 2019 
  14. a b c d e «15.º Globo de Ouro - 1958». CinePlayers. Consultado em 13 de setembro de 2019 
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