The Moon Is Down (Steinbeck)
A Lua no Ocaso (Brasil) ou Noite sem lua (Portugal) (The Moon Is Down, em inglês no original), é um romance escrito por John Steinbeck apropriado para adaptação ao teatro e que foi publicado pela Viking Press, em março de 1942. A história consta da ocupação militar de uma pequena cidade do Norte da Europa pelo exército de um país não nomeado que lançou guerra contra a Inglaterra e a Rússia, o que se assemelha à ocupação da Noruega pela Alemanha na II Guerra Mundial.
The Moon Is Down | |||||||
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Noite sem lua [PT] A longa noite sem lua [BR] | |||||||
Autor(es) | John Steinbeck | ||||||
Idioma | Inglês | ||||||
País | Estados Unidos | ||||||
Género | Romance | ||||||
Lançamento | 1942 | ||||||
Páginas | 188 | ||||||
Edição portuguesa | |||||||
Tradução | Pedro M. Figueiredo | ||||||
Editora | Ulisseia | ||||||
Lançamento | 1955 | ||||||
Edição brasileira | |||||||
Tradução | A. B. Pinheiro de Lemos | ||||||
Editora | Record | ||||||
Lançamento | 1982? | ||||||
Cronologia | |||||||
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Uma tradução francesa do livro foi publicada clandestinamente na França ocupada pelos Nazis por Les Éditions de Minuit, uma editora da resistência francesa.[1] Além desta, numerosas outras edições foram publicadas também secretamente em toda a Europa ocupada, designadamente versões em norueguês, sueco, dinamarquês, holandês e italiano, tendo sido a obra mais conhecida da literatura dos EUA na União Soviética durante a guerra.[1]Embora o texto nunca designe a força de ocupação como alemã, as referências ao "Líder" e a "memórias de derrotas na Bélgica e na França há 20 anos" claramente o sugerem. O livro foi escrito com a finalidade de motivar e entusiasmar os movimentos de resistência em países ocupados, e teve pelo menos 92 edições por todo o mundo.[1]
Por esta obra Steinbeck recebeu a Cruz da Liberdade Rei Haakon VII galardão atribuido pela Noruega.
Resumo do enredo
editarApanhada de surpresa, uma pequena cidade costeira é tomada por um exército invasor com pouca resistência. A cidade é importante porque é um porto que serve uma grande mina de carvão. O coronel Lanser, o chefe do batalhão invasor, estabelece o seu QG na casa de Orden o prefeito que é popular junto dos cidadãos.
Com a permanência da ocupação e o agravamento do tempo, pois as neves começaram mais cedo do que o habitual, o "povo simples e pacífico" da cidade está enraivecido e confuso. O coronel Lanser, um veterano de muitas guerras, tenta agir sob um véu de civilidade e lei, mas no seu coração sabe que "não há nenhum povo pacífico" naqueles cuja liberdade foi retirada à força. O véu é rasgado em breve quando Alexander Morden, um antigo vereador e "um homem livre", é obrigado a trabalhar na mina. Ele ataca o capitão Loft com um picador de ferro, mas o capitão Bentick interpôs-se e morre. Depois de um julgamento sumário, Morden é executado por um pelotão de fuzilamento. Este incidente leva as pessoas da cidade a "uma lenta, silenciosa, expectante vingança." Troços do caminho de ferro que liga o porto à mina são danificados regularmente, a maquinaria avaria muitas vezes, e o dínamo dos geradores de electricidade entra em curto-circuito. Sempre que um soldado relaxa a sua guarda, bebe ou sai com uma mulher, é morto. O prefeito Orden é apoiado pelo seu povo e tenta explicar ao coronel Lanser que o objectivo deste de – " quebrar o espírito humano permanentemente" – é impossível.
O tempo frio e o medo constante pressionam imenso a força de ocupação, e muitos desejam que a guerra acabe, para que possam regressar a casa. Percebem a futilidade da guerra e que "as moscas conquistaram o papel mata-moscas." Alguns membros da resistência escaparam para Inglaterra e pedem aos ingleses explosivos para que as pessoas da cidade possam redobrar os seus esforços. Aviões ingleses deitam de paraquedas pequenas embalagens contendo barras de dinamite e chocolates por toda a cidade. Em estado de pânico, o exército prende o presidente e um seu amigo, o Dr. Winter, médico da cidade e historiador, torna-os reféns e faz saber que qualquer acção de resistência conduzirá à sua execução. Orden sabe que nada pode parar o povo e que a sua morte é iminente. Diz à esposa que, ainda que possa ser morto, a ideia de governo autárquico (e de liberdade e democracia) está fora do alcance de qualquer exército. Antes da sua execução, Orden lembra a Winter os diálogos de Sócrates na Apologia e no Fédon, trechos que ele representou no teatro da escola, e diz-lhe para assegurar que a dívida ao exército é paga, isto é, que a resistência continua.
Personagens
editarOs "Invasores"
editar- George Corell – lojista popular antes, que se tornou traidor e espião. Após a invasão, os habitantes da cidade tratam-no mal porque é um traidor.
- Coronel Lanser – o chefe do batalhão local; um veterano da I Guerra Mundial.
- Capitão Bentick – Velho e anglófilo; adora cães, o Natal e "crianças rosadas". É morto por Alex Morden.
- Major Hunter – o engenheiro; tem um modelo de caminho de ferro em casa.
- Capitão Loft – jovem, ambicioso; vive e respira o ambiente militar.
- Tenente Prackle – aparentemente é um bom artista; tinha várias irmãs loiras.
- Tenente Tonder – um poeta descrito como um "romântico negro", é morto por Molly Morden. Sonhos de uma morte romântica na guerra.
- "o Líder" – apenas é referido e nunca nomeado; modelado em Adolf Hitler.
As pessoas da cidade
editar- Presidente Orden – um velho, o há muito presidente da cidade. Ele recusa-se a convencer o povo a cooperar com os invasores, sabendo que eles não o farão.
- Dr. Winter – o médico da cidade e um velho amigo e conselheiro do presidente.
- Madame (Sarah) – a esposa do presidente.
- Joseph – empregado do presidente; testemunha com frequência eventos na casa deste.
- Annie – cozinheira do presidente; ativa na resistência, mas não suspeita por causa da sua idade.
- Alex Morden – mata o capitão Bentick num acesso de raiva quando lhe ordena que trabalhe. É a primeira pessoa da cidade a ser executada.
- Molly Morden – esposa do anterior; conduz e mata o tenente Tonder após a morte de Alex.
Adaptações
editarDa história foi feito um filme em 1943 dirigido por Irving Pichel e em que contracenam Cedric Hardwicke, Henry Travers e Lee J. Cobb.[2]
Também é uma peça de teatro adaptada pelo próprio Steinbeck.[3]
Título
editarO título do livro vem de Macbeth de Shakespeare. Antes de Banquo encontrar Macbeth no seu caminho para matar o rei Duncan, pergunta a seu filho, Fleance, "como está a noite, filho?" A resposta de Fleance é "a lua já se pôs (The moon is down); não ouvi as horas." (Ato II, cena I).
Bibliografia
editar- Ditsky, John. "Steinbeck's 'European' Play-Novella: The Moon Is Down." Steinbeck Quarterly 20.01-02 (Winter/Spring 1987): 9–18.
- French, Warren. "The Moon is Down: John Steinbeck's Times." Steinbeck Quarterly 11.03-04 (Summer/Fall 1978): 77-87.
- Simmonds, Roy S. "Steinbeck and World War II: The Moon Goes Down." Steinbeck Quarterly 17.01-02 (Winter/Spring 1984): 14–34.
Referências
- ↑ a b c Introdução a The Moon Is Down (Penguin) publicado em 1995, por Donald V. Coers
- ↑ «The Moon Is Down – IMDB»
- ↑ «The Moon Is Down – Plays & Pantomimes». Josef Weinberger
Ligações externas
editar- Operation Braddock: uma operação britânca na II Guerra Mundal desabotagem e propaganda operation inspirada em The Moon Is Down
- New York Times Film Review (1943)