Thiomargarita magnifica
Thiomargarita magnifica é uma espécie de gamaproteobactéria oxidante de enxofre, encontrada enquanto se desenvolve debaixo d'água, nas folhas destacadas de manguezais vermelhos, situados no arquipélago de Guadalupe, nas Pequenas Antilhas.[2][3] Essa bactéria em forma de filamento é a maior já descoberta, cujo comprimento médio de 10 mm, e alguns indivíduos catalogados atingindo 20 milímetros.[4] A bactéria é descrita em um preprint publicado em fevereiro de 2022.[1] O organismo foi originalmente descoberto no início de 2010 por Olivier Gros, cientista da Universidade das Antilhas Francesas em Pointe-à-Pitre. Inicialmente, não atraiu muita atenção (Gros na época pensou que seu achado se tratasse de um fungo[5]); Demorou para que Gros e outros pesquisadores, 5 anos mais tarde, descobrissem que se trata realmente de uma bactéria. Mais alguns anos se passaram até que Jean-Marie Volland, um estudante da pós-graduação dirigida por Gros, descobrisse suas características morfológicas incomuns.[4]
Thiomargarita magnifica | |
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Classificação científica | |
Domínio: | Bacteria |
Filo: | Pseudomonadota |
Classe: | Gammaproteobacteria |
Ordem: | Thiotrichales |
Família: | Thiotrichaceae |
Gênero: | Thiomargarita |
Espécies: | T. magnifica
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Nome binomial | |
Thiomargarita magnifica Volland et al., 2022[1]
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Thiomargarita significa "pérola de enxofre", uma referência à aparência da bactéria com células de indivíduos multicelulares. Bactérias dessa espécie contêm grânulos de enxofre microscópicos que espalham a luz incidente, dando à célula um brilho perolado.[6]
DNA encapsulado
editarA descoberta de T. magnifica é inconclusiva, havendo indefinições quanto a sua classificação como procariontes, no qual organismos unicelulares primitivos que não têm um núcleo celular (seu DNA é flutuante) e eucariotos, onde o DNA é cercado pelo envelope nuclear. Sendo a T. magnifica uma bactéria, ela pertence aos procariontes, mas sua célula inclui sacos de membrana que encapsulam o DNA da célula.[4]
Estrutura
editarO metabolismo em bactérias só pode ocorrer através da difusão de moléculas de nutrientes e resíduos através do interior das células bacterianas, e isso coloca um limite superior no tamanho desses organismos. A grande bactéria sulfurosa T. namibiensis, descoberta em 1999, supera esse limite ao incluir um grande saco cheio de água e nitratos. Este saco empurra o conteúdo celular para a parede celular, para que a difusão possa funcionar; a vida só acontece "ao longo da borda" da célula. A célula de T. magnifica inclui um vacúolo semelhante[4] que ocupa a maior parte da célula (65-80% em volume) e empurra o citoplasma para a periferia da célula (a espessura do citoplasma varia de 1,8 a 4,8 mícrons).[1]
A parte externa da célula carece de bactérias epibióticas, sua "ausência surpreendente" pode ser explicada por T. magnifica possivelmente produzindo compostos químicos biologicamente ativos ou mesmo antibióticos.[1]
Referências
- ↑ a b c d Volland, Jean-Marie; Gonzalez-Rizzo, Silvina; Gros, Olivier; Tyml, Tomáš; Ivanova, Natalia; Schulz, Frederik; Goudeau, Danielle; Elisabeth, Nathalie H; Nath, Nandita (18 de fevereiro de 2022), A centimeter-long bacterium with DNA compartmentalized in membrane-bound organelles, Cold Spring Harbor Laboratory, doi:10.1101/2022.02.16.480423
- ↑ «Record bacterium discovered as long as human eyelash». BBC News. Consultado em 23 de junho de 2022
- ↑ «You Don't Need a Microscope to See the Biggest Bacteria Ever Found». The New York Times. 23 de junho de 2022. Consultado em 28 de junho de 2022
- ↑ a b c d Pennisi, Elizabeth. «Largest bacterium ever discovered has unexpectedly complex cells». Science (em inglês). science.org. Consultado em 24 de fevereiro de 2022
- ↑ Rogers, Peter. «"Impossibly big" bacteria rattle the field of microbiology». BigThink. Consultado em 22 de março de 2022
- ↑ «Cientistas descobrem bactéria gigante visível a olho nu». G1. Consultado em 23 de junho de 2022