Thiruvarur Muthuswamy Iyer
Thiruvarur Muthuswamy Iyer KCIE (em tâmil: திருவாரூர் முத்துசவாமி அய்யர்) (Vuchuwadi, 28 de janeiro de 1832 – Madras, 25 de janeiro de 1895) foi um advogado indiano, que em 1877, se tornou o primeiro nativo a ser nomeado juiz da Suprema Corte de Madras. Atuou também como Chefe de Justiça da Suprema Corte de Madras, em 1893.
Thiruvarur Muthuswamy Iyer | |
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Nascimento | 28 de janeiro de 1832 Presidência de Madras |
Morte | 25 de janeiro de 1895 Chenai |
Alma mater |
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Ocupação | advogado |
Distinções |
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Juventude
editarMuthuswamy Iyer nasceu em uma família pobre da casta hindu-brâmane de origem tâmil (Vadama),[1] em Vuchuwadi, Presidência de Madras, Índia britânica, em 1832.[2] O pai de Muthuswamy Iyer, Venkata Narayana Sastri, morreu quando Muthuswamy era jovem e ele se mudou com sua mãe para Thiruvarur para poderem sobreviver. Em Thiruvarur, Muthuswamy Iyer encontrou trabalho como contabilista da vila. Contudo, sua mãe morreu logo depois de deixar Muthuswamy Iyer com alguma renda. Neste período, os talentos de Muthuswamy Iyer foram reconhecidos pelo tahsildar Muthuswamy Naicken, que providenciou para que este estudasse em Madras, em companhia de seu jovem sobrinho. Em 1854, Muthuswamy Iyer ganhou um prêmio de quinhentas rúpias oferecido aos alunos da Presidência de Madras, pelo conselho de educação, para o melhor ensaio em inglês. Este sucesso levou-o a ser conhecido por Sir Alexander John Arbuthnot e Justice Holloway. Foi-lhe oferecido ajuda para continuar seus estudos na Inglaterra e concorrer ao serviço público, mas sendo um brâmane e casado, recusou-se a cruzar o oceano. Ao invés disso, entrou no serviço público, e foi utilizado em vários lugares, como professor escolar, arquivista em Tanjore, e em 1856, vice-inspetor das escolas.
Carreira jurídica
editarNesse tempo, o governo de Madras instituiu um exame para advogados conhecido como "Prova do Advogado". Nos exames realizados em Kumbakonam, em fevereiro de 1856, apenas três conseguiram aprovação, Muthuswamy Iyer e R. Raghunatha Rao foram o primeiro e o segundo colocados, respectivamente. Por ter sido aprovado na prova, Muthuswamy foi nomeado District Munsiff de Tranquebar. Em 2 de julho de 1859, Muthuswamy foi nomeado vice-coletor de Tanjore. Em 9 de julho de 1865, foi nomeado sub-juiz de Canara do Sul e atuou até julho de 1868, quando foi nomeado juiz distrital de polícia em Madras.[3]
Enquanto servia como juiz de polícia, Muthuswamy Iyer obteve seu diploma de Direito pelo Presidency College, em Madras.[3] Realizou também uma licenciatura em sânscrito nessa época.[2]
Muthuswamy Iyer iniciou sua carreira jurídica imediatamente após a formatura. Foi nomeado juiz do Tribunal de Pequenas Causas, em 1871.[3] No ano seguinte, foi nomeado Membro da Universidade de Madras.[3] Em 1877, o Governo de Madras tomou a polêmica decisão de nomeá-lo juiz da Suprema Corte de Madras.[4][5][6]
A Suprema Corte de Madras
editarEm 1877, Muthuswamy Iyer foi nomeado para a Suprema Corte de Madras. Foi o primeiro indiano a ser nomeado para este cargo de prestígio.[6] No entanto, a nomeação de Muthuswamy foi veementemente condenada por um jornal de Madras chamado The Native Public Opinion.[7][8][5] Isto provocou uma forte reação nacionalista indiana, que terminou por fundar o jornal The Hindu como meio de divulgação da opinião pública contra o ultraje.[4][7]
Muthuswami Iyer serviu como juiz da Suprema Corte de Madras de 1877 a 1895. Atuou por três meses, em 1893, como Chefe de Justiça da Suprema Corte de Madras, o primeiro indiano a fazê-lo.[9]
Reformas
editarDurante seu início de carreira, Muthuswamy Iyer também serviu como presidente da Comissão de Casamentos de Malabar.[10] Durante seu mandato como Presidente da Comissão, fez campanha para o reconhecimento legal do Sambandam e outras formas de casamento praticadas em Malabar.[10] Em 1872, fundou a Associação de Casamento das Viúvas, em Madras, e defendeu o casamento de viúvas brâmanes.[11]
Em 1877, foi nomeado administrador da Universidade de Madras. Foi também convidado para assistir à Coroação Durbar em Deli, em 1877.
Condecorações
editarEm 1878, Muthuswami Iyer foi agraciado com a medalha de Companheiro da Mais Eminente Ordem do Império Indiano.[3] Em 1893, recebeu o título de Sir pelos serviços prestados a Coroa.[12]
Morte
editarMuthuswami Iyer morreu em janeiro de 1895, após uma doença de dez dias.[13] Com a sua morte, Sir Subbier Subramania Iyer ocupou seu lugar na Suprema Corte de Madras.[14][15]
Uma estátua de Muthuswami Iyer foi erguida no recinto da Suprema Corte de Madras[16][17][18][19][6] em 23 de maio de 1895.[20]
Notas
- ↑ Jogendra Nath Bhattacharya (1896). Hindu Castes and Sects: An Exposition on the Origins of Hindu caste system. [S.l.]: Thacker, Spink & Co. 77 páginas
- ↑ a b Encounter and Identities in Modern India
- ↑ a b c d e Robert Lethbridge (2001). The Golden Book of India. [S.l.]: Adamant Media Corporation. 360 páginas. ISBN 1402193289
- ↑ a b S. A. Govindarajan (1969). G. Subramania Iyer. [S.l.]: Publication Division, Ministry of Information and Broadcasting, Government of India. 14 páginas
- ↑ a b Tercentenary Madras Staff (1939). Madras Tercentenary Celebration Committee Commemoration Volume. [S.l.]: Indian Branch, Oxford Press. 454 páginas
- ↑ a b c «Report of the High Court of Madras» (PDF). Consultado em 16 de fevereiro de 2011
- ↑ a b A. Ganesan (1988). The Press in Tamil Nadu and the Struggle for Freedom, 1917-1937. [S.l.]: Mittal Publications. 6 páginas. ISBN 8170990823
- ↑ Swaminath Natarajan (1962). A history of the press in India. [S.l.]: Asia Publishinbg House. 124 páginas
- ↑ Paramanand (1985). Mahāmanā Madan Mohan Malaviya: An Historical Biography. [S.l.]: Malaviya Adhyayan Sansthan, Banaras Hindu University
- ↑ a b P. V. Balakrishnan (1981). Matrilineal System in Malabar. [S.l.]: Satyavani Prakashan. 107 páginas
- ↑ Sita Anantha Raman; Vasantha Surya, A. Mātavaiyā (2005). A. Madhaviah: A Biography and a Novel. [S.l.]: Oxford University Press. 87 páginas. ISBN 0195670213
- ↑ Ram Copal Sanyal (1894). Reminiscences and Anecdotes of Great Men of India:Both Official and Non-Official. Índia: [s.n.]
- ↑ The Hindu Speaks. [S.l.]: Interpress. 1978. 53 páginas
- ↑ John Jeya Paul (1991). The Legal Profession in Colonial South India. Madras: Oxford University Press. 235 páginas. ISBN 0195625587
- ↑ John Duncan Martin Derrett (1977). Essays in Classical and Modern Hindu Law. [S.l.]: BRILL. 177 páginas. ISBN 9004048081
- ↑ K. S. Ramaswami Sastri (1967). The Tamils and Their Culture. [S.l.]: Annamalai University. 153 páginas
- ↑ Thapar's Madras Pocket Guide: Madras State, Andhra Pradesh, Kerala State. [S.l.]: Indian Industrial Directory. 1960. 73 páginas
- ↑ Round about Madras: A Comprehensive Reference and Directory to Madras. Madras: Export India Publications. 1962. 47 páginas
- ↑ Chidambaram Dewan Bahadur S. Srinivasachari (1939). History of the City of Madras: Written for the Tercentenary Celebration Committee. Madras: P. Varadachary and Co. 278 páginas
- ↑ Sarvepalli Radhakrishnan data=1965. President Radhakrishnan's Speeches and Writings: May 1962-may 1964. [S.l.]: Publications Division, Ministry of Information and Broadcasting, Government of India. 61 páginas
Referências
- Chisholm, Hugh, ed. (1911). «Aiyar, Sir Tiruvarur Mutuswamy». Encyclopædia Britannica (em inglês) 11.ª ed. Encyclopædia Britannica, Inc. (atualmente em domínio público)
- Govinda Parameswaran Pillai (1897). Representative Indians. [S.l.]: Routledge. pp. 157–172
- P. Chidambaram Pillai. «The Right of Temple Entry» (PDF). Consultado em 16 de fevereiro de 2011. Arquivado do original (PDF) em 15 de junho de 2008
- Keith E. Yandell, John J. Paul (2000). Religion and Public Culture: Encounter and Identities in Modern India. [S.l.]: Routledge. ISBN 0700711015