Tião Motorista
Raimundo Cleto do Espírito Santo, mais conhecido como Tião Motorista (Salvador, 26 de abril de 1927 - Salvador, 24 de setembro de 1996) foi um cantor e compositor brasileiro. Morreu afogado na Praia de Piatã, em Salvador.
Tião Motorista | |
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Informação geral | |
Nome completo | Raimundo Cleto do Espírito Santo |
Nascimento | 26 de abril de 1927 |
Local de nascimento | Salvador, BA |
País | Brasil |
Morte | 24 de setembro de 1996 (69 anos) |
Local de morte | Salvador, BA |
Ocupação(ões) | cantor e compositor |
Gravadora(s) | CBS Philips Copacabana CID |
História
editarNascido em Salvador, Raimundo Cleto do Espírito Santo ingressou nas categorias de base do Esporte Clube Ypiranga. Jogando como atacante, seus colegas de clube o apelidaram "Tião" (em alusão ao atacante do Flamengo). O apelido o seguiu para o resto de sua vida. Após deixar o futebol, Tião passou brevemente por um grupo musical onde conheceu João Gilberto. Em 1956 ingressou na orquestra "Britinho e seus Stukas", e excursionou pelo Brasil e Uruguai. No início dos anos 1960, abandonou a carreira e passou a ser motorista de caminhão. Posteriormente adquiriu um taxi e passou a ser conhecido pela alcunha "Tião Motorista". Como chofer de taxi, transportou diversos artistas baianos e acabou participando de shows com Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gal Costa, Gilberto Gil[1] e Batatinha enquanto investia na carreira de compositor. O primeiro sucesso como compositor foi "Quem samba, fica", escrita a quatro mãos com Jamelão e lançada em 1965.[2][3][4] "Quem samba, fica" acabou gravada por Elizeth Cardoso no ano seguinte no álbum “Muito Elizeth”[5] e por Wilson Simonal no EP “Wilson Simonal”.[6]
Durante uma corrida com Luiz Vieira, este o convidou a tentar a sorte em São Paulo ou no Rio de Janeiro. Tião Motorista escolheu inicialmente a primeira. Na capital paulista assinou contrato com a gravadora Copacabana. Em 1969 compôs a canção “Cheguei Tarde”, gravada por Jair Rodrigues.[6] No ano seguinte lançou seu primeiro disco “Samba E Talento”, com doze canções (dez de sua autoria).[7] Depois de se apresentar em São Paulo e no Rio, Tião Motorista retornou a Salvador em 1973 e abriu um restaurante com música ao vivo. Após cinco anos, retornou ao Rio de Janeiro e assinou com a Phonogram e estreou um espetáculo no Teatro Opinião ao lado de Sérgio Sampaio.[8]
Obras notáveis
editar- Aonde eu ia não vou mais
- Beira rio (c/ Chico Anysio)
- Cheguei tarde
- Dia quatro de dezembro
- Fazer santo é mistério
- Galha do cajueiro
- Gameleira (c/ José Câncio)
- Garoa é diferente
- Jóia do maior
- Lavagem do Bonfim
- Maria Nagô (c/ Olga do Araketu)
- Meu interior
- Minha roupa
- Pano da costa
- Papai Noel passou, fez que nem viu
- Poema para Santa Rita
- Praia do Bugari
- Quem samba, fica (c/ Jamelão)
- (1977) Meu interior • CBS • LP
- (1973) Praia do Bugari • Gravadora CID • Compacto simples
- (1972) Jóia do amor • Philips • Compacto simples
- (1968) Samba e talento • Copacabana • LP
Referências
- ↑ «Gil, de Londres para a moçada: Aquêle abraço». Tribuna da Imprensa, ano XX, edição 5915, página 8/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 6 de outubro de 1969. Consultado em 13 de junho de 2023
- ↑ Sérgio Porto (17 de dezembro de 1965). «Discos: O autêntico Jamelão». Última Hora, ano XV, edição 1695, Segundo Caderno, página 2/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 13 de junho de 2023
- ↑ «O canto baiano, via São Paulo». Jornal do Brasil, ano LXXXI, edição 219, Caderno B, página 11/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 20 de dezembro de 1971. Consultado em 13 de junho de 2023
- ↑ J.Ramos Tinhorão (5 de dezembro de 1965). «Autêntico Jamelão (o bom) canta o que é bom e é ruim». Jornal dos Sports, ano XXXIV, edição 11329, página 7/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 13 de junho de 2023
- ↑ Juvenal Portela (1 de dezembro de 1966). «Elizeth e um disco triste». Jornal do Brasil, ano LXXV, edição 282, Caderno B, página 2/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 13 de junho de 2023
- ↑ a b «Sou chofer para quebrar galho: Simonal e Jair gravaram músicas dêste baiano». Intervalo, edição 416, página 19/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Dezembro de 1970. Consultado em 13 de junho de 2023
- ↑ Tribunal do Disco (1 de dezembro de 1970). «Samba e Talento». O Cruzeiro, ano XLII, edição 49, página 89/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 13 de junho de 2023
- ↑ Miriam Alencar (26 de outubro de 1978). «Tião Motorista:Dando uma idéia do que faz». Jornal do Brasil, ano LXXXVIII, edição 201, Caderno B, página 2/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 13 de junho de 2023
- ↑ https://dicionariompb.com.br/artista/tiao-motorista/