Tito Olívio
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Tito Olívio Henriques (Vila Cova do Covelo, Penalva do Castelo, 23 de março de 1931 - 19 de Outubro de 2024), foi um professor, engenheiro civil, escritor e poeta de Portugal.[1]
Tito Olívio | |
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Nascimento | 23 de março de 1931 Vila Cova do Covelo |
Morte | 19 de outubro de 2024 |
Cidadania | Portugal |
Alma mater | |
Ocupação | poeta, escritor, engenheiro |
Biografia
editarNasceu em 1931, na localidade de Vila Cova do Covelo, no concelho de Penalva do Castelo,[2] filho de António Henriques e de Laura de Almeida Guiomar.[3] Mudou-se para Lisboa ainda durante a infância, tendo feito os seus estudos naquela cidade.[3] Em 1958, licenciou-se em engenharia civil[3] pelo Instituto Superior Técnico, e em 1981 concluiu a licenciatura em Sociologia no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa.[4]
Começou a sua carreira profissional em 1958.[4] Viveu na cidade de Faro desde 1963.[4] Trabalhou como técnico superior da Direcção-Geral dos Recursos Naturais, e dirigiu os Serviços Regionais de Hidráulica do Guadiana, em Faro.[4] Foi membro da Ordem dos Engenheiros.[5] Exerceu igualmente como professor de ensino técnico em Silves e de Faro, e de ensino liceal no Liceu de Faro.[4] Destacou-se pelo apoio que deu às associações de Faro, tendo dirigido o Cineclube de Faro, o Sporting Clube Farense, a Comissão Distrital de Árbitros de Faro, a Comissão Administrativa do Sport Faro e Benfica, a Associação de Xadrez de Faro, a Delegação de Faro da Cruz Vermelha Portuguesa, a Santa Casa da Misericórdia de Faro e a Direcção dos Bombeiros Voluntários de Faro.[4] Foi igualmente um dos sócios fundadores da delegação de Faro do Rotary Club,[2] técnico-voluntário do Refúgio Aboim Ascensão, presidente da Mesa da Assembleia Geral da Associação dos Jornalistas e Escritores do Algarve, membro da Sociedade Histórica da Independência de Portugal, cônsul para o Algarve do movimento chileno Poetas del Mundo, e membro da direcção do Instituto D. Francisco Gomes.[4] Também foi responsável pela organização de conferências e de vários eventos culturais.[3] Foi igualmente vereador na Câmara Municipal Faro, no mandato de 1971 a 1974, onde foi membro das Comissões de Arte e Arqueologia e das Festas da Cidade.[4] Escreveu os Regulamentos de Distinções Honoríficas da Câmara Municipal de Faro, dos Bombeiros Voluntários de Faro e dos Bombeiros Municipais de Faro, e desenhou as correspondentes medalhas para o município de Faro.[4]
Desde os vinte anos de idade que começou a colaborar na imprensa regional, tendo fundado e sido editor do jornal Poetas de Faro, chefe de redacção do jornal Distrito de Faro, e subdiretor do Jornal Escrito.[4] Também cooperou no Jornal do Algarve,[2] e apoiou o jornal Sul Informação.[3] Publicou vários textos em prosa e versa em jornais e revistas regionais, além de antologias.[3] Lançou cerca de sessenta livros, incluindo poesia, prova, ensaio e crónicas.[3] Além destas obras em formato físico, também escreveu cinco livros electrónicos.[3] Entre as suas obras encontram-se os títulos Mulheres sem Verão (2004), e Para quê, Helena (2006),[2] destacando-se a sua Obra Poética, escrita de 1921 a 2005.[4] Em 1987 criou a publicação Cadernos de Santa Maria, onde foram editados alguns dos seus trabalhos.[3] O projecto pessoal cresceu e ao longo destes 26 anos foram publicados outros 19 autores. Até à data conta com 114 números, sendo o número 100 uma Antologia poética publicada em 2010.[carece de fontes] Os Cadernos foram um sucesso imediato, e a publicação de vários números foi anunciada na imprensa regional através de críticas literárias do Professor José António Pinheiro e Rosa.[carece de fontes]
Participou em várias edições dos Jogos Florais, tanto em Portugal como no Brasil.[4] Os seus ensaios e estudos foram sobre os temas da sociologia da educação e da política,[4] da sociedade industrial e capitalista, urbanismo, arquitectura, ambiente, e da preservação do património cultural e natural.[2]
Faleceu em 19 de Outubro de 2024, aos 93 anos.[3] Na sequência da sua morte, a Câmara Municipal de Faro emitiu uma nota de pesar, onde classificou Tito Olívio como «uma referência incontornável do património sociocultural de Faro e do Algarve».[4] O Conselho Directivo da Região Sul da Ordem dos Engenheiros também lamentou a sua morte, recordando o seu «vasto currículo na engenharia e na política»,[5] enquanto que a União de Freguesias de Faro decretou luto, tendo-o classificado como uma «figura proeminente da cidade».[6] Em 25 de Outubro, o Parlamento aprovou um voto de pesar pelo seu falecimento, referindo que Tito Olívio «Evidenciou-se pela sua vasta obra literária e pelo seu envolvimento ativo na promoção da cultura, tendo consolidado, ao longo da sua vida, uma importante carreira literária».[7]
Prémios e homenagens
editarRecebeu mais de cem prémios literários, tanto em Portugal como no Brasil.[4] Um 1991, um dos seus romances recebeu uma menção honrosa do Prémio Eça de Queiroz,[4] e em 2004 foi premiado com uma menção especial no Prémio Revelação Manuel Teixeira Gomes.[3]
Em 1973 recebeu a medalha de louvor da Cruz Vermelha Portuguesa, em 2011 foi condecorado com a Medalha de Mérito, Grau Ouro da Câmara Municipal de Faro, pelo seu contributo para as várias organizações sociais no concelho.[4] Em 23 de Outubro de 2020 foi homenageado com o Prémio Carreira da Ordem dos Engenheiros, devido à sua longa carreira na engenharia civil.[2] Recebeu igualmente o Prémio Cidade de Olhão.[2] Em 2017 o Rotary Clube de Faro criou o Prémio de Poesia Tito Olívio, que tinha como finalidade «incentivar a produção literária de Poesia, contribuindo para a defesa e enriquecimento da Língua Portuguesa e também para homenagear o poeta e escritor Tito Olívio».[8]
Figura no Dicionário Cronológico de Autores Portugueses.[9]
Bibliografia Seleccionada
editar“O ROMANCE DO HOMEM SOLITÁRIO”, Livrolândia, Lisboa, 1963
“SONETOS PROIBIDOS e Outros poemas”, Rotary CIub de Faro, Faro, 1983
“ROTEIRO DO ALGARVE” – Comissão de Coordenação da Região do Algarve, Faro, 1983
“DIVISÃO ADMINISTRATIVA DO ALGARVE” - Comissão de Coordenação da Região do Algarve, Faro, 1983
“ALGURES…ALGUÉM” (2. Edição) - Poemas Cadernos SANTA MARIA, Faro, 1987,89
“A DEMOCRACIA QUE TEMOS” (3" Edição) - Ensaio Cadernos SANTA MARIA, Faro, 1988,89, 95
“CONTRADIÇÕES DA DEMOCRACIA” - Ensaio Cadernos SANTA MARIA, Faro, 1989
“CANTATA PARA UM CORPO” - Poemas Cadernos SANTA MARIA, Faro, 1989
“FORMAS DE FUMO” - Poemas Cadernos SANTA MARIA, Faro, 1990
“A GOTA DE ÁGUA” - Poema infantil Parque Natural da Ria Formosa, OIhão, 1993
“FLOR DE LUZ” - Poemas Cadernos SANTA MARIA, Faro, 1993
“ODE A PENHA GARCIA” (2ª Edição) - Poema Cadernos SANTA MARIA, Faro, 1994, 95
“JUSTIÇA SOCIAL” - Ensaio Cadernos SANTA MARIA, Faro, 1995
“SOMBRA DESFEITA” (2ª Edição) - Poemas Cadernos SANTA MARIA, Faro, 1996,97
“A CAUDA DO COMETA” (2ª Edição\ - Poemas AJEA Edições, Faro,1998
"LENDA DO MOLICEIRO” (2ª Edição) - Contos AJEA Edições, Faro, 1998
“GUIA PRÁTICO DO POETA” - Manual AJEA Edições, Faro, 1999
“E AGORA?' (3ª Edição) - Poemas AJEA Edições, Faro, 2000. 01
“OS ANOS DOURADOS DO VOLFRÂMIO” - Contos AJEA Edições, Faro,2OO7
“MUDAR É PRECISO” - ENSAIO AJEA Edições, Faro,2OO2
“NOVAS LENDAS DO ALGARVE” - Contos AJEA Edições, Faro, 2OO3
“DIABRURAS DA MINHA PENA” - Poemas AJEA Edições, Faro,2O03
“O ABRAÇO AZUL” - Poemas AJEA Edições, Faro, 2005
“OBRA POÉTICA” – Poemas e pinturas Águas do Algarve, Faro, 2006
“ANTIGO TESTAMENTO” - (Versão Reduzida) AJEA Edições, Faro, 2OO7
“POSTAIS DA SERRA” - Crónicas AJEA Edições, Faro, 2OO7
“JANELA ABERTA” - Poemas AJEA Edições, Faro,2008
“POEMAS FLORIDOS DO LAGO DE TI” – Poemas AJEA Edições, Faro 2009
“QUANDO ACABA O INFINITO” - Poemas AJEA Edições, Faro 2009
“E DEPOIS DO AMANHÃ 1” - Em coautoria com Glória Marreiros)- AJEA Edições, Faro, 2010
“SINFONIA COM OLHOS AZUIS” - Poemas AJEA Edições, Faro,2010
“AROMA DAS HORAS” - Poemas AJEA Edições, Faro, 2011
“O VELHO QUE QUERIA VER O MAR” - Contos AJEA Edições, Faro,2010
“A VISITANTE NOTURNA” - Novela AJEA Edições, F aro, 2012
“A HORA DA RAIVA” - Poemas AJEA Edições, Faro,2012
“O PECADO DO INQUISIDOR” - Novela AJEA Edições, Faro, 2012
“FOLHAS NOVAS” - Poemas AJEA Edições, Faro, 2012
“O FUTURO NÃO TEM ROSTO” - Novela AJEA Edições, Faro,2013
“ESTRADA DE DAMASCO” - Poemas AJEA Edições, F aro, 2013
“AMANHÃ COMEÇA HOJE” - Novela, AJEA Edições, F aro, 2014
“A FACE DO SEGREDO” - Poemas A.IEA Edições, Faro, 2014
“O SOLAR DO PERDIGÃO” - Novela AJEA Edições, Faro,2015
“O TELEMÓVEL CALADO - Poemas AJEA Edições, Faro, 2015
“PASTOR DE IDEIAS” - Poemas AJEA Edições, Faro, 2015
“POÉTICA 2015”, Poemas -Vol. 1 Cadernos Santa Maria, Faro, 2018
“SONETOS A 4 MÃOS”, Poemas Cadernos Santa Maria, Faro.2O19
“POÉTICA 2016” - Poemas -Vol. 2 Cadernos Santa Maria, Faro, 2019
“POÉTICA 2016” - Poemas Vol. 3 Cadernos Santa Maria, Faro,2O2O
“POÉTICA 2016” -Poemas -Vol. 4 Cadernos Santa Maria, Faro. 2O2O
“POÉTICA 2016” -Poemas Vol.5 Cadernos Santa Maria, Faro,2O2O
“POÉTICA 2016” -Poemas -Vol. 6 Cadernos Santa Maria, Faro, 2020.
Referências
- ↑ Direção Geral do Livro e das Bibliotecas. «Biografia». 1999
- ↑ a b c d e f g DOURADO, Gonçalo (2 de Novembro de 2020). «Engenheiro Tito Olívio recebe Prémio Carreira». Jornal do Algarve. Consultado em 24 de Dezembro de 2024
- ↑ a b c d e f g h i j k «Morreu o poeta e escritor Tito Olívio». Sul Informação. 19 de Outubro de 2024. Consultado em 24 de Dezembro de 2024
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o p q «Nota de pesar pelo falecimento de Tito Olívio Henriques». Câmara Municipal de Faro. 22 de Outubro de 2024. Consultado em 24 de Dezembro de 2024
- ↑ a b «Nota de pesar - Eng. Tito Olívio Henriques». Ordem dos Engenheiros. 22 de Outubro de 2024. Consultado em 24 de Dezembro de 2024
- ↑ «União das Freguesias de Faro decreta luto por Tito Olívio». Barlavento. 19 de Outubro de 2024. Consultado em 24 de Dezembro de 2024
- ↑ «Parlamento lamenta morte de escritor Tito Olívio Henriques e de teólogo Gustavo Merino». SAPO Mag. 25 de Outubro de 2024. Consultado em 24 de Dezembro de 2024
- ↑ «Regulamento». Prémio de Poesia Tito Olívio. Rotary Club de Faro. Consultado em 24 de Dezembro de 2024
- ↑ "Dicionário Cronológico de Autores Portugueses" – Editora Europa-América – Lisboa, 2001, Volume VI – Páginas 87 a 88.