Tivela zonaria

espécie de molusco

Tivela zonaria (nomeada, em inglês, ventricose Tivela[7]; em português, no Brasil, ponhangá[1], sapinhaguá, sapinhanguá ou sapinhauá; nomes também dados a Tivela mactroides[6][8][9] – O Dicionário Aurélio citando a denominação sapinhaguá para o cernambi[10] (Anomalocardia flexuosa, ex Anomalocardia brasiliana: um dos berbigões da costa brasileira, junto com a espécie citada anteriormente)[1][5][7][11][12] e o Dicionário Houaiss confirmando sapinhoá para esta espécie citada[8] – ; todas aparentadas à amêijoa portuguesa) é uma espécie de molusco Bivalvia, marinha e litorânea, da família Veneridae e gênero Tivela, classificada por Jean-Baptiste de Lamarck em 1818.[3] Habita as costas do sudoeste do Atlântico, na região sudeste e região sul do Brasil, do Espírito Santo[5] até o Rio Grande do Sul[4], incluindo a costa do Uruguai[5][13] (erroneamente citada para o mar do Caribe, nas Antilhas)[7][13]; enterrando-se no substrato arenoso de águas rasas e na zona entremarés das praias e sendo usada para a alimentação humana; podendo ser encontrada em sambaquis brasileiros em toda sua área de distribuição.[4][5][7] Embora seja uma espécie comum[7], em 2018 a Tivela zonaria, juntamente com a Tivela mactroides, foi colocada no Livro Vermelho do ICMBio; considerada uma espécie deficiente de dados (DD), com a conclusão desta avaliação em 2012.[11]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaPonhangá[1]
Tivela zonaria
A concha de T. zonaria varia de indivíduos com marcações dorsais, por vezes em em ziguezague,...
A concha de T. zonaria varia de indivíduos com marcações dorsais, por vezes em em ziguezague,...
...até indivíduos castanhos, sem marcação alguma, por vezes brancos.[2] Espécimes de valvas unidas, coletados na Praia Grande, São Paulo, região sudeste do Brasil, em 2018.
...até indivíduos castanhos, sem marcação alguma, por vezes brancos.[2] Espécimes de valvas unidas, coletados na Praia Grande, São Paulo, região sudeste do Brasil, em 2018.
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Mollusca
Classe: Bivalvia
Subclasse: Autobranchia
Ordem: Venerida
Superfamília: Veneroidea
Família: Veneridae[3]
Género: Tivela
Link, 1807[3]
Espécie: T. zonaria
Nome binomial
Tivela zonaria
(Lamarck, 1818)[3]
A concha de T. zonaria é capaz de atingir grande tamanho, entre 8.5 centímetros de comprimento e 7.1 centímetros de largura, em suas maiores dimensões.[4] Espécime de valvas unidas, fotografado em Búzios, Rio de Janeiro, região sudeste do Brasil, em 2014.
A espécie Tivela mactroides, à direita (um espécime de dimensões relativamente grandes, visto dorsalmente), é simpátrica à T. zonaria, à esquerda (um espécime de dimensões relativamente pequenas, visto um pouco lateralmente), em grande parte de sua área de distribuição geográfica; diferindo por sua concha menor, de valvas mais arredondadas e menos angulosas e, em alguns indivíduos, com uma decoração de faixas castanhas, de cor creme ou branca, lineares, que muitas vezes se cruzam ou partem de seus umbos em direção à borda de sua concha.
Distribuição geográfica
Limites norte (esquerda) e sul (direita) da distribuição geográfica de T. zonaria; do Espírito Santo, na região sudeste do Brasil. até o Uruguai (RIOS, 1994).[5]
Limites norte (esquerda) e sul (direita) da distribuição geográfica de T. zonaria; do Espírito Santo, na região sudeste do Brasil. até o Uruguai (RIOS, 1994).[5]
Sinónimos
Trigona ventricosa Gray, 1838[3][6]
Tivela ventricosa (Gray, 1838)
Cytheraea ventricosa G. B. Sowerby II, 1851
(WoRMS)[3]

Descrição da concha

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Tivela zonaria possui concha inflada, podendo atingir grande tamanho, entre 8.5 centímetros de comprimento e 7.1 centímetros de largura, em suas maiores dimensões; dotada de valvas espessas e triangulares, com o lado anterior arredondado, de umbos subcentrais, proeminentes e globosos, levemente voltados para sua região anterior, e o lado posterior truncado, largo e aplainado; às vezes ligeiramente côncava e com o perfil reto. Perióstraco facilmente destacável, brilhante e de coloração castanho-escura a clara, por vezes amarelada, cobrindo uma superfície de coloração castanho-amarelada a branca, por vezes com padronagem de faixas variada que pode ir de desenhos lineares e concêntricos a desenhos sinuosos ou em ziguezague, de tonalidade mais escura ou destacados sobre o branco. O interior das valvas é branco, porcelanado, de borda lisa.[1][2][4][5][6]

Etimologia de zonaria/ventricosa

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A etimologia do epíteto específico zonaria[3], em latim, está relacionada com "cinto", ou "fabricante de cintos", de acordo com o Google Tradutor[14][15], e deve remeter-se à presença de faixas na superfície de alguns espécimes[2]; enquanto que seu antigo epíteto específico nomenclatura, ventricosa[3], carrega o significado de algo "afinando em direção às extremidades", provavelmente remetendo-se ao formato angular de suas valvas, em sua região de maior largura;[2][16][17]; mais reforçada ainda pelo fato de John Edward Gray, ao nomear sua sinonímia, ter-lhe chamado Trigona ventricosa; a primeira palavra provinda de "trígono", cujo significado é de algo "que tem três ângulos, ou triangular".[18]

Referências

  1. a b c d ABSHER, Theresinha Monteiro; FERREIRA JUNIOR, Augusto Luiz; CHRISTO, Susete Wambier (2015). Conchas de Moluscos Marinhos do Paraná (PDF). Curitiba - PR: Museu de Ciências Naturais - MCN - SCB - UFPR. p. 6. 20 páginas. ISBN 978-85-66631-18-0. Consultado em 2 de abril de 2021 
  2. a b c d «Tivela ventricosa (Gray, 1838)». Conquiliologistas do Brasil: CdB. 1 páginas. Consultado em 2 de abril de 2021 
  3. a b c d e f g h «Tivela zonaria (Born, 1778)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 27 de março de 2021 
  4. a b c d SOUZA, Rosa Cristina Corrêa Luz de; LIMA, Tania Andrade; SILVA, Edson Pereira da (2011). Conchas Marinhas de Sambaquis do Brasil 1ª ed. Rio de Janeiro, Brasil: Technical Books. p. 127. 252 páginas. ISBN 978-85-61368-20-3 
  5. a b c d e f RIOS, Eliézer (1994). Seashells of Brazil (em inglês) 2ª ed. Rio Grande, RS. Brazil: FURG. p. 285. 492 páginas. ISBN 85-85042-36-2 
  6. a b c BOFFI, Alexandre Valente (1979). Moluscos Brasileiros de Interesse Médico e Econômico. São Paulo: FAPESP - Hucitec. p. 59-60. 182 páginas 
  7. a b c d e ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (1982). Compendium of Seashells. A color Guide to More than 4.200 of the World's Marine Shells (em inglês). New York: E. P. Dutton. p. 355. 412 páginas. ISBN 0-525-93269-0 
  8. a b HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles; FRANCO, Francisco Manoel de Mello (2001). Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa 1ª ed. Rio de Janeiro: Objetiva. p. 2517. 2922 páginas. ISBN 85-7302-383-X 
  9. «Tivela mactroides (Born, 1778)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 2 de abril de 2021 
  10. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda (1986). Novo Dicionário da Língua Portuguesa 2ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. p. 1550. 1838 páginas 
  11. a b ICMBio (2018). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção: Volume I (PDF). Brasília, DF: ICMBio/MMA. p. 464. 492 páginas. ISBN 978-85-61842-79-6. Consultado em 2 de abril de 2021 
  12. «Anomalocardia flexuosa (Linnaeus, 1767)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 2 de abril de 2021 
  13. a b Rocha, Valesca Paula; Matthews-Cascon, Helena (2015). «Inferência de padrões de distribuição da família Veneridae (Mollusca, Bivalvia) no Brasil através de base secundária de dados» (PDF). Neotropical Biology and Conservation. 10(3). (Semantic Scholar). pp. 126–127. Consultado em 2 de abril de 2021 
  14. «zonarius» (em inglês). Glosbe. 1 páginas. Consultado em 2 de abril de 2021. girdle-maker; belt maker; girdle; of a girdle; a maker of girdles. 
  15. «zonarius» (em inglês). Google Tradutor. 1 páginas. Consultado em 2 de abril de 2021 
  16. «ventricosus (Latin)» (em inglês). WordSense Dictionary. 1 páginas. Consultado em 2 de abril de 2021. ventricose: …tapering toward the ends; ventricose (Italian); Adjective ventricose; Feminine plural form of ventricoso; ventricose (Latin); Adjective Inflection of ventricosus. 
  17. «ventricose» (em inglês). Google Tradutor. 1 páginas. Consultado em 2 de abril de 2021 
  18. HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles; FRANCO, Francisco Manoel de Mello (Op. cit., p.2768.).

Ligações externas

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