Tommaso Buscetta

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Tommaso Buscetta[nota 1] (Agrigento, 13 de julho de 1928Flórida, 2 de abril de 2000[1][2][3]) foi um dos mais importantes membros da Cosa Nostra, a máfia siciliana. Foi um "arrependido", ou seja, colaborou com a Justiça delatando companheiros e informando o juiz Giovanni Falcone sobre as estruturas da organização e seus esquemas de corrupção de políticos.[4]

Tommaso Buscetta

Nome completo Tommaso Buscetta
Conhecido(a) por Por ser uns dos mais importantes membros da Cosa nostra
Nascimento 13 de julho de 1928
Agrigento, Sicília
Morte 2 de abril de 2000 (71 anos)
Flórida, Estados Unidos
Nacionalidade italiano

Biografia

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Nasceu numa família muito pobre (mãe dona-de-casa, pai vidraceiro), casou-se aos dezesseis anos e para ganhar dinheiro deu início a uma série de atividades ilegais, como o comércio clandestino de fichas para o racionamento da farinha, distribuídas durante o vintênio fascista. Esta função tornou-o bastante célebre também em Palermo, onde não obstante a pouca idade foi cognominado Don Masino.

No fim da Segunda Guerra Mundial, vai para Nápoles e depois para Buenos Aires, onde abriu uma vidraria: os escassos resultados econômicos do seu trabalho obrigam-no, em 1957, a voltar a Palermo. Ali nos anos sessenta Buscetta relaciona-se com o clã de Luigi Rigotto e inicia o contrabando de tabaco, que se interrompe em 1961 com o começo da "Primeira Guerra à Máfia", da qual escapa, ficando dez anos fugitivo.

Durante esse período Buscetta casa-se outras duas vezes, utiliza identidades falsas (Manuele Lopez Cadena e Paulo Roberto Felici) e se desloca por vários países, passando pelos Estados Unidos, Brasil e México. Preso na cidade de Itapema - Santa Catarina no dia 2 de novembro de 1972 e extraditado pela polícia brasileira, é mantido no cárcere do "Ucciardone" (na capital siciliana) e condenado a catorze anos de prisão (reduzidos a cinco em recurso).

É libertado em 13 de fevereiro de 1980 e encontra trabalho como ajudante de carpinteiro. Em 8 de junho do mesmo ano, vendo-se em perigo, escapa novamente e vai ao Paraguai e de novo ao Brasil, onde aumenta de forma considerável seu patrimônio graças ao tráfico de entorpecentes. Em 24 de outubro de 1983 quarenta homens cercam sua casa e conduzem-no à delegacia. Buscetta tenta ser liberado oferecendo suborno, mas a tentativa fracassa e é mantido preso.

Em 1984 os juízes Giovanni Falcone e Vincenzo Geraci vão ao seu encontro e pedem-lhe que colabore com a justiça, mas Buscetta inicialmente não admite nada. Extraditado, durante a viagem em avião tenta inutilmente o suicídio, ingerindo uma pequena quantidade de estricnina. Posteriormente, começa a revelar organogramas e planos da Máfia ao juiz Falcone e, por isto, passa a ser considerado o primeiro mafioso arrependido da história.

Em 1993 é extraditado aos Estados Unidos e recebe do governo uma nova identidade e a liberdade (vigiada) em troca de novas revelações contra os planos da Cosa Nostra norte-americana. Nos EUA sofre cirurgias plásticas para despistar os numerosos "assassinos sob encomenda" que tem ao encalço, visto que colaborar com a justiça é, no meio mafioso, a mais grave das traições. Morre de câncer no ano 2000 com 71 anos de idade.

Referências

  1. «`First, they'll try to kill me, then it'll be your turn,' warned the mobster turncoat». The Irish Times (em inglês). Consultado em 22 de maio de 2020 
  2. «BBC News | FROM OUR OWN CORRESPONDENT | Mafia supergrass who escaped revenge». news.bbc.co.uk. Consultado em 22 de maio de 2020 
  3. Bagli, Charles V. (12 de junho de 2019). «They Hid From the Mob for Decades. Now They Will Surface in a Film.». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331 
  4. BBC (4 de Abril de 2000). «Sicilian Mafia supergrass dies». Consultado em 28 de junho de 2019 

Notas

  1. No Brasil, dada a semelhança ortográfica e fonética do sobrenome "Buscetta", que em italiano e siciliano pronuncia-se ʃɛ ("buxéta", com o "x" pronunciado como em "Xavier"), com uma palavra de baixo calão (boceta, nome chulo para vagina), era comum que nos meios de comunicação o mafioso fosse referido como "Tommaso Buschetta", pronunciando-se bʊs ("busqueta").
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