Tortuga
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Ilha Tortuga (francês: Île de la Tortue, IPA: [il dɔʁ la tɔʁty]; crioulo haitiano: Latòti; espanhol: Isla Tortuga, IPA: [laisla toɾˈtuɣa], Ilha Turtle) é uma ilha do Caribe que faz parte do Haiti, na costa noroeste de Hispaniola. Constitui a comuna de Île de la Tortue no distrito de Port-de-Paix do departamento Nord-Ouest do Haiti.
Tortuga | |
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Localização no Haiti. | |
Geografia física | |
País | Haiti |
Localização | 20° 04′ N, 72° 49′ O |
Arquipélago | Grandes Antilhas |
Ponto culminante | 459 m |
Área | 180 km² |
Geografia humana | |
População | 25 936 (2003) |
Densidade | 144 hab./km² |
Imagem de satélite da Ilha de Tortuga (NASA) |
Tortuga tem 180 quilômetros quadrados[1] (69 milhas quadradas) e uma população de 25.936 habitantes no censo de 2003. No século XVII, Tortuga era um grande centro e refúgio de pirataria no Caribe. Sua indústria turística e referência em muitas obras a tornaram uma das regiões mais reconhecidas do Haiti.
História na Pirataria
editarTortuga foi descoberta pelos europeus em 1494, durante a segunda viagem de Cristóvão Colombo para o Novo Mundo.
Tortuga foi originalmente colonizada pelos espanhóis. Em 1625 colonizadores franceses e ingleses chegaram à ilha de Tortuga após inicialmente terem planejado tomar a ilha de Hispaníola. Os franceses e ingleses foram atacados em 1629 pela Espanha comandada por Dom Fadrique de Toledo Osório. Os espanhóis foram vitoriosos e fortificaram a ilha, expulsando os estrangeiros. Quando as forças espanholas deixaram Hispaníola para desenraizar os colonos franceses de Tortuga, os franceses retornaram para tomar o forte e expandi-lo nas fortificações espanholas. Em 1630, os franceses construíram o Forte de Rocher em um porto natural. De 1630 em diante, a ilha de Tortuga era dividida entre colônias francesas e inglesas, permitindo que bucaneiros, mais conhecidos como piratas, usassem a ilha mais frequentemente como sua base de operações. Em 1633, os primeiros escravos foram trazidos da África para ajudar nas plantações. Os novos escravos começaram a hesitar, e em 1635, o uso de escravos acabou. Os escravos, então, saíram do controle, e ao mesmo tempos as colônias francesas e inglesas começaram a discutir e brigar. No mesmo ano, os espanhóis retornaram e rapidamente conquistaram as partes francesa e inglesa da ilha, para logo depois abandoná-la, devido à tamanha importância dada a uma ilha tão pequena. Esse abandono de Tortuga permitiu o retorno dos piratas ingleses e franceses. Em 1638, os espanhóis voltaram novamente para tomar a ilha dos franceses e dos mais novos colonos, os holandeses. Eles ocuparam a ilha, mas logo foram expulsos pelos colonizadores franceses e holandeses.
Por volta de 1640, os bucaneiros de Tortuga se autonomearam a Fraternidade da Costa (Brethren of the Coast). A população pirata era composta principalmente por franceses e ingleses, com uma pequena parcela holandesa. Em 1645, numa tentativa de trazer harmonia e controle, o governador francês trouxe aproximadamente 1.650 prostitutas, esperando regularizar a vida dos piratas. No ano de 1670, quando os bucaneiros estavam em declínio, muitos piratas, procurando uma nova fonte de rendas, passaram a cortar e trocar madeira da ilha. Nesse momento, entretanto, um pirata inglês chamado Henry Morgan começou a se autopromover e convidar os piratas da ilha de Tortuga para navegar sob suas ordens. Eles eram contratados pela França como uma milícia, o que permitia à França ter uma influência maior na região do Caribe. Consequentemente, os piratas nunca foram realmente controlados e Tortuga se manteve como uma zona neutra para eles. Em 1680, novas ações do Parlamento inglês proibiram a navegação sob bandeira estrangeira (em oposição à prática formal). Isto foi um enorme golpe legal para os piratas caribenhos. Acordos finalmente foram feitos pelo Tratado de Ratisbon, de 1684, assinado pelos poderes europeus, pondo um fim na pirataria. A maioria dos piratas, depois dessa época, foi contratada para prestar serviços á Coroa com o intuito de combater e suprimir seus antigos aliados. Poucos anos depois, a era dos piratas chegava ao fim.
Características Geográficas
editarTortuga situa-se na América Central no Norte de Hispaníola, com três ligações para a costa. É uma ilha pequena; com quarenta quilómetros de comprimento e uma largura máxima de sete e tem o nome de Tortuga (tartaruga) porque tem a forma de uma (quando vista de Hispaníola parece uma tartaruga monstruosa a flutuar).
Ainda que seja muito rochosa, está repleta de grandes árvores que crescem onde não se consegue ver solo, tendo as suas raízes em cima das rochas. O lado norte da ilha é desabitado e quase inabitável, pois não tem nem praias nem porto, com a excepção de algumas fendas entre as falésias. Mesmo na vertente sul, só é habitável graças a um porto de abrigo onde os navios se podem refugiar. A zona habitada divide-se em quatro partes: o low country (que tem um porto chamado Cayonne); três quilómetros mais adiante uma aldeia (Basse-Terre); A plantação média (onde se cultivava tabaco — La Ringot); e a Montanha.
Além do tabaco a ilha tem vários tipos de madeira (muito procurada para fazer casas e barcos), aloés e outras plantas medicinais, arbustos frutíferos, javalis selvagens, grandes bandos de pássaros e, na costa, caranguejos comestíveis marinhos e terrestres. Com todas estas características, Tortuga era um dos melhores sítios para os piratas viverem, e em caso de ataque inimigo, os habitantes poder-se-iam esconder na floresta e lá viver da caça.
Coordenadas Geográficas: 20° 2′ 23" N, 72° 47′ 24" W
Ver também
editarReferências
- ↑ Schutt-Ainé, Patricia (1994). Haiti: A Basic Reference Book. Miami, Florida: Librairie Au Service de la Culture. 20 páginas
Ligações externas
editar- (em inglês) (em castelhano) Método para garantir a segurança dos portos e das populações de todas as costas das Índias Ocidentais a partir de 1694, discute a história da Tortuga com a pirataria