Transliteração Wylie

método de transliteração da escrita tibetana

A transliteração Wylie é um método que possibilita a transliteração da escrita tibetana utilizando as teclas típicas de uma máquina de escrever ou de um teclado na língua inglesa. Este sistema leva o nome de seu criador, Turrell Wylie, que refinou seu esquema em 1959. Este sistema viria a se tornar o método padrão de transliteração em estudos sobre o Tibete, principalmente nos Estados Unidos da América.

Qualquer sistema de romanização da língua tibetana se depara com um dilema: deve-se reproduzir de maneira acurada os sons do tibetano falado, ou o soletrar do tibetano escrito? Estes diferem bastante, uma vez que a ortografia tibetana se tornou fixa no século XI, enquanto que a pronuncia continuou a evoluir. Esquemas de transcrição anteriores buscaram romper com esta diferença, resultando na incapacidade deles em realizar um ou outro objetivo de maneira satisfatória. A transliteração Wylie foi desenhada para transcrever precisamente as letras do tibetano escrito, resultando assim na sua aceitação em estudos acadêmicos. Não tem como objetivo comunicar a pronuncia correta das palavras.

Consoantes

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O método Wylie translitera as consoantes tibetanas do seguinte modo:

ཀ ka [ká] ཁ kha [kʰá] ག ga [ɡà/kʰːà] ང nga [ŋà]
ཅ ca [tɕá] ཆ cha [tɕʰá] ཇ ja [dʑà/tɕʰːà] ཉ nya [ɲà]
ཏ ta [tá] ཐ tha [tʰá] ད da [dà/tʰːà] ན na [nà]
པ pa [pá] ཕ pha [pʰá] བ ba [bà/pʰːà] མ ma [mà]
ཙ tsa [tsá] ཚ tsha [tsʰá] ཛ dza [dzà/tsʰːà] ཝ wa [wà]
ཞ zha [ʑà/ɕːà] ཟ za [zà/sːà] འ 'a [ɦà/ʔːà] ཡ ya [jà]
ར ra [rà] ལ la [là] ཤ sha [ɕá] ས sa [sá]
ཧ ha [há] ཨ a [ʔá]

A última letra do alfabeto, a consoante , não é transliterada. A sua presença reconhece-se inequivocamente porque aparece uma sílaba que começa por vocal.

Na escrita tibetana, os grupos de consoantes dentro da mesma sílaba podem ser representados mediante o uso de letras sobre, debaixo ou ao lado da letra principal. O sistema Wylie não diferencia entre tais possibilidades, ao não haver risco de ambiguidade de acordo com as normas ortográficas tibetanas. A exceção é a sequência qy-, que pode ser escrita bem com um "g" diante ou com um "e" como subíndice. No método Wylie, estas possibilidades diferenciam-se inserindo um ponto entre o "g" e o "e" quando este é a letra principal e o primeiro é colocado diante dela. Assim, གྱང "muro" é gyang, enquanto གཡང་ "sima" é g.yang.

Vocais

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As quatro vocais (que neste caso se aplicam à letra muda ) são transliteradas assim:

ཨི i ཨུ u ཨེ e ཨོ o

Quando uma sílaba não tem uma vocalização explícita, é indicada a vocal inerente "a" (por exemplo, ཨ་ = a).

Bibliografia

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