Trem de Cavalaria de Lagos
O Trem de Cavalaria é um edifício histórico no centro da cidade de Lagos, na região do Algarve, em Portugal.
Trem de Cavalaria | |
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Parte Sul do edifício em 2008, então ocupado por um estabelecimento de diversão nocturna. | |
Informações gerais | |
Inauguração | 1695 |
Geografia | |
País | Portugal |
Cidade | Lagos |
Coordenadas | 37° 06′ 03″ N, 8° 40′ 33″ O |
Localização em mapa dinâmico |
Descrição e história
editarO edifício situa-se na Rua do Jogo da Bola, nas proximidades do Baluarte da Porta dos Quartos, nos limites do centro histórico de Lagos.[1] Foi construído de forma anexa ao pano da muralha.[1]
Terá sido construído em 1695, para alojar uma companhia de cavalaria, sendo nessa altura composto por uma cavalariça e por camaratas.[1] Posteriormente o edifício perdeu as funções militares, tendo sido depois ocupado por um bar, uma carpintaria,[1] e um clube de strip-tease.[2] Um dos estabelecimentos, o Marimbar, ainda chegou a ser muito afamado, tendo contado com a participação de importantes figuras do panorama musical nacional, como Jorge Palma, Fernando Girão, José Mário Branco e Rão Kyao.[3]
Em Outubro de 2015, a delegação de Lagos do Bloco de Esquerda criticou a política da Câmara Municipal em relação a vários edifícios históricos da cidade, incluindo o Trem de Cavalaria, que estavam parcialmente ao abandono.[4] Em Agosto de 2020, o Bloco de Esquerda acusou a Câmara Municipal de ter esquecido o edifício, que considerou de grande importância como parte da história militar da cidade, tendo denunciado a falta de um plano por parte da autarquia para adquirir e valorizar o imóvel.[5] Em Janeiro de 2021, o edifício esteve no centro de uma polémica, quando o artista brasileiro Tarso Silva começou a pintar um mural numa das paredes exteriores, mas não chegou a terminar a obra devido à oposição dos proprietários do imóvel, tendo a pintura sido apagada pelo próprio artista.[3] Esta não foi a única pintura mural no edifício, tendo uma outra sido executada noutra parte exterior, pelos artistas do núcleo Laboratório de Actividades Criativas.[3] Nesse período, o imóvel encontrava-se em mau estado de conservação e à venda, estando parcialmente ocupado por um estabelecimento de caridade da Igreja Evangélica, sem autorização dos proprietários.[3] Em Dezembro de 2022, a delegação de Lagos do partido Bloco de Esquerda voltou a criticar a situação do Trem de Cavalaria, tendo-o considerado como um exemplo das más condições em que se encontrava o património no concelho.[2]
Ver também
editarReferências
- ↑ a b c d PAULA, 1992:320
- ↑ a b «O património como identidade lacobrigense». Correio de Lagos. Ano XXXII (385). Lagos. 21 de Dezembro de 2022. p. 21
- ↑ a b c d CONCEIÇÃO, Carlos; FERREIRA, Marta (Fevereiro de 2021). «Pintura de mural em edifício do antigo "Bar Aplauso" gera polémica e dá azo a revolta nas redes sociais». Correio de Lagos. Ano XXXII (364). Lagos. p. 12
- ↑ «Acta N.º 17/2015 da Sessão Extraordinária de Outubro de 2015 da Assembleia Municipal de Lagos, realizada a 19 de Outubro de 2015» (PDF). Assembleia Municipal de Lagos. Outubro de 2015. p. 21. Consultado em 16 de Setembro de 2020
- ↑ «Diferentes Olhares». Revista Municipal de Lagos. Lagos: Câmara Municipal de Lagos. Agosto de 2020. p. 56-57. Consultado em 16 de Setembro de 2020 – via Issuu
Bibliografia
editar- PAULA, Rui Mendes (1992). Lagos: Evolução Urbana e Património. Lagos: Câmara Municipal de Lagos. 392 páginas. ISBN 9789729567629