Turbellaria
Turbellaria é uma das classes de Platyhelminthes. O nome "Turbellaria" refere-se aos "redemoinhos" de partículas microscópicas criadas perto das peles de espécies aquáticas pelo movimento de seus cílios.
Turbellaria | |||||||||
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Classificação científica | |||||||||
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Em 2006 foram descritas cerca de 3000 espécies de planárias, grupo incluído em Turbellaria, distribuído primariamente em ambientes marinhos, mas também encontrado em terrestres e de água doce. São em geral animais de pequena dimensão, mas algumas espécies atingem 60 cm de comprimento (Rimacephalus arecepta). A maioria das espécies é predadora e bentônica. Possuem corpo triploblástico, coberto por uma epiderme composta de células ciliadas com função sensorial e de locomoção. Por baixo da epiderme, encontra-se uma lâmina basal (exceto nas ordens Acoela e Nermetodermatida). Sendo a cutícula ausente, a lâmina basal e as fibras intracelulares sustentam a parede corporal. A camada muscular subjacente à epiderme, que se subdivide em músculos circulares e longitudinais, serve apenas para torcer e virar o corpo. As planárias não têm celoma (cavidade abdominal) e os órgãos vitais são muito simples. Seu corpo, assim como todos os vermes platelmintos, é achatado. O sistema digestivo é muito simples e composto apenas pela boca (usada tanto para ingestão quanto para egestão) e intestinos cuja forma varia conforme o tamanho do verme. A digestão é feita inicialmente no exterior das células através de enzimas e posteriormente no interior de células especializadas. O sistema nervoso é difuso, em forma de rede, e centrado num cérebro ganglionar. A planária possui taças pigmentadas chamadas ocelos, podendo ter um, dois ou três pares com função fotorreceptora. A reprodução pode ser feita de forma assexuada, por brotamento ou fissão transversal, ou sexuada, por copulação e fertilização interna. Quase todos os Turbellaria são hermafroditas, com exceção de poucos parasitas especializados.[1][2]
Características
editar- Predominantemente aquáticos, de vida livre ou parasitária;
- Forma ovular ou alongada, achatados;
- Coloração: principalmente em tons de preto, marrom e cinza, com exceção de algumas espécies marinhas que são brilhantes e coloridas;
- Epiderme unilaminar e ciliada, ausência de cutícula;
- Lâmina basal (exceto em Acoela e Nermetodermatida);
- Rabditos: glândula típica da parede corporal dos turbelários, que tem função secretora de muco;
- Adesão: glândulas adesivas, cílios adesivos ou ventosas musculares;
- Órgãos duoglandulares: papilas projetadas do corpo (glândulas servem para adesão, secreção e muco).[3]
Parede corporal
editar- Epiderme composta por um epitélio ciliado, com células glandulares e terminações nervosas.
- Abaixo da epiderme tem uma membrana basal espessa, que serve para sustentação.
- Internamente à membrana basal há células musculares, organizadas em camadas, sendo a camada mais externa formada por músculos circulares, seguida por diagonais e internamente por longitudinais, frouxamente organizados.
- Acelomados: Entre a parede corporal e os órgãos há um preenchimento pelo mesênquima (também chamado parênquima). Porém os órgãos não são presos por mesentérios. No mesênquima há uma variedade de células soltas e fixas, fibras musculares e tecido conjuntivo.
- *Rabditos: É uma glândula típica da parede corporal dos turbelários. Glândula em forma de bastão derivadas da ectoderme(assim como outras células glandulares), que tem função secretora de muco, e em alguns casos/espécies podem ser responsáveis pela liberação de substâncias químicas tóxicas de defesa em alguns turbelários. Para que serve esse muco? Locomoção, já que o habito desses animais é bentônico, é necessário deslizar pelo substrato. Também fornece uma proteção contra dessecação e auxilia nas trocas gasosas. As vezes, secreções mucosas ao redor da boca facilita a captura e a ingestão de presas.[4]
Musculatura e locomoção
editar- Locomoção por cílios ou por musculatura desenvolvida (rastejamento, nado, peristaltismo, retorcimento, enrolamento, retração, extensão ou saltos);
- Musculatura: fibras musculares externas e diagonais internas;
- Movimentos musculares: retração ou projeção de pseudópodes através do tixotropismo celular.
- E alguns possuem glândulas adesivas
Sistema Nervoso
editar- Cérebro circular subepidérmico;
- Cordões nervosos partem do cérebro ganglionar. A existência de comissuras (sistema nervoso segmentado) sugere uma organização de maior controle;
- Presença de ocelos e estatocistos (localizados perto do cérebro);
- Cílios como mecanorreceptores.
Alimentação e digestão
editar- Maioria carnívoros ou necrófagos, alguns são herbívoros, outros simbiontes comensais e outros parasitas.
- Sistema digestório incompleto(sem ânus): Boca, faringe, intestino. -> Saco cego. Poucas espécies possuem um ânus, ou vários, porém sem função.
- Os métodos de alimentação dos turbelários de vida livre variam de acordo com o tamanho do animal e do tipo que aquisição do alimento.
- Existem três tipos de faringe: simples, bulbosa e plicada.
Reprodução
editar- Sexuada: quase todos hermafroditas simultâneos (exceção de alguns parasitas especializados), se reproduzem por copulação e fertilização interna. Produzem poucos e pequenos ovos, com desenvolvimento lecitrotófico e direto;
- Assexuada: brotamento ou fissão transversal. O plano de fissão se forma atrás da faringe, a parte superior do verme adere ao substrato e a anterior continua a se mover até que haja a separação, então cada metade regenera suas estruturas e forma um verme completo. Pode ser regulada pela duração do dia e pela temperatura.
Classificação e evolução
editarOrdens presentes na classe:
Existem duas hipóteses sobre o surgimento da classe: a de que Turbellaria é grupo irmão de Cnidários (teoria planular), que afirma que ambos surgiram de um ancestral comum – o planuloide. E a segunda hipótese, que diz que os turbelários não são bilatérios primitivos, mas que evoluíram de animais celomados por uma simplificação anatômica.[5]
Referências
editar- ↑ RUPPERT, BARNES, RUPPERT, E.E., BARNES, R.D. (1996). Zoologia dos invertebrados. São Paulo: Roca
- ↑ «Turbellaria EN». Consultado em 22 de maio de 2017
- ↑ «Platelmintos». Toda Matéria
- ↑ «Platelmintos». Só Biologia. Consultado em 24 de agosto de 2018
- ↑ RUPPERT, E.E., BARNES, R.D., FOX, R.S. (2005). RUPPERT, BARNES. [S.l.]: Roca