Lança da Nação

antiga ala armada do partido Congresso Nacional Africano
(Redirecionado de Umkhonto we Sizwe)

Lança da Nação, em língua zulu uMkhonto weSizwe[1] (MK), era o braço armado do Congresso Nacional Africano (ANC/CNA). Foi fundado a 16 de dezembro de 1961[1] pelo CNA e pelo Partido Comunista Sul-Africano (SACP) como resposta à opressão política, social e económica movida contra a população negra, mestiça e indiana da África do Sul pelo regime político do apartheid.[1]

Teve inicialmente o seu quartel-general em Rivonia, um subúrbio de Joanesburgo. A 11 de julho de 1963, 19 líderes do CNA e do MK, incluindo o futuro Presidente da África do Sul Nelson Mandela, foram detidos em Liliesleaf Farm, na zona suburbana de Rivonia. Essa fazenda/quinta era propriedade de Arthur Goldreich e havia sido comprada com fundos do SACP. Segue-se o Julgamento de Rivonia, no qual dez líderes do Congresso Nacional Africano foram julgados por 221 atos de sabotagem com o intuito de "fomentar uma revolução violenta". Walter Mkwayi, na altura líder do MK, escapou durante o julgamento.

O MK levou a cabo numerosos ataques a bomba contra alvos militares, industriais e civis. A tática inicial era a sabotagem, evitando baixas humanas, mas a escalada de violência na África do Sul durante as décadas de 1970 e 1980 também se refletiu numa mudança nas táticas empregadas pelo MK, que realizou alguns ataques notáveis, como o perpetrado contra o canteiro de obras da Central Nuclear Koeberg, nas proximidades da Cidade do Cabo, a 8 de janeiro de 1982 (coincidindo com o 70.º aniversário da formação do CNA), e o atentado com um carro-bomba contra o Magoo's Bar, em Durban, a 14 de junho de 1986, no qual três pessoas morreram e 73 ficaram feridas. Não se conhece exatamente o total de mortos e feridos no decurso dos trinta anos de atividade do MK, mas as estatísticas da polícia sul-africana indicam que, no período de 1976 a 1986, aproximadamente 130 pessoas foram mortas por aqueles que a fonte chama de "terroristas". Entre essas pessoas, cerca de trinta eram membros de forças de segurança e cem eram civis. Entre os civis, 40 eram brancos e 60 eram negros.[2]

O MK suspendeu as suas operações a 11 de agosto de 1990, em função das negociações pelo fim do regime do apartheid. O CNA venceu as primeiras eleições livres da África do Sul em 1994, com cerca de 63% dos votos.[3] Depois de vencer as eleições, o CNA concordou em integrar, em 1994, sua ala militar na recém-formada Força de Defesa Nacional Sul-Africana (SANDF) e a liderança do novo Ministério da Defesa Sul-Africano foi transferida para dois veteranos do Lança da Nação: Joe Modise tornou-se o primeiro o ministro da defesa sul-africano negro[4] e Ronnie Kasrils seu vice.[5]

Referências

  1. a b c uMkhonto weSizwe (MK). South African History Online. 8 de janeiro de 2024.
  2. «The Liberation Movements from 1960 to 1990» (PDF). Truth and Reconciliation Commission (South Africa). Truth and Reconciliation Commission of South Africa Report. 2: 327 
  3. «Elections '94». Independent Electoral Commission. 28 de junho de 2008. Consultado em 23 de julho de 2022. Cópia arquivada em 2008 
  4. «Johannes (Joe) Modise | South African History Online». www.sahistory.org.za. Consultado em 27 de março de 2024 
  5. «Biography Ronnie Kasrils». web.archive.org. 31 de março de 2009. Consultado em 27 de março de 2024 

Veja também

editar

Ligações externas

editar
  Este artigo sobre a África do Sul é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.