União Nacional dos Trabalhadores Angolanos

central sindical angolana

A União Nacional dos Trabalhadores Angolanos (UNTA) é uma central sindical angolana, a maior e mais importante entidade de trabalhadores do país. É conhecida também como "União Nacional dos Trabalhadores Angolanos—Confederação Sindical" (UNTA-CS). Possui forte ligação histórica e política com o partido Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).[2]

União Nacional dos Trabalhadores Angolanos
(UNTA)
Tipo Central sindical
Fundação 16 de abril de 1960 (64 anos)
Sede Luanda (LU), Angola
Secretário-geral José Joaquim Laurindo[1]
Sítio oficial unta-cs.org

Foi fundada em 16 de abril de 1960 na cidade de Quinxassa, durante o Congresso dos Trabalhadores Angolanos no Exílio.[2] Reuniu, inicialmente, uma base camponesa em solo angolano e de trabalhadores urbanos no exílio.[2] No ato de fundação Pascoal Luvualo é eleito secretário-geral da central sindical.[3] Além de Luvualo, estavam presentes no ato de fundação, dentre outros nomes, Dombele Mbala Bernardo, Francisco Ndombe, Fernando Kiesse, Francisco Nsingui Massala, Emílio Mbidi, Pedro Fernando Mavunza, Joséph Kiala, António Fuca e Adolfo Tshicalanga.[3]

Participou da criação da Frente Democrática de Libertação de Angola (FDLA), a partir da união do MPLA, do Movimento de Defesa dos Interesses de Angola (MDIA), do Movimento Nacional Angolano (MNA) e do Ngwizani a Kongo (NGWIZAKO).[4] Por fim, em 1963/1964 a FDLA e a UNTA integraram suas lutas ao MPLA.[5]

Com a associação ao MPLA, organiza comités de produção e de treinamento para a luta armada, que também deveriam prestar assistência social aos refugiados e a formação de quadros. Estabelece contato com a principais centrais sindicais da Europa, Ásia e América, enfraquecendo os sindicatos coloniais que operavam sob a guarida do Estado Novo português.[2]

Com a passagem de Angola a um regime multipartidário, e o MPLA assumindo posições de economia de livre-mercado, é realizado o II Congresso da UNTA em setembro de 1994, que define uma linha ideológica reivindicativa e crítica às políticas neoliberais.[2]

Suas pautas deliberadas no último congresso incluem a revisão da Lei Geral do Trabalho (LGT) angolana e um novo teto para o salário mínimo nacional,[1] contra uma política de arrocho salarial.[1]

Secretários-gerais

editar
  • Pascoal Luvualo - 1960 a 1974;[3]
  • Aristides Van-Dúnem - 1974 a 1977;[3]
  • Pascoal Luvualo - 1977 a 1991;[3]
  • Cordeiro Ernesto Nzakundomba - 1991 a 1994;[3]
  • Manuel Diogo da Silva Neto - 1994 a 2005;[3]
  • Manuel Augusto Viage - 2005 a 2021;[3]
  • José Joaquim Laurindo - 2021 até o presente.[1]

Referências

  1. a b c d Confederação sindical angolana promete lutar por salário mínimo nacional. DW. 16 de agosto de 2021.
  2. a b c d e «Sobre a UNTA». UNTA-CS. 2020. Consultado em 25 de agosto de 2022 
  3. a b c d e f g h Recordar Pascoal Luvualu, nacionalista e ex-SG da UNTA. Wizi-Congo. 17 de outubro de 2021
  4. Pinto, João Paulo Henrique (dezembro de 2016). «A questão identitária na crise do MPLA de (1962-1964)». Irati: Universidade Estadual de Ponta Grossa. Revista TEL. 7 (2): 140-169. ISSN 2177-6644 
  5. «MPLA de ontem não é o de hoje». DW. 10 de dezembro de 2013