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Evolução territorial da Polônia
O território polaco mudou em muitas formas na história da Europa no século XVI, por exemplo, na forma de uma união com a Lituânia, a Polônia formou um imenso Estado da Europa Central para outras vezes, não existiu um Estado polonês independente.
Baseado em populações eslavas que habitam as margens do rio Vístula, a criação da Polônia é muitas vezes identificada com a adoção do cristianismo pelos seus governantes, no século X, seu território é tão semelhante à Polônia contemporânea. Em 1569, a Polônia uniu e fundou com a Lituânia a Comunidade Polaco-Lituano (ou República das Duas Nações), um dos maiores e mais populosos estados da Europa. A partir do século XVII, a união começa a ruir e os estados vizinhos desmembram-no gradualmente culminando com o seu desaparecimento total em 1795.
No final do século XVIII, Varsóvia era um dinâmico centro urbano de 120 mil habitantes, enquanto Cracóvia e Vilna eram cidades universitárias em que o pensamento iluminista circulava com vigor. Rousseau, Beccaria e Smith figuravam entre os pensadores estrangeiros mais lidos nessas cidades. Em 1788, após 15 anos de domínio russo, as elites locais aproveitaram-se da guerra entre Rússia e a Turquia para formar a chamada Dieta dos Quatro Anos, cujo objetivo era criar um Estado polaco independente.[1] Em 1770, Jean-Jacques Rousseau escreveu Considerações sobre o Governo da Polônia, obra na qual refletiu sobre as condições da renovação da pátria. Com a sua obra sobre o Governo e as Leis da Polônia, Gabriel Bonnot de Mably subscreve a perspectiva de uma Monarquia constitucional hereditária, enquanto Voltaire, sensível ao poder da Czarina Catarina II, é hostil à autonomia do país. No gênero romance, a Polônia serve de cenário para As Aventuras do Jovem Conde Potowski, de Marat, livro que permanece inédito, além do best-seller do futuro girondino Louvet de Couvray, Os Amores do Cavaleiro de Faublas. A história polaca marca a França menos do que os Estados Unidos, mas mesmo assim fornece um quadro para experiências políticas e filosóficas.[2]
Na década de 1780, o reino da Polônia existe apenas em função de um complicado equilíbrio entre a Rússia, a Prússia e a Áustria, que joga com as divisões entre os nobres polacos. Desde a partilha ocorrida em 1772 e a consequente redução do território, o país, que na verdade está sob a autoridade da Rússia, embarcou em reformas inspiradas no Iluminismo europeu. Em 1773, a Comissão Nacional de Educação, que em Varsóvia se baseava em manuais escritos por Dupont de Nemours ou Condillac, propôs uma reformulação da educação. O eco dos debates políticos, a filosofia iluminista e os acontecimentos ocorridos na Polônia nesse período chega a toda a Europa e à França como um todo.[3]
A guerra entre a Rússia e o Império Otomano permitiu aos "reformadores" polacos, ajudados pela Prússia, proclamar uma Constituição em 3 de maio de 1791, endossada pelo rei Estanislau Augusto Poniatowski. A promulgação, que é mais um anúncio de reformas do que um verdadeiro sistema, suscita expectativas entre os nobres liberais e uma parte da população que se radicaliza. Por outro lado, a nobreza hostil, insatisfeita com as reformas contidas na Constituição, não se dá por vencida e continua buscando uma melhor condição social para o país. A Polônia escreveu sua Constituição, a segunda do mundo revolucionário (a primeira foi a dos Estados Unidos)[1] , após um longo debate e já sob a inspiração da Revolução Francesa. Obra de patriotas como Ignacy Potocki, Malachowski, Hugo Kołłątaj e Czartoryski, essa Constituição transformava a República da Polônia em uma monarquia constitucional, com um parlamento eleito por voto censitário. Era bastante limitada: o rei presidia o Senado e tinha poder de veto; a condição dos judeus não foi alterada e os camponeses permaneceram servos.[1] Hugo Kołłątaj planejava obter avanços nos direitos dos camponeses, o que desencadeou a reação da aristocracia russa de São Petersburgo. A Revolução Polonesa foi vista como perigosa pela Rússia (que já não estava mais em guerra), Prússia e Áustria. As três potências então atacaram a Polônia e restauraram, em janeiro de 1793, as instituições anteriores a 1788[1].
A humilhação nacional teve um efeito explosivo entre os poloneses, convertendo um movimento reformador em uma revolução popular. Preparou-se uma insurreição nacional em 1794, liderada por Potocki, Kollataj e o Generalíssimo Kosciuszko. Grupos jacobinos, instalados em Varsóvia, deram um passo à frente e elaboraram uma nova Constituição que, de fato, acabaria com a servidão[4].
Os radicais e o Generalíssimo Kosciuszko lançam uma “insurreição nacional” nas cidades de Vilna (hoje Vilnius) e Varsóvia. Os radicais são seguidos, associando posições políticas, especialmente a abolição da servidão, com expectativas milenaristas, sobretudo quando as dificuldades militares se acumulam. Em maio de 1794, em Varsóvia controlada pelos radicais, quatro nobres foram executados, uma brutalidade calculada que impediu o agravamento da agitação popular. As derrotas de outubro de 1794 marcam o fim da insurreição. Sem a ajuda dos franceses, contudo, os jacobinos poloneses acabaram derrotados e a Polônia, eliminada do mapa europeu. Os jacobinos de Varsóvia, por sua vez, permaneceriam como referência para o movimento nacional polonês. Em 1795, a Polônia já não existe[2].
Os líderes exilados, especialmente na França, dividiram-se em organizações rivais, enquanto os militantes, dispersos, alistaram-se nos exércitos enviados à Itália em 1796, e uma parte deles partiu para Santo Domingo. A revolução foi, ao mesmo tempo, um movimento baseado mais em princípios de reforma do que em reivindicações verdadeiramente políticas defendidas pelas massas[2].
Para os revolucionários franceses, contudo, a concentração das tropas austríacas, russas e prussianas na Polônia foi determinante para facilitar as vitórias da Revolução Francesa nas guerras do mesmo período. O historiador Georges Lefebvre constata que a Polônia acabou ajudando a salvar a Revolução Francesa às custas de sua independência[4] .
A Polônia independente foi recriada após a Primeira Guerra Mundial em 1919, mas foi ocupada e partilhada pela Alemanha nazista e a União Soviética em 1939. Em 1945, é recriada de novo, mas ainda sob território diferente.
Citação
1. Daniel 2022, p. 39.
2. Jean 2012, p.30.
3. Jean 2012, p. 29.
4. Daniel 2022, p. 40.
Fontes:
- ↑ a b c d «CARVALHO, Daniel Gomes de. Revolução Francesa.». Editora Contexto. Revolução Francesa.: 39. 2022
- ↑ a b c «MARTIN, Jean-Clément. La Revolución Francesa – Una Nueva Historia. Barcelona: Crítica,». Editora Crítica. La Revolución Francesa – Una Nueva Historia.: 30. 2012
- ↑ «MARTIN, Jean-Clément. La Revolución Francesa – Una Nueva Historia.». Editora Crítica. . La Revolución Francesa – Una Nueva Historia.: 29. 2012
- ↑ a b «. Revolução Francesa.». Editora Contexto. CARVALHO, Daniel Gomes de. Revolução Francesa.: 40. 2022