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O burrinho pedrês é um conto do escritor brasileiro Guimarães Rosa[1], publicado no livro Sagarana, pela Editora Universal, do Rio de Janeiro, em 1946. Trata-se do livro de estréia do escritor mineiro e que foi, de imediato, saudado e elogiado pela critica brasileira. É o conto de abertura do livro Sagarana, a primeira publicação de Guimarães Rosa e, por isso, é pertinente trazer a abertura do conto, as primeiras palavras do escritor mineiro, as primeiras palavras de uma obra que cresceu e espantou o mundo, por sua genialidade e originalidade.
Era um burrinho pedrês, miúdo e resignado, vindo de Passa-Tempo, Conceição do Serro, ou não sei onde no sertão. Chamava-se Sete-de-Ouros, e já fora tão bom, como outro não existiu e nem pode haver igual.
O professor e crítico literário Antonio Candido, em artigo publicado em "O Jornal", logo após a publicação do livro, em julho de 1946, destaca "o grande êxito de Sagarana, do Dr. J. Guimaraes Rosa" e acentua o seu caráter regional e, ao mesmo tempo, universal, observando ainda o talento do autor, sua capacidade de contar, "sua paixão de contar." Atento ao panorama literário da época, o professor Antonio Candido nota a qualidade surpreendente do escritor e registra que "Guimares Rosa vai reto para linha dos nossos grandes escritores". [2]
Em critica mais recente, publicada como apresentação do livro Sagarana (Global Editora, 2019), a professora Walnice Nogueira Galvão, da Faculdade de Filosofia e Letras da USP, especialista na obra de Guimarães Rosa, destaca a importância desta obra inaugural. "É livro de estreia, e estreia tardia, aos 38 anos. (...) Este livro assinala o processo de partida de uma trajetória extraordinária. O primeiro de uma série de obras-primas, foi com ele que Guimarçães Rosa afinou seus instrumentos, sua maneira, sua linguagem. E, acima de tudo, circunscreveu seu espaço - o sertão - tão decisivo e tão marcante".[3]
Elementos literários: tema, enredo e personagens
editarA estória se passa na Fazenda da Tampa, de propriedade do Major Saulo, situada no vale do rio das Velhas, nos sertões de Minas Gerais. Narra a estória de Sete-de-Ouros, um burrinho já idoso, muito idoso, que foi incluido na comitiva que vai tocar uma boiada, da fazenda até o arraial. "São só quatro léguas", diz o major.
Fortuna crítica
editarNotas
- ↑ «GUIMARÃES ROSA - Biografia e Bibliografia». www.ufrgs.br. Consultado em 19 de junho de 2024
- ↑ Candido, Antonio. (1991). Sagarana. Coleção Fortuna Crítica. Guimarães Rosa. Seleção de textos Eduardo F. Coutinho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. pp. 243–247
- ↑ GALVÃO, Walnice Nogueira (2019). Os causos do sertão. [Sagarana, 2019]. São Paulo: Global Editora. pp. 13–16. ISBN 9788526024649