Usuário(a):Omo Alapini ati Omitoogun/Paulo Braz
Filho do renomado Bàbálòrìṣà Malaquias Felipe da Costa – Òjé Biyi e da Iyálòrìṣà Leônidas Joséfa da Costa – Omi Ṣeun, que, além de filha de Oṣùn Ajẹmọ́, também era uma juremeira respeitada, Paulo Braz nasceu imbuído de um forte legado espiritual. Ele era bisneto de Alapiní de Lagos, Nigéria, Adifabọla Babaláwo Alákéọmọ́ – Abilaré, que, ao ser trazido ao Brasil como escravizado, passou a ser chamado de Sabino Felippe da Costa. Além disso, era neto biológico do ilustre babalorixá Pai Adão – Felippe Sabino da Costa, conhecido pelo título Ọpẹ́wátọnà. O nome "Pai Adão" foi uma inversão do nome de seu pai, demonstrando a continuidade da linhagem. Essa herança conferia a Paulo Braz uma ligação direta com a realeza africana e, consequentemente, com o autêntico Àṣẹ Yorùbá oriundo das terras nigerianas. Ele herdou o cargo de Babaláwo de forma hereditária por intermédio de seu pai e, consequentemente, também assumiu o título de Alapiní. Destacava-se por seu profundo conhecimento dos cultos Egúngún e Ifá no contexto do Nagô Pernambucano. Sua dedicação a Ifá se intensificou após prometer a Orúnmìlà que, caso fosse curado de uma trombose, dedicaria sua vida a essa tradição. Cumpriu sua promessa após se recuperar completamente, sem sequelas, e foi posteriormente iniciado em Ifá pelo Olúwo Ajíbólá Isaúu Badiru. Paulo Braz era o segundo dos filhos de sua mãe. Seus irmãos eram Sebastião Felipe da Costa – Àgbàkálúlú, Jaci Felipe da Costa – Ọbaríndé, Maria José Felipe Gonzaga, conhecida como Tia Zite – Oyin Oṣùn (falecida), Maria Lúcia Felipe da Costa, chamada Mãe Lu – Omitòògùn, e Maria dos Prazeres, conhecida como Tia Zere – Ọmọ́ jẹ́ jàre ìyè. Atualmente, apenas Mãe Lu e Pai Cinho (Ọbaríndé) permanecem vivos e responsáveis pela casa que anteriormente era conduzida por Paulo Braz. Em 2013, ele viajou à Nigéria, onde conheceu os principais reinos ligados ao culto dos Òrìṣà. Visitou o assentamento de Ògún em Ilé-Ifè, além de Ọ̀yọ́ e o bosque sagrado de Oṣùn em Osogbo. Durante essa viagem, produziu um documentário em colaboração com o Maracatu de Baque Virado – Raízes de Pai Adão, um maracatu de tradição familiar no qual era patriarca. O documentário, intitulado "Conexão Ifé", foi lançado em 2014. Nessa mesma viagem, recebeu do Oni de Ifẹ da época o título honorífico de "Bàbá Ifamuyiidé", que significa "Ifá trouxe este filho de volta para casa". Teve ainda a oportunidade de conhecer o então Aláàfin de Òyó, o rei Adéyemí III, que o convidou a entrar no palácio para recitar oríkìs em louvor a Ṣàngó. Impressionado com a devoção de Paulo Braz, o monarca declarou: "Neste país, quem soubesse cantar para Ṣàngó e para sua mãe já realizava um grande feito, e um homem do outro lado do oceano conseguiu tal proeza." Três anos após essa jornada marcante, em 27 de dezembro de 2016, Paulo Braz faleceu em decorrência de um acidente vascular cerebral.