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João Gualberto Calatroni ( Nova Venécia, 07 de janeiro de 1951 - Pará, 13 ou 14 de outubro de 1973 [1]), apelidado primeiramente de Jonga e depois como Zebão, era estudante e militante. Fez parte do partido Comunista do Brasil (PCdoB), durante a época da ditadura militar no Brasil. Desapareceu e possivelmente foi morto, no Pará, no dia 13 ou 14 de outubro de 1973, junto com outros guerrilheiros, não se sabe o local exato da morte e também não há informações sobre seus restos mortais[2]. [1]
As circunstâncias de seu desaparecimento ainda são objeto de investigação da Comissão Nacional da Verdade[3].[2]
Biografia
editarJoão Gualberto Calatroni nasceu no dia 07 de janeiro de 1951 na cidade de Nova Venécia, estado do Espírito Santo. Era filho de Osária de Lima Calatrone e Clotildio Bueno Calatrone[3].
Teve destaque em atuação política quando era estudante secundarista no Espírito Santo e se formou em contabilidade em nível técnico[4][5].
Se mudou para próximo às margens do rio Araguaia (que fica ao sudeste do Pará), região próxima a Brejo Grande, em 1970. A posse em que estava se chamava "Chega com Jeito" e foi nela que adotou ao nome de Zebão. De acordo com pessoas que viveram com ele, na vida rural Zebão foi destaque como mateiro e tropeiro. Tinha as características de ser ouvinte e não o narrador, mas que sempre conseguia solucionar os problemas e era bom de improviso[4][5].
Zebão foi integrante de combate do Destacamento A. Em seus 22 anos, no ano de 1973, enquanto estava na companhia de seus colegas, o Zé Carlos (André Grabois), Divino Ferreira de Souza (também chamado como Nunes), Alfredo e Dermeval da Silva Pereira (chamado de João), foi dado como morto, assim como a maioria que estava junto a ele[5][4].[3][4]
Circunstâncias da morte
editarA morte de João Gualberto Calatroni, de acordo com o Relatório Arroyo, aconteceu no dia 13 de outubro de 1973 por volta das 12:00, quando Zebão e seus companheiros André Grabois, Nunes, Alfredo e João haviam acabado de levar os porcos para comer na antiga fazenda de Alfredo e estavam indo embora quando o mesmo escutou um barulho. Quando perceberam o que estava acontecendo já estavam cercados por soldados armados que imediatamente começaram a atirar contra o grupo. João foi o único que saiu com vida, os demais foram mortos no massacre[3].
De acordo com O Diário de Maurício Grabois, que contou a história da morte de João Gualberto, relatou que no dia 13 de outubro de 1973, os cinco companheiros mataram os porcos e permaneceram muito tempo na fazenda depois disso, o que de acordo com Maurício foi um deslize já que chamou muita atenção dos militares que estavam rondando a região. E então foram surpreendidos e mortos a tiros. Somente João foi salvo[4].
Investigação do caso
editarNo relatório da CEMDP (Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos) é apontada a decisão conclusiva que saiu no relatório de 2002 do Ministério Público Federal sobre o caso dos guerrilheiros mortos na Fazenda do Geraldo Martins localizada em São Domingos do Araguaia. A resolução foi que os militantes, incluindo João Gualberto Calatroni, foram mortos em um confronto e enterrados em uma cova rasa nas proximidades da casa do pai de Antônio Felix da Silva, em Caçador[4].
Lício Augusto Maciel contou a Câmara dos Deputados no dia 26 de junho de 2005, que atirou em André Grabois na ocasião e para o livro escrito por Luiz Maklouf , afirmou que enterrou os corpos dos militantes mortos no sítio da esposa de Alfredo[4]. Lício permanece impunes pelos atos cometidos, mesmo tendo confessado o assassinato de 4 guerrilheiros[6][7].
João Alves de Souza, segundo tenente da Polícia Militar de Goiás, disse em depoimento à CNV (Comissão Nacional da Verdade) que não estava presente no episódio que levou João Gualberto Calatroni a morte, mas que teria feito o informe do dia 13 de outubro de 1973 dizendo que as execuções haviam sido cometidas de forma brutal e por esse motivo correu o risco de ser preso e detido, tendo que dar explicação sobre o feito. Por esse motivo o relatório do Ministério do Exército, o CIE, data a morte no dia 13 de outubro de 1973[4][8].
Contudo, de acordo com registros feitos pelo Ministério Público Federal, o ato ocorreu na verdade no dia 14 de outubro de 1973, quando Divino foi sequestrado após seus companheiros terem sido assassinados e nunca mais foi visto[9][7].
Manoel Leal de Lima (chamado também como Vanu), Antônio Félix de Lima foram cúmplices do acontecimento e confirmaram em 2001 para o Ministério Público Federal sobre o que teria acontecido no dia da execução. Já a respeito dos corpos dos companheiros, de acordo com José Vargas Jiménez (tenente da reserva), os corpos estavam expostos ao ar livre dias após o massacre[5].
Desfecho da Comissão Nacional da Verdade
editarDe acordo com a Sentença da Corte Interamericana quando acontece o desaparecimento e assassinato de pessoas, ela começa com a escassez da liberdade pessoal e por tanto a falta de conhecimento sobre qual fim teve a pessoa desaparecida, sendo que é dever do Estado buscar a verdade e fazer justiça aos responsáveis. Por isso a CNV (Comissão Nacional da Verdade) considera João Gualberto Calatroni um desaparecido político, já que seus restos mortais não terem sido encontrados até os dias de hoje e com isso não permitindo aos seus familiares fazerem o sepultamento até os dias de hoje[10].
A CNV recomenda que as investigações sobre o caso continuem até que encontrem os restos mortais, façam a retificação na certidão de óbito, além do reconhecimento e responsabilização das pessoas envolvidas[11].
Homenagens
editar- Monumento Pessoas Imprescindíveis, localizado em Vitória (Espírito Santo), na Praça Costa Pereira. Esse monumento foi feito com o objetivo de homenagear os 5 militantes que se dedicaram à democracia e direitos humanos no Brasil quando foram mortos durante a Guerrilha do Araguaia[12].
- Filme “Capixabas mortos e desaparecidos durante a ditadura militar”, foi lançado em 2016 no Arquivo Público do Estado do Espírito Santo. Filme que relembra a memória das lutas armadas entre os anos de 1960 e 1970, dando ênfase aos guerrilheiros que foram mortos na Guerrilha do Araguaia[13].
- Livro “Mata! O Major Curió e as Guerrilhas do Araguaia”, de Leonencio Nossa. Livro que conta sobre a Guerrilha do Araguaia[14].
Ver também
editar
Referências
editar- ↑ «João Gualberto Calatroni». Memórias da ditadura. Consultado em 19 de novembro de 2019
- ↑ «João Gualberto Calatroni». Memórias da ditadura. Consultado em 19 de novembro de 2019
- ↑ a b c «João Gualberto Calatroni». Memórias da ditadura. Consultado em 19 de novembro de 2019
- ↑ a b c d e f g pejamais (11 de dezembro de 2011). «JOÃO GUALBERTO CALATRONE (1951–1973)». Memória e Verdade. Consultado em 20 de novembro de 2019
- ↑ a b c «João Gualberto Calatrone (Zebão) – Nasceu em 7 de janeiro de». livrozilla.com (em inglês). Consultado em 20 de novembro de 2019
- ↑ «MPF denuncia major da reserva por sequestro e morte no Araguaia - Portal Vermelho». www.vermelho.org.br. Consultado em 20 de novembro de 2019
- ↑ a b «Ministério Público denuncia militar por sequestro na ditadura». Valor Econômico. Consultado em 20 de novembro de 2019
- ↑ «MPF denuncia major da reserva por sequestro e morte no Araguaia - Portal Vermelho». www.vermelho.org.br. Consultado em 20 de novembro de 2019
- ↑ «MPF denuncia major da reserva por sequestro e morte no Araguaia - Portal Vermelho». www.vermelho.org.br. Consultado em 20 de novembro de 2019
- ↑ «João Gualberto Calatroni». Memórias da ditadura. Consultado em 20 de novembro de 2019
- ↑ «João Gualberto Calatroni». Memórias da ditadura. Consultado em 20 de novembro de 2019
- ↑ «Emoção marca a inauguração de monumento às vítimas da ditadura na Costa Pereira». m.vitoria.es.gov.br (em inglês). Consultado em 20 de novembro de 2019
- ↑ PRODEST; APEES. «Filme sobre capixabas na ditadura é lançado no Arquivo Público». APEES. Consultado em 20 de novembro de 2019
- ↑ Nossa, Leonencio (6 de junho de 2012). Mata!. [S.l.]: Companhia das Letras. ISBN 978-85-8086-301-7