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Correio Paulistano

Capa da primeira edição do Correio Paulistano, do dia 26 de junho de 1854
Periodicidade Diário (1854 - 1855; 1858 - 1963)

Bi-Semanal (1855 - 1858)

Sede São Paulo
País Brasil
Slogan Órgão Republicano (1890 - 1901)
Órgão do Partido Republicano (1902 - 1937; 1945 - 1951)
Bandeirante da Imprensa Paulista (1955 - 1963)
Fundação 26 de junho de 1854
Fundador(es) Joaquim Roberto de Azevedo Marques
Presidente Joaquim Roberto de Azevedo Marques (primeiro)
Victor Ribeiro Nickelsburg (último)
Idioma Português
Término de publicação 31 de julho de 1963 (109 anos, 1 mês e 5 dias)

O Correio Paulistano foi um jornal brasileiro publicado em São Paulo entre os anos de 1854 e 1963. Fundado por Joaquim Roberto de Azevedo Marques, proprietário da Tipografia Imparcial, e tendo como primeiro redator Pedro Taques de Almeida Alvim, foi o primeiro periódico diário da então província e o terceiro do país.

Nas suas primeiras edições, sob o comando do seu primeiro redator, aderiu a "política da conciliação", declarando-se imparcial. Deixou de ser diário no ano seguinte, tornando-se bi-semanal, formato que aderiu até 1858, quando retornou à ser diário. Nesse mesmo período adere à pressão do Partido Conservador. Em 1869, com o fim da conciliação, se tornou um jornal liberal.[1] A partir da década de 1870 teve

História

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O jornal nasceu liberal e teve posições avançadas, em sua época. Posteriormente, foi atrelado ao Partido Conservador e, após a criação do Partido Republicano Paulista (PRP), passou a ser seu órgão oficial, em junho de 1890. Durante o período imperial foi um forte formador de opinião pública. Notabilizou-se pela defesa da abolição da escravatura e da causa republicana. Mais tarde, apesar de ser dirigido e sustentado por oligarcas tradicionalistas, foi o único, entre os grandes jornais de São Paulo, a apoiar a Semana de Arte Moderna de 1922, reconhecendo o vanguardismo do movimento modernista - enquanto os demais jornais da época se referiam aos modernistas como "subversores da arte", "espíritos cretinos e débeis" ou "futuristas endiabrados". A presença de Menotti del Picchia na redação - ou Helios como costumava assinar a sua Chronica Social é fundamental para entender o apoio do jornal à Semana. O Correio Paulistano também se posicionou contra o governo Vargas, sendo por isso empastelado por diversas vezes, durante anos.[2]

A sede do jornal, onde operavam seus setores editorial e gráfico, ficava no centro histórico da cidade de São Paulo, na esquina da rua Líbero Badaró com o Largo de São Bento. A sofisticação arquitetônica do prédio, assim como sua localização, era um indicador da prosperidade dos seus proprietários. Por muitos anos, o papel utilizado na impressão de jornais - então importado - era popularmente conhecido como papel CP, sendo a sigla alusiva à abreviatura do Correio Paulistano.

A oligarquia paulista, que dirigia o PRP, transmitia seus ideais através do jornal, foi derrotada na revolução de 1930, o que também afetou o Correio Paulistano.[3] O jornal foi fechado até 1934, por ordem de Getúlio Vargas. As oficinas foram incorporadas ao patrimônio do Estado. Daí em diante, o jornal teve vários proprietários, até ser definitivamente fechado em 1963. Os últimos anos de existência do jornal foram um longo processo de decadência financeira e consequente perda de relevância empresarial e editorial.

Referências

  1. Sodré 1966, p. 216.
  2. THALASSA, Ângela Correio Paulistano: o primeiro diário de São Paulo e a cobertura da Semana de Arte Moderna - O jornal que “não ladra, não cacareja e não morde". Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
  3. Almeida, Lucineide Cavalcanti (11 de maio de 2016). «Correio Paulistano». Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo. Consultado em 14 de janeiro de 2025 

Bibliografia

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