Otomão
Otomão ibne Afane (em árabe: عثمان بن عفان; romaniz.: Uthman ibn Affan; Meca, c. 576 — Medina, 17 de junho de 656), melhor conhecido como Otomão (Otman ou Utman),[1] foi o terceiro califa ortodoxo (r. 644–656).
Otomão | |
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Califa ortodoxo | |
Reinado | 6 de novembro de 644-17 de junho de 656 |
Consorte de | Um Amir Rucaia binte Maomé Um Cultum binte Maomé Faquita binte Gazuane Um Albanine binte Uiaina Fátima binte Ualide Filha de Calide ibne Acide Um Amir Um Najim binte Jundube Ramla binte Xaiba Naila binte Alfurafiça |
Antecessor(a) | Omar |
Sucessor(a) | Ali |
Nascimento | 576 |
Morte | 17 de junho de 656 |
Descendência | Abane (entre outros) |
Dinastia | omíada |
Pai | Afane ibne Abi Alas |
Mãe | Arua binte Curaiz |
Religião | Islamismo |
Vida
editarOtomão era membro do clã dos Omíadas (Umayyad) que se encontrava integrado na tribo dos Coraixitas (Quraysh) de Meca. Rico mercador, tornou-se um dos primeiros a seguir a mensagem religiosa do profeta Maomé.[2]
Antes da capitulação de Meca em 630, emigrou com alguns crentes muçulmanos para o reino cristão de Axum na Abissínia e em 622 acompanhou Maomé e os crentes para Iatrebe (Medina), na migração conhecida como Hégira. Foi casado com duas filhas de Maomé: primeiro com Ruqayya e, após a morte desta, com Cultum.[2] Por esta razão recebe o título de Dhun Nurayn, o "Possuidor de Duas Luzes". Ficou também conhecido por utilizar os seus recursos económicos para apoiar os muçulmanos mais pobres, facto que lhe deveu a alcunha de Gani, "Generoso".
Após o assassínio de Omar, Otomão foi eleito califa por uma comissão de seis membros em 644.[2] Ele continuou a obra de expansão territorial do Islão, concluindo a conquista da Pérsia, expandido o império no Norte de África e tomando a ilha de Chipre (649).
Otomão ordenou a fixação do texto oficial do Alcorão, nomeando para o efeito uma comissão que decidiu o que deveria ser incluído ou excluído do texto final do livro sagrado. A nomeação do seu primo Moáuia como governador da Síria provocou descontentamento, uma vez que o pai de Moáuia, Abu Sufiane, tinha sido um dos mais ferozes opositores de Maomé.
A oposição era grande no final do seu califado, gerada pela nomeação de parentes para cargos administrativos e pelo esbanjamento do tesouro central. Esboçavam-se dois partidos, um que proclamava os direitos de Ali e dos seus filhos à herança política do profeta e outro encabeçado por Zobair e Aixa, uma das viúvas de Maomé.
Otomão foi morto em 656 por uma multidão que cercava a sua casa. De acordo com a tradição, encontrava-se a ler o Alcorão quando foi assassinado. A sua morte abriu um período de guerra civil no Islão, conhecida como Primeira Fitna, provocada pela contestação ao califado do seu sucessor Ali por Moáuia e os seus partidários.[2]
Referências
- ↑ GEPB 1950s, p. 762-763.
- ↑ a b c d Uthman ibn Affan (em inglês), Oxford Islamic Studies Online.
Bibliografia
editar- Grande enciclopédia portuguesa e brasileira Vol. XIX. Lisboa: Editorial Enciclopédia. 1950s