Verna (30 Rock)
"Verna" é o 12.° episódio da quarta temporada da série de televisão de comédia de situação norte-americana 30 Rock, e o septuagésimo da série em geral. Foi realizado por Don Scardino e teve o seu enredo escrito por Ron Weiner. Eles assumiam ainda as respetivas funções de produtor e co-produtor executivo na temporada. A sua transmissão original nos Estados Unidos ocorreu através da rede de televisão National Broadcasting Company (NBC) na noite de 4 de Fevereiro de 2010. A atriz e comediante Jan Hooks, antiga integrante do elenco do Saturday Night Live (SNL), programa de televisão da NBC no qual a criadora de 30 Rock Tina Fey iniciou a sua carreira, fez a sua primeira de duas participaçções especial no episódio, numa atuação que marcou o seu retorno ao trabalho após um longo hiato e que agradou tanto a Fey ao ponto de citar "Verna" como um dos seus episódios favoritos de 30 Rock. Scardino também participou do episódio como um figurante, e deu voz a uma mascote animada que participou da cold-open numa sequência de sonho surreal de Liz Lemon (Fey), que serve como uma sátira aos rumores de um possível romance entre ela e Jack Donaghy (Alec Baldwin).
"Verna" | |
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12.º episódio da 4.ª temporada de 30 Rock | |
Informação geral | |
Direção | Don Scardino |
Escritor(es) | Ron Weiner |
Canção(ões) | "Do That to Me One More Time", por Jane Krakowski e Jan Hooks; "Don't Go to Bed with a Frown", por Tina Fey e Jack McBrayer |
Cinematografia | Matthew Clark |
Edição | Meg Reticker |
Código(s) de produção | 412 |
Transmissão original | 4 de Fevereiro de 2010 |
Convidados | |
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Episódios da 4.ª temporada | |
2010 — 11
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30 Rock (4.ª temporada) Lista de episódios |
No episódio, Jenna Maroney (interpretada por Jane Krakowski) fica a saber que a sua mãe Verna (Hooks) a veio visitar. Sem desejo de a ver, Jenna pede ajuda de Jack Donaghy (Alec Baldwin), que também não se dá bem com a sua própria mãe. Ele ajuda Jenna a lidar com a sua mãe, mas depara-se com um problema ao se aperceber que, na verdade, Verna se comporta como redimida na frente de Jenna mas tem um plano secreto por detrás das suas ações. Entretanto, Frank Rossitano (Judah Friedlander) muda-se temporariamente para o apartamento da sua chefe Liz Lemon (Fey), e os dois decidem fazer um pacto para abandonarem os seus respetivos maus hábitos de fumar e ingerir comida de plástico.
"Verna" também explora o relacionamento entre Pete Hornberger (Scott Adsit) e Kenneth Parcell (Jack McBrayer), com o primeiro tentando proteger o seu "tempo para si" da excentricidade do último. A subtrama de Liz e Frank inclui a inclusão do serviço de entrega de refeições fictício Noofüd, uma paródia inspirada na experiência real de Fey com dietas, e culmina com um monólogo de Kenneth que reflete o seu papel ambíguo e quase sobrenatural na série. "Verna" apresenta ainda referências culturais a filmes como Paranormal Activity (2009) e Glengarry Glen Ross (1992), este último estrelado por Baldwin no início da sua carreira, e ainda à franquia Star Wars, bastante adorada por diversos membros da equipa da série.
Em geral, "Verna" foi recebido com uma mistura de apreciação e condenação pelos críticos especialistas em televisão do horário nobre que, apesar de terem aclamado elementos como referências culturais à cultura popular e cenas engraçadas, criticaram a abordagem centrada em Jenna que, para alguns, careceu de intensidade dramática e impacto duradouro. Entre os críticos, houve consenso de que Hooks foi um destaque positivo trouxe um toque especial, mas o episódio como um todo foi considerado por alguns como mais focado em comédia isolada do que em uma narrativa coesa. Retrospectivamente, "Verna" figurou em listas de episódios importantes de 30 Rock, mas com posicionamentos modestos, refletindo a opinião de que, apesar de divertido, não alcançou o brilho de outros episódios da série. De acordo com o sistema de mediação de audiências Nielsen Ratings, "Verna" foi assistido por uma média de 5,93 milhões de agregados familiares durante a sua transmissão original norte-americana, e foi-lhe atribuída a classificação de 2,9 e oito de share entre os telespectadores pertencentes ao perfil demográfico dos 18 aos 49 anos de idade.
Produção e desenvolvimento
editar"Verna" é o 12.° episódio da quarta temporada de 30 Rock.[1] As suas filmagens tiveram lugar nos Estúdios Silvercup na Cidade de Nova Iorque a 7 de Dezembro de 2009.[2] Foi realizado por Don Scardino e teve o seu enredo redigido por Ron Weiner.[3] Para Scardino, que também assumia a função de produtor da temporada, esta foi a sua 26.ª vez a trabalhar na realização de um episódio da série, estendendo o seu recorde do realizador com a maior quantidade de episódios de 30 Rock realizados. Além disso, ele fez uma participação em "Verna" desempenhando um Maitre d', mas não recebeu crédito pela participação.[4] Para Weiner, que também assumia a função de co-produtor executivo da temporada, foi a sua sexta vez a trabalhar no guião de um episódio da série.[5] Embora os seus nomes tenham sido listados na sequência de créditos finais do episódio, os atores Katrina Bowden e Keith Powell, respetivos intérpretes das personagens Cerie Xerxox e James "Toofer" Spurlock, não participaram de "Verna".[3][6][7]
O episódio começa com uma cold-open pouco convencional, uma sequência de sonho surreal na qual Liz dá à luz a Meat Cat, mascote animada fictícia dos Cheesy Blasters, o petisco de queijo favorito de Liz.[8] Don Scardino, realizador de "Verna", fez a voz de Meat Cat com o seu caraterístico "Hey-hey!" e uma gargalhada maléfica. Embora seja a primeira aparição da mascote em 30 Rock, ela já havia sido mencionada mais cedo nesta temporada em "Season 4".[9] No sonho, Jack é o pai de Meat Cat. Tina Fey — criadora, produtora executiva, argumentista-chefe e estrela principal de 30 Rock — referiu que esta cena se destinava a satisfazer os membros da audiência que especulavam sobre uma ligação romântica entre Liz e Jack, retratando-a de forma humorística através do sonho stressante de Liz sobre estar casada. Desde o seu início, a série tem dado a entender ocasionalmente uma relação romântica entre Liz e Jack, que mantiveram uma relação de mentor-mentoriado repleta de profunda amizade, respeito mútuo e amor platónico, ao mesmo tempo que, ocasionalmente, insinuavam tons românticos. Em episódios como "Cleveland" e "Hiatus", momentos de ciúme e apoio emocional sugeriram mais do que apenas laços profissionais.[10][11] Além disso, o seriado utilizou cenários cómicos como em "Dealbreakers Talk Show #0001" e "The Fabian Strategy" para criar tensão, enquanto elementos surreais como a sequência de sonho em "Verna" serviram de brincadeira para as teorias dos fãs sobre um futuro romântico.[8] Episódios como "Mrs. Donaghy" exploraram com humor o romance errado, mas reafirmaram a sua ligação platónica.[12] Porém, apesar de tudo isto, numa entrevista à Esquire em Abril de 2010, Fey esclareceu que "Liz e Jack nunca ficarão juntos."[13] Quando entrevistado acerca do tema, Alec Baldwin, intérprete de Jack e produtor de 30 Rock, respondeu que "duvido sinceramente, e acho que a série fica melhor assim. Quando eles cruzam essa linha, toda a tensão desaparece dessas relações. E penso que a lição que aprendemos sobre estas duas personagens é que são casadas com os seus empregos e com o seu trabalho."[14] Este assunto foi abordado por 30 Rock na sua temporada final, na qual Liz e Jack conversaram sobre os motivos da sua relação nunca ter evoluído a um romance em "Florida", e Jack reconheceu Liz como a única pessoa que nunca afastou episódio final, subvertendo os tropos tradicionais das sitcoms e realçando que a sua relação mais gratificante não era romântica.[15][16][17][18]
A comediante Jan Hooks, ex-integrante do elenco do programa de televisão humorístico Saturday Night Live (SNL), participou de "Verna", seu primeiro trabalho como atriz desde o filme de comédia Jiminy Glick in Lalawood (2004).[19][20] Neste episódio, ela deu vida a Verna Maroney, mãe de Jenna Maroney, interpretada por Jane Krakowski. Fey mencionou que o envolvimento de Hooks significou tirar ela da sua reforma e atraí-la da sua "vida pacata" em Woodstock, Nova Iorque.[21][22] Fey ficou tão agradada pela participação da atriz que considera "Verna" um dos seus episódios favoritos da série.[23]30 Rock também incluiu uma homenagem às The Sweeney Sisters, uma personagem de Hooks no SNL, com um dueto entre Verna e Jenna, que cantaram o tema "Do That to Me One More Time" (1979), de Captain & Tennille, simbolizando o desejo de Jenna de ter um laço maternal, apesar de saber que provavelmente ficaria desiludida.[24] Um momento de destaque neste episódio é a paquera de Verna com Jack, durante a qual ela revela a sua tatuagem, um desenho que representa o Capitão Morgan a fazer sexo com uma sereia. Baldwin achou o conceito da tatuagem tão divertido que mais tarde presenteou os seus colegas com um desenho da mesma, chamando-lhe o seu aspeto favorito da temporada.[21] Hooks voltaria a participar do seriado pela segunda e última vez em "The Moms", ainda nesta temporada.[25]
O SNL, programa no qual Fey foi argumentista-chefe entre 1999 e 2006, tem muitas conexões com 30 Rock. 30 Rock é muitas vezes visto como um reflexo cómico do SNL, e Liz Lemon como uma versão ficcionada de Fey, encarnando as dificuldades de liderar um programa cómico num ambiente dominado por homens, tal como o seu papel na vida real no SNL. Vários outros ex-alunos do SNL já desempenharam papéis importantes ou fizeram participações especiais em 30 Rock, tais como Fred Armisen, Jimmy Fallon, Rachel Dratch, Chris Parnell, Siobhan Fallon Hogan, Will Ferrell, Will Forte, Gilbert Gottfried, Bill Hader, Julia Louis-Dreyfus, Tim Meadows, Bobby Moynihan, Amy Poehler, Rob Riggle, Horatio Sanz, Molly Shannon, Jason Sudeikis, e Kristen Wiig.[26][27][28] Tanto Tracy Morgan como Fey já integraram o elenco do SNL, com Fey tendo sido ainda a primeira apresentadora feminina do segmento Weekend Update. Além disso, membros da equipa de 30 Rock já trabalharam no SNL, como: John Lutz, argumentista entre 2003 a 2010; Beth McCarthy-Miller, realizadora entre 1995 e 2006; e Steve Higgins, argumentista e produtor de 1995 a 2009.[29][30] Alec Baldwin, apesar de nunca ter integrado o elenco do SNL, detém o recorde de ser o anfitrião do programa por mais vezes, com dezassete vezes.[31]
A subtrama da personagem Pete Hornberger revela que a sua rotina matinal é o seu único "tempo para mim," interrompido por Kenneth Parcell, estagiário da NBC que o transforma numa oportunidade para partilhar histórias estranhas. Scott Adsit, intérprete de Pete, reflectiu sobre a dinâmica entre as duas personagens, observando que, embora Pete tenha inicialmente simpatizado com Kenneth devido à sua própria experiência na NBC, as qualidades misteriosas e possivelmente sobrenaturais de Kenneth acabaram por deixar Pete receoso, uma apreensão crescente que reflecte o tema mais vasto do poder ambíguo de Kenneth na série. O episódio apresenta também uma interação rara entre Liz e o argumentista Frank Rossitano, interpretado por Judah Friedlander. O enredo incorpora o serviço fictício de entrega de refeições Noofüd, que parodia as dietas da vida real e foi inspirado na experiência de Fey com esse serviço. Apesar da sua eficácia para ela, Fey revelou ter de o abandonar quando o estilo de vida se tornou insustentável. "Verna" termina com um monólogo longo improvisado de Kenneth a contar nostalgicamente como era a televisão antigamente, demonstrando o talento do seu intérprete Jack McBrayer para misturar seriedade com absurdo, segundo o exprimido por Mike Roe, autor do livro The 30 Rock Book: Inside the Iconic Show, from Blerg to EGOT (2021).[21]
À medida que foi progredindo com a suas temporadas, 30 Rock inclinou-se cada vez mais para o humor surreal, particularmente com a personagem Kenneth Parcell, que se tornou a mais estranha. Enquanto outras personagens experimentavam desenvolvimentos loucos, como Jack a trabalhar para a administração Bush ou Tracy a vencer um prémio Óscar, o arco de Kenneth tornou-se mais bizarro, com indícios de que poderia ser imortal. Este arco iniciou subtilmente na primeira temporada com o episódio "The Baby Show", no qual há um panfleto na secretária do Dr. Leo Spaceman que lê "Nunca Morre" com uma foto do estagiário no pano de fundo. A partir da terceira temporada, a série foi deixando cair inúmeras pistas sobre a natureza eterna de Kenneth, desde referências vagas à sua idade até momentos mais evidentes em temporadas posteriores. Ele lembra-se de ter tido um papagaio por 60 anos, reage fortemente a sons agudos que só os maiores de 40 anos conseguem ouvir, e possui conhecimento enciclopédico sobre a história da televisão norte-americana. O auge desta estranha história acontece quando a mãe de Kenneth revela que, à nascença, Kenneth lhe disse que não era humano, mas sim um ser imortal. Em "Verna", enquanto conversa com Pete, Kenneth relata que o programa de televisão Today costumava ter um macaco, fazendo uma referência a J. Fred Muggs, a mascote chimpanzé do Today de 1953-57. Esta piada culmina no episódio final da série, no qual Kenneth, agora presidente da NBC, permanece inalterado pelo tempo, continuando a desempenhar bem o seu papel enquanto ouve um discurso da bisneta de Liz Lemon, décadas no futuro. A série deixou a imortalidade de Kenneth como um mistério aberto.[32][33]
Judah Friedlander, intérprete de Frank Rossitano em 30 Rock, é conhecido pela sua coleção de chapéus de camionista adornados com vários slogans, frases e palavras. Esta caraterística não é apenas um adereço aleatório, mas sim uma parte integrante da personalidade de Frank e do humor da série. Segundo Friedlander, ele desenha e cria estes chapéus pessoalmente, tendo originado chapéus suficientes para usar um diferente em cada cena de 30 Rock, o que se traduz em cerca de três chapéus por episódio. O conteúdo dos chapéus de Frank reflete frequentemente a sua personalidade sarcástica, interesses peculiares ou referências à cultura popular. Alguns exemplos notáveis incluem erros ortográficos, frases nostálgicas e afirmações bizarras que dão uma ideia do carácter de Frank antes mesmo de ele falar. Ocasionalmente, os chapéus são incorporados no enredo, acrescentando uma camada extra de comédia. A personalidade de Friedlander na vida real também envolve o uso de chapéus semelhantes durante as suas atuações de comédia stand-up. Muitas vezes, ostenta nesses chapéus títulos ou capacidades ultrajantes, como "Campeão do Mundo" em diversas línguas, o que contrasta humoristicamente com o seu comportamento descontraído.[34][35][36] Em "Verna", Frank usa bonés que leem "Mason Storm", "Mind the Gap", "Pound for Pound" e "Busway."[37] O Detetive Mason Storm é a personagem desempenhada por Steven Seagal no filme Hard to Kill (1990).[38]
Enredo
editarJenna Maroney (Jane Krakowski) fica a saber que a sua mãe Verna (Jan Hooks) veio visitá-la. No entanto, Jenna não quer ver Verna, pois sabe que a sua visita fará com que lhe peça dinheiro, por isso Jenna pede ajuda a Jack Donaghy (Alec Baldwin), executivo da NBC. Jack, que também não se dá bem com a sua própria mãe, mostra a Jenna uma apresentação sobre como lidar com mães autoritárias. Ela tenta acompanhar a apresentação, mas Verna surpreende-a ao devolver o dinheiro que lhe pediu emprestado e querendo voltar a fazer parte da sua vida, o que leva Jenna a ignorar o que Jack lhe disse e a reconciliar-se com Verna, deixando Jack convencido de que Verna tem um motivo oculto para fazer as pazes com a sua filha. Mais tarde, as suas suspeitas tornam-se realidade quando Verna admite ter voltado à vida de Jenna apenas para a convencer a co-estrelar um reality show. Jack tenta fazer com que Jenna saiba das verdadeiras intenções de Verna, mas não consegue dizer-lhe pois ela está muito animada por ter a mãe de volta. Em vez disso, Jack paga a Verna para visitar Jenna regularmente, deixando Jenna acreditar que a mãe mudou de atitude.[37]
Ao mesmo tempo, Liz Lemon (Tina Fey) aceita o seu colega argumentista Frank Rossitano (Judah Friedlander) como colega de quarto, e ambos decidem fazer um pacto para abandonarem os seus maus hábitos: Liz de comer comida de plástico e Frank de fumar. À medida que continuam a viver juntos, Liz tem dificuldade em adaptar-se a não comer comida de plástico e suspeita que Frank ainda está a fumar, devido ao seu comportamento calmo durante a situação. Para o apanhar em flagrante, decide esconder uma câmara de vídeo com visão noturna no seu apartamento. No dia seguinte, Liz mostra o vídeo aos redatores da sua equipa, incluindo Frank. No entanto, em vez de mostrar Frank a fumar cigarros, as imagens mostram Liz a ser sonâmbula, a "comer a dormir," a encomendar pizza enquanto dorme, a comer grandes quantidades de comida de plástico, e até a comer cigarros de Frank. No entanto, também mostra Frank a ter um caso com uma empregada de limpeza muito mais velha, a quem chama "mamã," envergonhando os dois e quebrando o pacto.[37]
Paralelamente, Pete Hornberger (Scott Adsit), produtor do TGS with Tracy Jordan, que não consegue ter um momento a sós no trabalho devido ao facto de Kenneth Parcell (Jack McBrayer), estagiário da NBC, estar sempre a falar com ele. No entanto, Pete acaba por se libertar ao entrar num clube de luta com homens sem-abrigo e consegue tolerar a tagarelice de Kenneth.[37]
Referências culturais
editarPete junta-se a um clube de luta para aliviar-se do estresse dua sua vida, um referência ao enredo do filme Fight Club (1999). Enquanto discutem acerca dos seus hábitos negativos, Liz menciona ter assistido a um episódio da série Diff'rent Strokes no qual debate-se acerca dos perigos de fumar, e Frank afirma ter visto um episódio de The Dr. Oz Show no qual abordou-se os perigos de ingerir comida de plástico. Muitos críticos de televisão notaram que a apresentação de Jack sobre como lidar com mães autoritárias, com o acrónimo "ASQ" (Always Speak Quietly), era uma referência ao discurso "ABC" (Always Be Closing), dito por Blake, personagem desempenhada por Alec Baldwin no filme Glengarry Glen Ross (1992) no início da sua carreira.[19][39][40] O vídeo de visão noturna que Liz mostra à sua equipa de guionistas é uma paródia de Paranormal Activity (2009).[8][41][42] Enquanto assistiam ao vídeo, Pete questiona a Liz se ela não aprendeu nada com o filme Jurassic Park (1993) acerca de abandonar hábitos negativos. Durante a sequência de créditos finais, Kenneth fala com Pete sobre programas de televisão antigos, incluindo o game show Match Game, o seriado de fantasia Jennifer Slept Here e B. J. and the Bear, uma série da NBC sobre um camionista freelancer e o seu chimpanzé de estimação chamado Bear.[43]
Ao longo da sua transmissão, 30 Rock desenvolveu a tradição de incorporar numerosas referências à franquia de ficção científica Star Wars, começando com o episódio piloto, no qual Tracy é visto a proclamar ser um cavaleiro espacial Jedi.[44] Este tema recorrente surgiu organicamente devido a uma paixão partilhada pela equipa de argumentistas e os membros do elenco da série, em particular Tina Fey e o produtor executivo Robert Carlock. À medida que a série foi avançando, estas referências tornaram-se cada vez mais frequentes e foram sendo habilmente introduzidas em vários episódios. Ao invés de se basearem em citações óbvias ou em nomes de personagens, os argumentistas incorporam elementos mais subtis, como paralelismos de enredo, piadas visuais ou até mesmo pistas musicais que fazem lembrar a banda sonora de John Williams. Assim, criam oportunidades para um diálogo inteligente e humor situacional, uma vez que as analogias são frequentemente utilizadas para descrever situações no local de trabalho ou relações pessoais.[45] Fey, como criadora e estrela de 30 Rock, incorporou o seu gosto pessoal por Star Wars na série através de Liz, que é retratada como uma grande fã da franquia, usando frequentemente acontecimentos da trilogia original para explicar os seus sentimentos e ações na vida quotidiana, chegando ao ponto de vestir-se de Princesa Leia no Halloween por quatro anos consecutivos e ainda ao tentar se livrar do dever de jurado em Chicago e Nova Iorque.[46] Ela usou o vestido novamente para o seu próprio casamento, alegando este ser o único vestido branco no seu guarda-fato. A atriz Carrie Fisher, intérprete da Princesa Leia na trilogia original da franquia, já participou de um episódio de 30 Rock.[44] A opinião de Liz sobre a franquia reflete também alguns sentimentos comuns dos fãs, como ela considera Ataque dos Clones (2002) o seu menos favorito.[47] Em "Verna", Frank afirma ter deixado o seu manto de Lorde Sith demasiado perto do santuário da sua mãe para o Jesus italiano, e as velas começaram um incêndio.[37] Foi estimado que as alusões à Star Wars aparecem em pelo menos metade do total de episódios de 30 Rock, com algumas temporadas a apresentarem várias referências por episódio. Alguns exemplos particularmente memoráveis incluem a comparação de Jack das suas lutas empresariais com a luta da Aliança Rebelde contra o Império Galáctico, a tentativa desajeitada de Liz de explicar o enredo de Star Wars a um grupo de crianças, e a má interpretação de Tracy da sintaxe de Yoda.[45][48]
Transmissão e repercussão
editarAudiência
editarNos Estados Unidos, "Verna" foi transmitido pela primeira vez na noite de 4 de Fevereiro de 2010 através da NBC como o septuagésimo episódio de 30 Rock.[1] De acordo com as estatísticas publicadas pelo serviço de mediação de audiências Nielsen Ratings, a transmissão original norte-americana do episódio foi assistida em 5,93 milhões de agregados familiares. Além disso, foi-lhe atribuída a classificação de 2,9 e oito de share no perfil demográfico dos telespectadores entre os dezoito aos 49 anos de idade, o que significa que 2,9 por cento de todas as pessoas dos 18 aos 49 anos de idade de todos os lares com televisão nos Estados Unidos estavam sintonizados ao episódio, e dentre todas as famílias que estavam ativamente a ver televisão no momento da transmissão, oito por cento estavam a ver este episódio. O enfoque no grupo demográfico 18-49 é significativo porque este grupo etário é considerado o mais valioso para os anunciantes, representando um público-alvo fundamental para muitas redes. Uma classificação ou quota mais elevada neste grupo indica frequentemente um maior potencial de receitas publicitárias.[49]
"Verna" atingiu a melhor classificação no perfil demográfico 18-49, assim como a maior quantidade de telespectadores reunidos para um episódio de 30 Rock, desde a emissão de "Secret Santa" a 10 de Dezembro de 2009, ao qual foi atribuída a classificação de 3,5 e foi visto em 7,54 milhões de domicílios. De facto, na sua noite de transmissão, durante a sua faixa horária na qual competia contra programas como CSI: Crime Scene Investigation da CBS, Grey's Anatomy da ABC e Fringe da Fox, 30 Rock foi o programa mais visto entre os adultos masculinos dos 18 aos 49 anos e adultos masculinos dos 18 aos 34 anos, o que significa que superou todos os outros programas transmitidos naquele horário em todas as demais emissoras. Além disso, nos perfis demográficos dos telespetadores com idades compreendidas entre os 18 aos 49 anos e telespetadoras femininas entre os 18-34, foi o segundo mais visto, atraindo telespectadores dentro do grupo demográfico mais visado pelos anunciantes.[50]
Uma métrica importante em termos de audiência é a classificação "ao vivo mais sete dias." As redes de televisão e os anunciantes não consideram apenas quem viu um programa em direto ou no mesmo dia em que foi para o ar (conhecido como "em direto mais o mesmo dia"), mas também as pessoas que o assistiram no espaço de uma semana ("em direto mais sete dias"). Esta janela alargada capta os telespectadores que gravam programas para ver mais tarde, o que é mais comum nos programas com seguidores fiéis, mas com audiências mais baixas em direto. Para 30 Rock, a adição desses espectadores atrasados aumentou a sua audiência no perfil demográfico 18-49 em 25 por cento, em média. Este aumento sugere que, embora 30 Rock nem sempre tenha grandes audiências em direto, tem uma base de fãs sólida que acompanha os episódios no espaço de uma semana. Em termos de número total de telespectadores, "Verna" permitiu a 30 Rock acrescentar mais de 1,3 milhões de telespectadores aos seus resultados "em direto mais o mesmo dia," quando são divulgadas as audiências "em direto mais sete dias." Estes telespectadores em atraso ajudam as redes a avaliar com maior exatidão a popularidade geral de um programa, mesmo que não atinja o topo das audiências em direto.[50]
Análises da crítica
editarCríticas profissionais | |
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Avaliações da crítica | |
Fonte | Avaliação |
A.V. Club | B[41] |
IGN | 7,9/10[51] |
TV Fanatic | [52] |
Na sua recapitulação do episódio para a revista TV Guide, o contribuinte Adam Mersel expôs apreciação por "Verna" pelas suas "piadas certeiras, referências espirituosas à cultura popular e uma estrela convidada hilariante" como Hooks. Todos estes factores contribuíram para "Verna" se tornasse o seu episódio favorito da temporada.[8] A noticiarista Margaret Lyons considerou "Verna" um "episódio sólido" de 30 Rock na sua crítica para a revista Entertainment Weekly,[42] enquanto James Poniewozik, colaborador do periódico Time, destacou o desempenho de Hooks como o ponto mais alto, sentindo ter sido agradável ver a Jenna "a ter uma história que não era apenas sobre ela ser uma narcisista insegura."[53] O periodicista Nick Catucci também exteriorizou bastante satisfação pelo episódio na sua análise para o portal Vulture da revista New York, principalmente pela trama de Liz e Frank, referindo que os seus maus hábitos "culminaram nos melhores momentos que a série teve desde há algum tempo."[54] O redator Nathan Rabin, na sua perspetiva para o jornal de entretenimento A.V. Club, escreveu que "Verna" foi um exemplo da série "a funcionar em pleno. Foi bom para rir muito, mas também ajudou a iluminar a relação paternal de Jack com Jenna, a fonte de algumas das loucuras narcisistas de Jenna e a medida completa do inferno edipiano de Jack."[41]
O jornalista Bob Sassone, escrevendo para o segmento TV Squad do portal de entretenimento AOL, demonstrou apreço pela participação de Jan Hooks, descrevendo a sua escalação como mãe de Jenna como "bom escalamento." A sua única queixa foi o facto de este episódio não ter nada a ver com o TGS, o programa fictício de 30 Rock, e expressou o desejo de não ver nenhuma outra personagem a se hospedar no apartamento de Liz.[39] Uma opinião similar foi expressada pelo gazetista Dan Forcella que, no seu ponto de vista para o blogue TV Fanatic, atribuiu ao episódio três estrelas de um máximo de cinco, descrevendo "Verna" como "medíocre, ainda que contenha uma dúzia de piadas clássicas, algumas das quais chegam até nós a um ritmo mais rápido do que conseguimos processar." O crítico enalteceu a participação de Hooks e trama de Liz, apesar de ter sentio que "que basicamente reciclou as anteriores. A sério, ver as pessoas do TGS a se hospedarem na casa dela é hilariante, mas até isso se torna cansado à segunda ou terceira vez. Especialmente depois de ter posto a fasquia alta com Tracy."[52] O colunista Sean Gandert comentou na revista Paste que "as gargalhadas não foram constantes [...], mas a direção que [o episódio] tomou manteve o interesse mesmo quando as piadas eram escassas. Dito isto, alguns dos materiais ... foram bastante bons, mesmo para os padrões elevados do programa."[55]
Em um tom menos positivo na sua crítica para o portal britânico IGN, o colunista Robert Canning atribuiu ao episódio a classificação de 7,9 de um máximo de 10, manifestando que o papel de Hooks "ajudou a meia hora, mas este episódio centrado em Jenna ainda não me surpreendeu." Canning observou que a trama principal teve momentos engraçados, mas "não havia muito mais para investir." No geral, Canning argumentou que este foi um episódio muito independente "construído para algumas piadas boas, e não exatamente focado em contar histórias. [...] Um episódio como 'Verna' ainda pode trazer muitas gargalhadas, mas não se pode deixar de sentir que lhe falta aquele algo extra."[51] O crítico de televisão Alan Sepinwall expressou na sua resenha ao serviço The Star-Ledger não ter gostado das duas tramas principais de "Verna", alegando ter sido um "episódio dececionante" e "bastante fraco no geral."[19] A plumitiva Meredith Blake referiu no seu julgamento para o jornal Los Angeles Times, que, apesar do desempenho hilariante de Hooks, o episódio pareceu "um enchimento," notando que “não houve muito que fosse especialmente engraçado ou memorável."[40]
Numa análise retrospetiva, o redator Renan Fontes, do portal ScreenRant, condenou 30 Rock por abandonar a trama com a mãe de Jenna, relatando que "praticamente todas as referências a Verna são apagadas a partir da quinta temporada. A relação de Jenna com a mãe é relegada para segundo plano, Verna nunca mais aparece e Jack não menciona o facto de Verna ter renegado o acordo. Talvez se possa argumentar que Verna mantinha contacto com Jenna fora do ecrã, mas não há qualquer prova na série que sugira que tenha sido esse o caso."[56]
Reconhecimento
editarNa lista dos melhores episódios de 30 Rock publicada pelo blogue Film School Rejects, o repórter Jacob Trussell posicionou "Verna" no 110.° lugar, destacando o vídeo noturno do sonambulismo de Liz,[57] enquanto a Penn State CommRadio, uma publicação da Universidade Estadual da Pensilvânia, considerou-o o nonagésimo melhor episódio da série, enaltecendo a participação de Hooks.[58] A repórter LaToya Ferguson, do website Yardbaker, considerou "Verna" o 13.° melhor desempenho da carreira de Jane Krakowski,[59] enquanto o blogue Collider considerou-o o terceiro quarto episódio acerca de Liz Lemon.[60]
Referências
- ↑ a b «Episode Title: (#412) VERNA» (em inglês). Los Angeles, CA: NBC Universal Media Village. 15 de Janeiro de 2010. Consultado em 25 de Outubro de 2010 – via The Futon Critic
- ↑ GOLDSTEIN, Ali (fotógrafa) (7 de Dezembro de 2009). «30 Rock -- "Verna" Episode 112 -- Pictured: (l-r) Alec Baldwin as Jack Donaghy, Tina Fey as Liz Lemon, Jane Krakowski as Jenna, Jan Hooks as Verna». Set Photos (em inglês). Save Picture as → Right click file → Properties → Summary → Advanced → Date Picture Taken. NBC Universal Media Village. Consultado em 1 de Novembro de 2024. Arquivado do original (imagem) em 11 de Março de 2012
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- ↑ BEREZNAK, Alyssa; SURREY, Miles (21 de Fevereiro de 2019). «"Who's an EGOT?" How '30 Rock' Made a Fake Award Into a Real-Life Goal». The Ringer (em inglês). Vox Media, LLC. Consultado em 8 de Setembro de 2012
- ↑ GOLDBERG, Lesley (11 de Outubro de 2012). «'30 Rock' Producer Sells Pair of Comedies to NBC». The Hollywood Reporter (em inglês). Los Angeles, CA: The Hollywood Reporter, LLC. Penske Media Corporation. Consultado em 8 de Setembro de 2012
- ↑ WEINER, Ron (argumentista); SCARDINO, Don (realizador) (4 de Fevereiro de 2010). Jack Teaches Jenna How to Deal With Her Crazy Mother (excerto de episódio) (em inglês). 30 Rock. NBC Universal Media, LLC. Consultado em 1 de Outubro de 2024 – via YouTube
- ↑ WEINER, Ron (argumentista); SCARDINO, Don (realizador) (4 de Fevereiro de 2010). Sleep Eating (excerto de episódio) (em inglês). 30 Rock. NBC Universal Media, LLC. Consultado em 1 de Outubro de 2024 – via YouTube
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