Vigia do Rio Curiaú

A Vigia do rio Curiaú localizava-se na margem direita da foz do rio Curiaú, afluente da margem esquerda do canal Norte da foz do rio Amazonas, cerca de doze quilômetros a Norte da vila (atual cidade) de Macapá, no estado do Amapá, no Brasil.

Vigia do rio Curiaú
Construção D. José I (1761)
Aberto ao público Não

História

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Contemporânea do Forte do Macapá (1761), servia-lhe de posto avançado na vigilância do canal Norte da foz do rio Amazonas. Foi mandada erguer naquele ano pelo governador e capitão-general do Estado do Grão-Pará, Manuel Bernardo de Melo e Castro, certamente em faxina e terra, e teria durado vários anos (GARRIDO, 1940:28). O mesmo autor computa esta estrutura como um Forte e uma Vigia (op. cit., p. 28).

BARRETTO (1958) acompanha a localização e a periodização desta estrutura, atribuindo-lhe dependências para Corpo da Guarda e uma guarita (op. cit., p. 51).

OLIVEIRA (1968) complementa que foi aberta uma estrada entre o Reduto do Macapá (na realidade o forte, de vez que aquele remontava a 1738) e esta vigia, que para o efeito das comunicações terrestres recebeu cavalos e, das fluviais, uma pequena canoa. O sistema de avisos compreendia ainda o hasteamento de uma bandeira durante o dia e o lançamento de foguetes à noite. A Vigia desapareceu com o posterior desarmamento da Fortaleza de São José de Macapá, e os detalhes de sua história são conhecidos a partir da pesquisa de Artur Viana, que os apoia em alguma documentação cartográfica (op. cit, p. 751).

Mais modernamente MORAIS et alii (2003) esclarecem que, quando em visita a Macapá para a cerimónia de benção da igreja de São José, em 1761, Melo Castro determinou a construção da vigia à margem direita do rio Curiaú, na sua confluência com o rio Amazonas.

A estrutura foi erguida em madeira, à distância de 70 braças (150 metros) da terra firme, sobre um banco de lodo e areia, e ligada à margem por uma ponte também em madeira. Contava com casa para o corpo da guarda e uma guarita, estando concluída em 31 de julho de 1762.

A posição escolhida permitia descortinar um trecho do rio Amazonas que não podia ver-se de Macapá. Assim, era possível avisar o forte de Macapá acerca da aproximação de qualquer embarcação inimiga.

Guarnecida por militares oriundos da Praça de Macapá, o coronel Nuno da Cunha Ataíde Varona, comandante daquela Praça baixou, em 26 de outubro de 1762, as instruções a serem observadas na vigia do Curiaú: em essência era necessário haver um sentinela, dia e noite, de prontidão, a quem competia avisar o cabo da guarita assim que avistasse, subindo ou descendo o rio, alguma embarcação de grande porte; caso uma ameaça tivesse lugar de dia, deveria ser hasteada uma bandeira larga no mastro próprio e, caso ocorresse à noite, seriam soltos dois tiros de foguete ou canhão, sucessivamente; os sinais seriam repetidos com intervalos até que a guarnição de Macapá percebesse.

A vigia do Curiaú manteve-se em operação por largos anos, com as reparações necessárias. Com o declínio da função militar da fortaleza de Macapá, a vigia acabou por ser abandonada até que a erosão fluvial a destruiu por completo. (op. cit.)

Bibliografia

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  • BARRETO, Aníbal (Cel.). Fortificações no Brasil (Resumo Histórico). Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora, 1958. 368p.
  • GARRIDO, Carlos Miguez. Fortificações do Brasil. Separata do Vol. III dos Subsídios para a História Marítima do Brasil. Rio de Janeiro: Imprensa Naval, 1940.
  • MORAIS, Paulo Dias; MORAIS, Jurandir Dias; ROSÁRIO, Ivoneide Santos do. O Amapá na Mira Estrangeira: dos primórdios do lugar ao laudo suíço. Macapá: JM Editora Gráfica, 2003.
  • OLIVEIRA, José Lopes de (Cel.). "Fortificações da Amazônia". in: ROCQUE, Carlos (org.). Grande Enciclopédia da Amazônia (6 v.). Belém do Pará, Amazônia Editora Ltda, 1968.
  • SOUSA, Augusto Fausto de. Fortificações no Brazil. RIHGB. Rio de Janeiro: Tomo XLVIII, Parte II, 1885. p. 5-140.

Ver também

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Ligações externas

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