Vila Nova de São Bento
Vila Nova de São Bento é uma vila portuguesa, sede da antiga freguesia de Vila Nova de São Bento do Município de Serpa, freguesia que tinha 241,69 km² de área e 2.612 habitantes (censos 2021), e, por isso, uma densidade populacional de 11,44 hab/km² .
Vila Nova de São Bento
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Freguesia portuguesa extinta | |
Localização | |
Mapa de Vila Nova de São Bento | |
Coordenadas | 37° 55′ 38″ N, 7° 24′ 38″ O |
Município primitivo | Serpa |
História | |
Extinção | 28 de janeiro de 2013 |
Características geográficas | |
Área total | 241,69 km² |
Outras informações | |
Orago | São Bento |
A freguesia foi extinta e agregada à freguesia de Vale de Vargo, criando-se a União das freguesias de Vila Nova de São Bento e Vale de Vargo.
A povoação de Vila Nova de São Bento foi elevada à categoria de vila em 19 de Abril de 1988; até aí, chamava-se Aldeia Nova de São Bento.[1]
O seu santo padroeiro é São Bento e as suas festas anuais alternam entre os meses de Maio e Setembro.
População
editarPopulação da freguesia de Aldeia Nova de São Bento (1864 – 2011) [2] | |||||||||||||||
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1864 | 1878 | 1890 | 1900 | 1911 | 1920 | 1930 | 1940 | 1950 | 1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 | 2021 |
2 771 | 2 839 | 3 317 | 3 390 | 4 192 | 5 522 | 7 181 | 8 038 | 8 842 | 7 678 | 5 406 | 4 615 | 3 799 | 3 430 | 3 072 | 2 612 |
Nos censos de 1864 a 1930 figura com o nome de Aldeia Nova. Pelo decreto lei nº 27.424, de 31/12/1936, a povoação passou a ter a atual designação.
Lenda
editarEm Dezembro de 1640, em plena guerra da Restauração, levada a cabo pelos Portugueses para por fim ao domínio dos espanhóis, que durava há sessenta anos. A campanha arrastou-se por 27 anos, tendo por palco principal o Alentejo, visto as suas planuras serem propícias à acção da cavalaria, decisiva por essa época.
A lenda, por sua vez, fala-nos de uma jovem da Aldeia da Fonte do Canto, enamorada de um rapaz de uma Aldeia vizinha, Cabeço de Vaqueiros. Como este parecia não corresponder ao seu amor, a jovem acabou por aceitar o pedido de casamento dum soldado espanhol. Sabendo do casamento, logo o jovem alentejano se apressou a declarar o seu amor e a prometer tudo fazer para se livrar dos espanhóis das duas aldeias. A jovem, por seu lado, invoca São Bento, por quem tinha grande crença, para que lhe valesse em tão grande aflição, temendo pela vida do seu amado.
O espanhol, repudiado, chama mais tropas e a luta surge sem tréguas entre os combatentes rivais: de um lado, os soldados liderados pelo espanhol preterido, do outro, um grupo formado por todos os homens das duas aldeias, chefiados pelo jovem alentejano, unidos da mesma intenção: derrotar os espanhóis e libertar as aldeias da Fonte do Canto e de Cabeça de Vaqueiros. A verdade, porém, é que a bravura dos portugueses, juntos na sua força e na sua coragem, conseguiu pôr em debandada as tropas espanholas. Logo o pensamento das gentes se voltou para São Bento. Para as preces que lhe haviam feito. "São Bento tinha concedido um milagre", era a opinião geral. Já o povo não quis separar as duas aldeias. Numa só, unidas, tinham lutado contra o inimigo, numa só continuaram a estar dali em diante.
Que nome dar-lhe, então? Pensando um pouco, não era uma aldeia nova que nascia? Pois esse seria o seu nome: "Aldeia Nova" - a que acrescentaram "de São Bento" em honra e agradecimento ao Santo que os tinha ajudado a conquistar, pela fé, a paz e a liberdade.
Numa outra lenda, S. Bento apareceu a um crente, pessoa de posses da região, e comunicou-lhe que pretendia que erigissem uma igreja em sua homenagem. Essa pessoa mandou construir a igreja, e assim se fez, iniciou-se a construção de uma igreja na herdade da Abobada. Durante a construção da referida igreja todos os dias quando os construtores voltavam para iniciar os trabalhos as ferramentas não se encontravam lá, mas sim no local onde esta construída a Igreja de S. Bento, este facto repetiu-se varias vezes levando a que os obreiros erguessem a igreja na sua atual localização, estando o altar mor construído sobre o tronco da arvore onde S. Bento apareceu.
Património e locais interessantes
editar- «A Igreja de S. Francisco»
- «A Igreja de S. Bento». (à entrada da vila, junto ao cemitério)
- «Capela de Nossa Senhora do Desterro - Herdade da Abóbada»
- «O "Depósito"». da água (em dia de procissão até ao Cruzeiro)
- «O Cruzeiro». (no Altinho, a 2 Km do cruzamento para Espanha)
- A Barragem do Facho (a 2 km na estrada para Serpa)
- A Barragem da Vareta (a 5 km do Cruzeiro)
- Os Barros da Ferradura (pouco antes de Vila Verde de Ficalho, estrada para Safara a 3Km a saída para o caminho de terra batida à esquerda na para a Herdade Pé-da-Serra)
- A-do-Pinto (Aldeia do Pinto a 5 km na estrada para Serpa)
- Crossodromo da atalaia (a 9 km da vila em direcção ao Cruzeiro)
Festas e feiras
editar- Festa de S. Sebastião, festa essencialmente religiosa, realizada no dia 20 de Janeiro, dia de São Sebastião e que inclui procissão e oferendas de ramos de laranjas a S. Sebastião, bolos, frangos, leitões, etc. Para além da missa, tem lugar uma procissão e um leilão das oferendas.
- Festa das Santas Cruzes no início de Maio, inclui procissão (com rosmaninho espalhado no chão) ao Cruzeiro, onde há missa e por vezes garraida. Em diversas casas da vila é enfeitada uma divisão com a Santa Cruz, um altar em degraus coberto de tecido claro, normalmente com bordados e enfeitado com flores, figuras de culto e velas, culminado com a "Santa Cruz". Os visitantes são bem recebidos e canta-se à Santa Cruz.
- Feira anual no último fim de semana de Julho. A Feira foi criada em 1899 com a finalidade de manifestar a sua profunda adoração ao Santo Padroeiro desta freguesia.
Gastronomia
editar- Mangotes da Aldeia Nova - enchido de Porco de Raça Alentejana, de fabrico artesanal, servido no Natal e nas matanças dos porcos.
Personalidades
editarAlguns nomes de naturais desta vila:
- Filipe La Feria (1945), encenador
- Manuel Soares Monge (1938) - Militar, antigo Governador Civil de Beja
- Monge da Silva, professor universitário
- Dinarte Branco, ator
- Rita Borralho, atleta Olímpica
- Silvestre Raposo
- João Carreira Bom (1945-2002), jornalista, cronista e contista
- Luís Guerreiro, Engenheiro, Filantropo, Filósofo e Cronista
Referências
- ↑ «Lei n.º 41/88, de 19 de abril». diariodarepublica.pt. Consultado em 18 de outubro de 2023
- ↑ Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes