Vila Olímpica do Rio de Janeiro 2016
Vila Olímpica de Rio de Janeiro de 2016 ou Vila Olímpica e Paralímpica é um conjunto habitacional que foi a residência das e dos desportistas dos Jogos Olímpicos de Verão de 2016 bem como das e dos treinadores, equipes técnicas, treinadores, médicos e fisiatras que lhes acompanham, árbitros e oficiais de concorrência dos jogos. Localiza-se próxima ao Parque Olímpico do Rio de Janeiro, a oeste da cidade.[1]
Com uma capacidade para receber 17 950 pessoas em 3604 apartamentos de 31 edifícios, é a maior vila olímpica na história dos jogos olímpicos.[2]
Construção
editarNos anos 60, pescadores da Lagoinha de Rio de Janeiro fizeram ocupações irregulares na Lagoa de Jacarepaguá. Em 1975, devido à construção do Autódromo de Jacarepaguá e um conjunto residencial, a comunidade de Vila Autódromo ficou entre os muros do autódromo e as margens da lagoa.[3] Em 1994 foi dado o título de propriedade a mais de 60 famílias da vila, ante as constantes ameaças de desalojo por parte da Prefeitura do Rio de Janeiro. Nos planos que o Comité Olímpico Internacional recebeu do comité ganhador dos jogos em 2009, parte da zona de Vila Autódromo aparecia no lado superior esquerdo do novo Parque Olímpico de Rio de Janeiro, a construir na Zona Oeste da Barra de Tijuca.
Apesar dos títulos de propriedade das famílias habitantes da vila, a Prefeitura do Rio de Janeiro reduziu em até 83% o tamanho original da comunidade, mediante expropiações e desalojos.[4] Depois de constantes confrontos contra a polícia ao resistir aos desalojos, as famílias afectadas empreenderam a campanha Viva a Vila Autódromo e receberam assessoria de diferentes universidades de Rio de Janeiro e organizações da sociedade civil para elaborar o Plano Popular da Vila Autódromo, um plano de urbanização que foi acordado com o prefeito da cidade, Eduardo Paes, para fazer da Vila um lugar com uma nova infra-estrutura urbana que incluirá um centro cultural e campos desportivos e conviver com a nova infra-estrutura olímpica de maneira adequada, ao estar rodeados quase por completo pelo novo parque.[5][6][7][8]
As instalações da vila olímpica ficarão a uns passos da Vila Autódromo. A partir de 2011 iniciaram-se as obras a cargo das construtoras Odebrecht e Carvalho Hosken, numa área de mais de um milhão de metros quadrados.[9] Na construção desta vila participaram mais de 18 mil pessoas. Utilizaram-se 430 mil metros cúbicos de concreto e 43 mil toneladas de aço. Os edifícios receberam a certificação ambiental LEED ND já que 85% do entulho deixados pela construção será reutilizados e tem mais de 16 mil metros quadrados de telhados verdes bem como 75 placas solares para o aquecimento de água.[10] Todas as instalações foram desenhadas com acessibilidade completa com rampas e elevadores suficientes.
Cada apartamento conta com três e quatro dormitórios, estadia, sala, balcão e serviços de lavanderia. Construíram-se 3.8 quilómetros de ciclovias internas.[9] A rua interna da vila é reservada a pedestres, Rua Carioca. Conta também com lojas, cafés, restaurantes bem como a Zona Internacional, um Refeitório Principal e o Terminal de Transportes. A vila tem diferentes áreas de recreação com jogos eletrônicos, instrumentos musicais e mesas de tênis de mesa. e um centro de culto para diferentes religiões.[11][11]
Com o fim de que as instalações fiquem a menos de 10 minutos dos lugares de competição, a vila conta com pistas exclusivas que ligarão mediante 300 ônibus a vila com o resto das sedes olímpicas.[11] Por volta de 4 milhões de peças de bagagem das e dos visitantes da vila, com o fim de agilizar sua chegada, serão levadas de maneira automática do Aeroporto Internacional de Rio de Janeiro até as instalações da vila.[12]
As primeiras delegações chegaram à vila em 18 de julho de 2016.[11]
Futuro após os jogos
editarUma vez terminados os jogos olímpicos a vila será convertida na chamada "Ilha Pura", um conjunto habitacional de luxo onde cada apartamento será vendido pelo preço estimado de 700 mil dólares.[13]
Ver também
editarReferências
- ↑ «Villa Olímpica y Paralímpica» (em espanhol). Consultado em 23 de julho de 2016
- ↑ «Largest athletes' village in history ready to give guests a very Rio welcome». Rio 2016. Consultado em 23 de julho de 2016
- ↑ «Viva A Vila Autódromo - Plano Popular da Vila Autódromo 2016 PLANO DE DESENVOLVIMENTO URBANO, ECONÔMICO, SOCIAL E CULTURAL» (PDF)
- ↑ «Viver Junto das Olimpíadas: A Evolução do Plano Popular da Vila Autódromo». rioonwatch.org.br. Rio On Watch. Consultado em 23 de julho de 2016
- ↑ Griffin, Jo (26 de abril de 2016). «Change beckons for Vila Autódromo, the favela that got in the Rio Olympics' way». the Guardian. Consultado em 23 de julho de 2016
- ↑ «Rio Olympics 2016: a new plan for Vila Autodromo» (em inglês). 15 de abril de 2016. Consultado em 23 de julho de 2016
- ↑ «Viva A Vila Autódromo - Plano Popular da Vila Autódromo 2016 PLANO DE DESENVOLVIMENTO URBANO, ECONÔMICO, SOCIAL E CULTURAL» (PDF). Sitio de la organización popular Viva A Vila Autódromo
- ↑ «Viver Junto das Olimpíadas: A Evolução do Plano Popular da Vila Autódromo | RioOnWatch». rioonwatch.org.br. Consultado em 23 de julho de 2016
- ↑ a b «GRANDES CONSTRUÇÕES». www.grandesconstrucoes.com.br. Consultado em 23 de julho de 2016. Arquivado do original em 10 de setembro de 2016
- ↑ «Villa Olímpica y Paralímpica». Rio 2016 - Portal Oficial Do Governo Federal (em espanhol). Consultado em 23 de julho de 2016
- ↑ a b c d «Largest athletes' village in history ready to give guests a very Rio welcome». Rio 2016. Consultado em 23 de julho de 2016
- ↑ «La Villa Olímpica y Paralímpica tendrá check-in y despacho a control remoto de los equipajes para los atletas» (em espanhol). Consultado em 23 de julho de 2016
- ↑ Deportes, Televisa. «Definen futuro de Villa olímpica de Río de Janeiro 2016». Consultado em 23 de julho de 2016. Arquivado do original em 7 de agosto de 2016
Ligações externas
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