Você Não Sabe de Nada
Você Não Sabe de Nada é o álbum de estreia da banda brasileira de rock O Grilo, lançado em 26 de março de 2021 pela gravadora Rockambole. Foi precedido pelos singles "Trela", "Meu Amor" e "Contramão". Apresenta influências da música brasileira, como axé, samba e forró; e ritmos do norte do país, misturando-se com um pop rock melódico.[1]
Você Não Sabe de Nada | |||||
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Álbum de estúdio de O Grilo | |||||
Lançamento | 26 de março de 2021 | ||||
Gravação | Junho–julho de 2020 | ||||
Estúdio(s) | Lazyfriendzzz | ||||
Gênero(s) | Pop rock, MPB | ||||
Duração | 37:52 | ||||
Gravadora(s) | Rockambole | ||||
Produção | Hugo Silva | ||||
Cronologia de O Grilo | |||||
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Singles de Você Não Sabe de Nada | |||||
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Antes de se apresentarem no festival Lollapalooza Brasil, em abril de 2019, a banda havia passado por uma reestruturação em sua formação, com a saída do guitarrista Gabriel Xavier e do baixista André Maya, e a entrada do guitarrista Felipe Martins.[2] Durante aquele ano, e por conta da alta agenda de shows, a banda não conseguiu desenvolver suas técnicas nos ensaios, nem suas relações em estúdio.[2]
No ano de 2020, o mundo foi acometido pela pandemia de COVID-19, o que forçou os membros a entrarem em quarentena.[3] Durante esse período introspectivo, eles começaram a escrever algumas canções, inicialmente em pretensões meramente terapêuticas, elas viriam a ser trabalhadas para o álbum nos meses seguintes.[3] A banda alugou um sítio em Limeira, no interior de São Paulo, onde poderia gravar seu material com "paz e segurança", respeitando todos os protocolos de segurança ainda em época de pandemia.[2]
O álbum foi gravado no estúdio Lazyfriendzzz, de um amigo da banda,[2] e foi produzido e mixado por Hugo Silva, que já havia trabalhado com o quarteto em canções anteriores.[4] Foi masterizado no estúdio El Rocha em São Paulo,[5] pelo produtor e engenheiro de som peruano Carlos Bechet.[6] O trabalho gráfico foi feito por Pietro Soldi,[2] que criou o personagem Lauro para protagonizar as canções. Foi também lançado um livro,[7] que contém as histórias das canções e de suas gravações, as tirinhas desenvolvidas por Soldi e as cifras das canções do álbum.[7] Em janeiro de 2023, foi relançado em vinil.[8]
Antecedentes
editarNo início de 2019, a banda passa por uma mudança em sua formação, com a saída de dois integrantes e a entrada do guitarrista Felipe Martins.[2] Gabriel Cavallari, que tocava guitarra, agora assumia o baixo.[3] Em abril, o Grilo foi escolhido como banda de abertura do festival Lollapalooza Brasil,[9] e sua agenda de shows começou a lotar, inclusive abrindo shows da Supercombo.[3] Como as apresentações eram sequentes, a banda não teve tempo de se desenvolver entre eles,[2] o que Martins descreveu como um período "quase distante",[2] e sobre as canções que haviam duas linhas de guitarra, ele comenta:[2]
"A gente chegava, tocava. Tudo meio estranho. [...] Muitos dos shows daquela época não foram bons – mas foram essenciais para entendermos como, tipo, ‘não dá certo desse jeito. Vamos criar uma terceira versão pra guitarra! Não tive tempo de entender e aprender.'"
Durante aquele ano, a banda foi se conhecendo e desenvolvendo suas técnicas e composições, o que culminou no primeiro trabalho com a nova formação, o single "Terreiro". Cavallari relembra o impacto que aquela canção trouxe ao grupo:[2]
“Foi uma música muito simbólica para mostrar esse entendimento para gente. Foi o início, mas mostrou como estávamos nos conhecendo.”
Produção
editarEm 2020, o mundo foi acometido pela pandemia de COVID-19, o que atrasou os planos da banda.[3] O processo de quarentena em ocasião do momento, que se apresentou como um período mais introspectivo do conjunto,[3] serviu para compor novas canções que apareceriam no projeto seguinte.[3] Segundo o vocalista Pedro Martins, a distância para compor deu um pouco de autonomia na criação – e acelerou um pouco o passo.[2]
Sobre a ideia da criação do álbum e um retrospecto do momento, o baterista Lucas Teixeira comenta:[2]
"Sentíamos a necessidade de ter um material mais conciso da banda. Boa parte das músicas foram compostas durante a quarentena, o que serviu como ponto de refúgio psicológico."
No começo haviam 16 faixas. Segundo Teixeira, estas foram "colocadas na mesa", e então eles procuraram quais delas "conversavam entre si".[2] Desta seleção ficaram onze, e posteriormente viriam mais duas, após o baterista achá-las em seu celular,[2] e o produtor Hugo Silva questionar porque não estarem inclusas.[2] A banda então refez a listagem das faixas, adicionando as duas, entre essas, "Vou Levar".[2] A escolha final das canções que viriam a ser gravadas usaram como "critério", como enfatizaram Pedro e Teixeira à Rolling Stone, a diversão,[2] o que o baterista chamou de "Follow de Fun".[2]
A banda alugou um sítio na cidade de Limeira,[3] onde poderiam gravar com 'paz e segurança'.[2] Em meio à natureza, Cavallari descreveu a experiência como "um grande respiro" – e Felipe como "um parênteses em meio à quarentena."[2] A amizade, bastante evoluída no processo, garantiu um espaço no qual, segundo eles, "já conseguíamos entender e falar. Estávamos na mesma página."[2]
A produção e mixagem ficou por conta de Hugo Silva, que já havia trabalhado com a banda em trabalhos anteriores.[4] A masterização foi feita no estúdio El Rocha,[5] em São Paulo, pelo produtor e engenheiro de som peruano Carlos Bechet.[6]
Conceito
editarApós finalizarem o álbum, a banda percebeu que haviam feito um disco "de dois momentos".[2] Enquanto o primeiro era "bem mais existencialista", o segundo era mais "leve e alegre".[2] Segundo a revista Rolling Stone, "é uma narrativa sobre como é difícil e como é incrível entrar na vida adulta", ainda explica, "uma das partes mais complicadas (se não a mais) é o conflito interno e o temor dessa fase."[2]
Como explicou Lucas Teixeira à revista:[2]
"Acho que é um momento da adolescência. Existe a fase em que achamos saber de tudo. Tudo o que ouvimos é novidade, a gente não sabia de nada daquilo até então. Então, pensamos como isso pode ser a chave de tudo, e temos o segredo."
A ideia inicial do projeto seria como "uma viagem musical pelo Brasil",[2] misturando vários gêneros musicais e traços da cultura brasileira. O que se viu impraticável no começo,[2] acabou-se tornando o cerne do álbum, que realmente apresenta vários estilos e influências da música nacional e internacional, misturando um pop rock melódico com a forte presença da MPB. Os acenos ao axé, ao samba e ao forró, fizeram de Você Não Sabe de Nada, um trabalho bastante brasileiro.[2] A revista Rolling Stone o descreveu como um "dilúvio de influência".[2] Em entrevista, Pedro comenta sobre as influências:[2]
"No disco, cada música é de um universo. Em uma, você diz 'Caraca, isso é influência do Pink Floyd'; na outra, pensa 'cara, isso é Barões da Pisadinha!' [...] A gente tem a mente aberta para tons. E troca de estilo a cada compasso. Representamos muito o nome do disco: Você Não Sabe de Nada – e estamos sempre querendo aprender mais."
Lançamento
editarAntes mesmo das gravações, a banda já havia anunciado que o próximo trabalho viria a ser um álbum.[2] Para a divulgação, a banda lançou "Trela", "Meu Amor" e "Contramão" como singles nos finais de 2020.[1] As canções anunciavam a chegada do novo momento da banda, junto do personagem Lauro, o eu lírico e protagonista do álbum. Lauro foi criado em colaboração com o cartunista Pietro Soldi, que desenvolveu tirinhas para a identidade visual do álbum.[7]
Você Não Sabe de Nada foi lançado em 26 de março de 2021 pela Rockambole, e incluiu um livro,[7] editado e lançado também pela gravadora, que contém a história das canções e de sua gravação, as tirinhas desenvolvidas por Soldi e até as cifras das canções do álbum.[7] O projeto conta também com 3 videoclipes; "Onde Flor", "Guitarrada" e "Infinito (-1)", os dois últimos dirigidos por Luigi Parisi.
Em janeiro de 2023, o álbum foi relançado, agora em formato de disco de vinil.[8] As primeiras prensagens foram limitadas.
Faixas
editarTodos as canções foram compostas por Felipe Martins, Gabriel Cavallari, Lucas Teixeira e Pedro Martins.[10]
N.º | Título | Duração | |
---|---|---|---|
1. | "Trela" | 3:07 | |
2. | "Guitarrada" | 2:34 | |
3. | "Contramão" | 2:52 | |
4. | "Tudo e Mais um Pouco" | 2:46 | |
5. | "Meu Pior Amigo" | 3:37 | |
6. | "Infinito (-1)" | 3:24 | |
7. | "Você Não Sabe de Nada" | 1:39 | |
8. | "Meu Amor" | 3:13 | |
9. | "Vou Levar" | 3:18 | |
10. | "e daí, eu sei lá ¯\_(ツ)/¯" | 0:46 | |
11. | "Adeus" | 4:22 | |
12. | "Onde Flor" | 3:12 | |
13. | "Malabarista de Granadas" (Bonus Track) | 2:56 | |
Duração total: |
37:52 |
Listagem de faixas no vinil
editarLado A | ||||||||||
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N.º | Título | Duração | ||||||||
1. | "Trela" | 3:07 | ||||||||
2. | "Guitarrada" | 2:34 | ||||||||
3. | "Contramão" | 2:52 | ||||||||
4. | "Tudo e Mais um Pouco" | 2:46 | ||||||||
5. | "Meu Pior Amigo" | 3:37 | ||||||||
6. | "Infinito (-1)" | 3:24 | ||||||||
7. | "Você Não Sabe de Nada" | 1:39 |
Lado B | ||||||||||
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N.º | Título | Duração | ||||||||
1. | "Meu Amor" | 3:13 | ||||||||
2. | "Vou Levar" | 3:18 | ||||||||
3. | "e daí, eu sei lá ¯\_(ツ)/¯" | 0:46 | ||||||||
4. | "Adeus" | 4:22 | ||||||||
5. | "Onde Flor" | 3:12 | ||||||||
6. | "Malabarista de Granadas" | 2:56 |
Ficha técnica
editarDe acordo com o encarte do vinil:[5]
O Grilo
- Pedro Martins – vocais
- Felipe Martins – guitarra, vocais de apoio
- Gabriel Cavallari – baixo, vocais de apoio
- Lucas Teixeira – bateria
Músicos adicionais
- Carol Navarro – vocais de apoio (em "Você Não Sabe de Nada")
- Gabriel Aragão – vocais de apoio (em "Você Não Sabe de Nada")
- Isa Salles – vocais de apoio (em "Você Não Sabe de Nada")
- Manifeste – vocais de apoio (em "Você Não Sabe de Nada")
- Maracatech – vocais de apoio (em "Você Não Sabe de Nada")
- Nando Montenegro – vocais de apoio (em "Você Não Sabe de Nada")
- PH – vocais de apoio (em "Você Não Sabe de Nada")
- PLUMA – vocais de apoio (em "Você Não Sabe de Nada")
- Reolamos – vocais de apoio (em "Você Não Sabe de Nada")
- Rodrigo Fischmann – vocais de apoio (em "Você Não Sabe de Nada")
- Santaella – vocais de apoio (em "Você Não Sabe de Nada")
Produção musical
- Hugo Silva – produção e mixagem
- Carlos Bechet – masterização
Produção artística
- Pietro Soldi – capa e ilustrações
- Gabriel Dantas – design
- Isabela Cecarelli – fotografia
- Amanda Caldas – fotografia
- Luigi Parisi[11] – fotografia
Referências
- ↑ a b Anhesini, Victória (26 de abril de 2021). «O Grilo prioriza mix de gêneros no primeiro álbum, 'Você Não Sabe de Nada'». Mad Sound. Consultado em 1 de julho de 2023
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z aa ab ac ad ae Reis, Yolanda (4 de abril de 2021). «Conheça O Grilo, a banda que troca de estilo a cada compasso - e transforma em música todas suas angústias e incertezas [ENTREVISTA]». Rolling Stone. Consultado em 1 de julho de 2023
- ↑ a b c d e f g h Esquinas, Revista (18 de abril de 2022). «O Grilo: da formação ao Cine Joia lotado, confira a trajetória da banda sensação no indie». Revista Esquinas. Consultado em 1 de julho de 2023
- ↑ a b «O Grilo resgata carnaval no álbum "Você Não Sabe de Nada"». Vírgula. 26 de março de 2021. Consultado em 1 de julho de 2023
- ↑ a b c Encarte da edição em vinil, 2023
- ↑ a b O Grilo - Você Não Sabe De Nada, 2022, consultado em 1 de julho de 2023
- ↑ a b c d e «O Grilo – Você Não Sabe de Nada | Música Pavê». musicapave.com. 26 de março de 2021. Consultado em 1 de julho de 2023
- ↑ a b «Vinil Você Não Sabe de Nada | O Grilo | Rockambole». Consultado em 1 de julho de 2023
- ↑ Tavares-Front End, Lucas; Franco Back, Adriano (5 de abril de 2019). «O grilo, vencedor do "Temos Vagas 89", abre o Lollapalooza 2019». A Rádio Rock - 89,1 FM - SP. Consultado em 1 de julho de 2023
- ↑ O Grilo - Voce Nao Sabe De Nada Album Reviews, Songs & More | AllMusic (em inglês), consultado em 1 de julho de 2023
- ↑ Rossi, Mariana (25 de agosto de 2021). «O Grilo lança clipe de "Guitarrada" com marionete de cabos musicais». br.nacaodamusica.com. Consultado em 21 de dezembro de 2023